domingo, 20 de janeiro de 2019

Episódio 66- Sensibilidade de Viver:Gestação !

 

Lune fora dormir ultra feliz naquela noite!
Que felicidade saber que a “profecia” de sua amiga Rina estava se cumprindo, e as saudades eram imensas. Mas ela não tinha dúvidas de que a homenagem era a mais profunda, sensível e significativa possível.
No entanto, na vida do casal, nem tudo ia assim tão bem.
Tana começava a colocar as manguinhas de fora e insistia que, com o passar da gravidez, era imperativo que ela dormisse no quarto com Lune, e que Takeo dormisse no escritório, para que pudesse cuidar dela adequadamente.
Lune se sentia incomodada, primeiro, por que não gostava da idéia de outra mulher dormir jinto com ela na mesma cama e no mesmo quarto, segundo, por que sentia falta da companhia de Takeo e seu carinho para com ela, mas, no fim, a insistência de Tana venceu, e na noite seguinte ‘a do exame, Takeo foi para escanteio, ou seja, relegado a dormir sozinho no escritório.
E ele começou a ter antipatia pela cuidadora.Ela o ignorava e desprezava, como se ele nem existisse. E ele se ressentia de ter de dormir sozinho em sua própria casa-nem parecia que ele e Lune eram casados !
Tana acabava sendo um elemento invasor ali, que, ambos sentiam, estava fazendo mal ao casamento deles.
Takeo agora não via a hora de Lune dar a luz logo, para poder se livrar da presença incômoda e chata de Tana, que não fazia o menor esforço para parecer simpática.
Lune também ficava infeliz e não via a hora de ter sua filha logo, mas um telefonema de sua sogra recomendando que Tana permanecesse após o nascimento, para assistir a ela na lactação e servir de babá para sua futura filha Rina a desanimou: ela sabia que se Tana ficasse tanto tempo assim, o divórcio chegaria logo.
Inclusive por que Tana era uma verdadeira cadela de guarda naquela casa: não permitia a menor intimidade ao casal, nem um simples beijinho no rosto, uma pegada de mão, um simples toque, nada, tudo era imoral, indecente e motivo de reprovação de Tana.
Os esforços de Lune para incutir um pouco de cultura, filosofia e esquerdismo em Tana não estava dando resultado, pois a cuidadora nem escutar mais queria e não aceitava seus ensinamentos.
‘A medida que o tempo passava, Tana se sentia cada vez mais poderosa, e, diante  da falta de autoritarismo do casal, ia-se fortalecendo e procurando dominar o casal  de modo a tentar controlar suas vidas e manipulá-los. A verdadeira Tana começava a se revelar agora, e , uma semana depois do exame de ultrassom, Lune sentia-se deprimida e infeliz.
 Pior que Tana grudava como cola nela,e o casal nunca tinha momentos para conviver entre si, quanto menos para ter uma conversa a sós.
Mas já crescia na mente dois dois a vontade de dispensá-la, e os jantares, agora silenciosos, mostravam uma troca de olhares aflitos e angustiados entre o casal, sempre interceptados pelo olhar servero e reprovador de Tana, que, no entanto, exibia a eles, com prazer, um sorriso sádico no rosto e podia-se ver que ela obtinha imensa alegria da consciência de crueldade que estava praticando.
Tana não era , nem nunca fora, uma garota feliz- e pior:queria que ninguém fosse!
Sua felicidade era trazer a tristeza aos outros, o sofrimento, e, principalmente, em ser obedecida.Ela nunca se conformara em ter de obedecer, e queria descontar, vingar o que passava com a sogra de Lune com a própria Lune.
Não apenas isto: Antes de trabalhar para o casal, Tana observava muito bem o comportamento e as atitudes, e as estratégias de dominação de Motoko e do marido dela,e aplicava o que aprendera agora.
Desde que se sentira dominante e achava que tinha subjugado o jovem casal completamente, Tana vivia a fase mais feliz da vida dela!
Mas as coisas não ficariam assim para sempre. Ao contrário do que pensava, Tana não era a cuidadora ideal, nem perfeita, e deixava psitas e provas.Sem falar que Lune e Takeo eram muito mais inteligentes do que ela pensava !
Mas quem iria desmascará-la?
Justo o membro mais radical e rebelde daquele lar, que a tudo observava, e cujas atitudes eram as mais inesperadas, estapafúrdias e imprevisíveis possíveis !
Mas...de qual jeito?

(Por Continuar)

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