Lune
fora dormir ultra feliz naquela noite!
Que
felicidade saber que a “profecia” de sua amiga Rina estava se cumprindo, e as
saudades eram imensas. Mas ela não tinha dúvidas de que a homenagem era a mais
profunda, sensível e significativa possível.
No
entanto, na vida do casal, nem tudo ia assim tão bem.
Tana
começava a colocar as manguinhas de fora e insistia que, com o passar da
gravidez, era imperativo que ela dormisse no quarto com Lune, e que Takeo
dormisse no escritório, para que pudesse cuidar dela adequadamente.
Lune
se sentia incomodada, primeiro, por que não gostava da idéia de outra mulher
dormir jinto com ela na mesma cama e no mesmo quarto, segundo, por que sentia
falta da companhia de Takeo e seu carinho para com ela, mas, no fim, a insistência
de Tana venceu, e na noite seguinte ‘a do exame, Takeo foi para escanteio, ou
seja, relegado a dormir sozinho no escritório.
E
ele começou a ter antipatia pela cuidadora.Ela o ignorava e desprezava, como se
ele nem existisse. E ele se ressentia de ter de dormir sozinho em sua própria
casa-nem parecia que ele e Lune eram casados !
Tana
acabava sendo um elemento invasor ali, que, ambos sentiam, estava fazendo mal
ao casamento deles.
Takeo
agora não via a hora de Lune dar a luz logo, para poder se livrar da presença
incômoda e chata de Tana, que não fazia o menor esforço para parecer simpática.
Lune
também ficava infeliz e não via a hora de ter sua filha logo, mas um telefonema
de sua sogra recomendando que Tana permanecesse após o nascimento, para
assistir a ela na lactação e servir de babá para sua futura filha Rina a
desanimou: ela sabia que se Tana ficasse tanto tempo assim, o divórcio chegaria
logo.
Inclusive
por que Tana era uma verdadeira cadela de guarda naquela casa: não permitia a
menor intimidade ao casal, nem um simples beijinho no rosto, uma pegada de mão,
um simples toque, nada, tudo era imoral, indecente e motivo de reprovação de
Tana.
Os
esforços de Lune para incutir um pouco de cultura, filosofia e esquerdismo em
Tana não estava dando resultado, pois a cuidadora nem escutar mais queria e não
aceitava seus ensinamentos.
‘A
medida que o tempo passava, Tana se sentia cada vez mais poderosa, e,
diante da falta de autoritarismo do
casal, ia-se fortalecendo e procurando dominar o casal de modo a tentar controlar suas vidas e
manipulá-los. A verdadeira Tana começava a se revelar agora, e , uma semana
depois do exame de ultrassom, Lune sentia-se deprimida e infeliz.
Pior que Tana grudava como cola nela,e o casal
nunca tinha momentos para conviver entre si, quanto menos para ter uma conversa
a sós.
Mas
já crescia na mente dois dois a vontade de dispensá-la, e os jantares, agora
silenciosos, mostravam uma troca de olhares aflitos e angustiados entre o
casal, sempre interceptados pelo olhar servero e reprovador de Tana, que, no
entanto, exibia a eles, com prazer, um sorriso sádico no rosto e podia-se ver
que ela obtinha imensa alegria da consciência de crueldade que estava praticando.
Tana
não era , nem nunca fora, uma garota feliz- e pior:queria que ninguém fosse!
Sua
felicidade era trazer a tristeza aos outros, o sofrimento, e, principalmente,
em ser obedecida.Ela nunca se conformara em ter de obedecer, e queria
descontar, vingar o que passava com a sogra de Lune com a própria Lune.
Não
apenas isto: Antes de trabalhar para o casal, Tana observava muito bem o
comportamento e as atitudes, e as estratégias de dominação de Motoko e do
marido dela,e aplicava o que aprendera agora.
Desde
que se sentira dominante e achava que tinha subjugado o jovem casal
completamente, Tana vivia a fase mais feliz da vida dela!
Mas
as coisas não ficariam assim para sempre. Ao contrário do que pensava, Tana não
era a cuidadora ideal, nem perfeita, e deixava psitas e provas.Sem falar que
Lune e Takeo eram muito mais inteligentes do que ela pensava !
Mas
quem iria desmascará-la?
Justo
o membro mais radical e rebelde daquele lar, que a tudo observava, e cujas
atitudes eram as mais inesperadas, estapafúrdias e imprevisíveis possíveis !
Mas...de qual jeito?
(Por Continuar)
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