Valéria estava feliz na Rapide. Sua vida parecia completa e plena agora, e o passado era deixado para trás.
Não tinha mais saudades da velha Peregrine.
As missões foram sendo cumpridas, com sucesso, e sua experiência nos tempos da Sabre a ajudavam muito, sobretudo a pensar nos fenômenos naturais no espaço como cientista.
Ela era agora menos fria com a tripulação e agia de modo muito mais simpático, empático e muito menos autoritário, tornando-se mais amiga de sua própria tripulação.
O namoro dela com Cecília ia de vento em popa.
Foram dois felizes anos na Rapide, que a tornaram ainda mais experiente, e enriqueceram grandemente seu currículo.
Agora a ambição de Valéria era subir na carreira e se tornar Capitã de Cruzador Médio.
Mas o destino reservara algo ainda melhor para ela.
Uma bela noite, ela recebeu uma comunicação de uma Almirante, a ser atendida no seu escritório.
Ela para lá se dirigiu, e ligou o seu terminal de computador.
-Capitã Soleil?
-Pois não, senhora!
-Aqui é a Almirante Emanuelle Braga.Tenho muito boas notícias para a senhorita !
-Pronta para ouvir, senhora !
-É o seguinte: a senhorita registrou dois anos completos de muito sucesso na operação da Rapide, que chamaram a atenção do Almirantado. Pois bem, vagou agora o posto de Capitão , da nave de reconhecimento Classe Vigilante KSS Exploiter-C, uma nave consideravelmente maior que a sua e belicamente muito mais poderosa também. O status desta classe de naves é equivalente ao de um Cruzador Pesado. Interessada na vaga, Capitã?
-Uh, wooow, isto excede até meus mais loucos sonhos, Almirante ! Quero sim !
-Então marque curso agora mesmo para a Estação Sideral S28. A Exploiter esperando pela senhorita e sua tripulação!
-Oh, muito , muito obrigada, Almirante, farei agora mesmo !
-Feliz em saber, Almirante Braga , desligando !
Valéria estava exultante, e foi correndo para a ponte contar a notícia e mandar marcar o curso para a Estação S 28,em velocidade de máximo ZARP.
No dia seguinte, pela manhã, logo após o turno diurno começar e após toda a tripulação de Ponte já ter tomado seu café da manhã e assumido a ponte:
-Capitã, , já estamos nos aproximando da Estação Espacial S 28 !
-Obrigada, Thaís.Desengatar a velocidade Zarp e estabelecer velocidade de dobra máxima !
-Estação já no alcance visual, senhora !
-Excelente, Anne Paula ! Na tela ! Quantos minutos até a nossa chegada, Priscilla?
-Seis minutos na velocidade atual, Capitã.
-Excelente ! Alessandra, identifique nossa nave e solicite autorização para aportar !
-Sim, Capitã!
A Estação, com seu design em forma de duplo cogumelo, aparecia na tela, e nunca pareceu tão bela para Valéria.
Foi quando apareceu na tela, numa doca espacial ao lado da Estação, a grande e bela nave Exploiter!
-502 metros de comprimento, sensores sofisticadíssimos , com capacidade de captar a milhões de anos luz de distância, poderio bélico equivalente a um pequeno dreadnaught, velocicima...classe Vigilante...maravilhosa !
-Concordo com você, Imediata! Perto dela, esta nave é um lixo...
Disse Valéria, emocionada.
Logo a Rapide aportava dentro do imenso hangar da Estação, e os comensais do restaurante panorâmico da Estação puderam ver ela chegando e estacionando no cais espacial.
O finger se estendeu e se encaixou na comporta lateral da nave, e as tripulantes ganharam a Estação.
Todas trataram de carregar seus pertences consigo, afinal, outra tripulação iria assumir aquela nave.
Após identificadas, foram até a enorme sala de espera da Estação, onde navetas de translado as esperavam.
A Exploiter, ‘a medida que as navetas iam se aproximando dela, após curta viagem para fora da Estação, ia ficando gigantesca, imponente, e tudo em seu desenho lembrava extrema velocidade.Tinha linhas esguias e belas, com um disco mais longo do que largo, e alto, corpo principal fundido ao disco, mas indo bem além do disco, duas naceles em duas pequenas “asas” nas laterais da parte traseira do corpo principal, perfiladas ao lado e ao longo da nave.Sobressaía-se a enorme “boca” do sensor principal, que mais parecia uma espécie de olho alienígena.
Na traseira, entre as nacelles, ficava o hangar.
Mas as navetas fizeram manobras e se encaixaram na comporta lateral da nave, e foi assim que Valéria e as outras saíram da naveta direto para a nave.
Tudo era novinho em folha, e cheirava a novo.
Elas andaram um pouco pelos corredores e se distribuíram, tomando os vários elevadores. Valéria e o resto da tripulação de Ponte, foram, claro, para o Deck 1, onde ficava a Ponte de Comando, espaçosa e confortável.
Pouco depois, Valéria recebeu uma transmissão de um Almirante lhe informando de sua primeira missão: ir se encontrar com e escoltar a nave de reconhecimento KSS Admirer, comandada pela já legendária Capitã Dina Russel Janessey,em uma missão secreta. Apenas as coordenadas de localização, para traçar curso lhe foram informadas, e a velocidade deveria ser ZARP máximo, pois era urgente.
Valéria ordenou então a saída da foca espacial, e a marcação do curso e velocidade.
Valéria já tinha ouvido falar muito das aventuras da Capitã Janessey, e era sua fã.
A Exploiter então entrou em velocidade ZARP e sumiu no horizonte.
Uma nova aventura estava só começando !
FIM
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