Em outros tempos, Lune ficaria vermelha de raiva e explodiria num grito raivoso. Mas agora, aos 29 anos de idade, já mãe, a atitude era outra:
-O passado se repete, diz a História...faz parte da vida!Sim, estou aprendendo, mas penso que ser mãe é um aprendizado do qual nunca se forma...como o Amor !Se a gente aprende a Amar, aprende a ser mãe também.E não poderia ter tido professora melhor...quem melhor que uma mãe para ensinar uma filha a ser mãe?A aprender que a ser mãe não se ensina, só a vivência é que nos cobra as provas e quem nos aprova são os filhos...
Aquelas palavras tocaram o coração de Momiji, que ficou de olhos rasos!
-Filha, por favor, levante-se, vem cá...
Lune obedeceu, e Momiji se levantou também.
Mãe e filha se abraçaram e choraram no ombro uma da outra. As duas sabiam bem o que significavam aquelas palavras, inclusive agora Lune já tinha bagagem de vivência como mãe suficiente para entender o que tudo aquilo significava para a mãe dele e poder se colocar no lugar dela!
Por isto, palavras não eram necessárias-puro sentimento !
Rina tudo observou, sem entender nada.
-Por que elas estão chorando, papai?
-Filha, só no dia em que você for mãe você entenderá. Por ora, guarde na sua memória este dia, esta cena, esta conversa, para nunca mais esquecer. Mas não se preocupe com elas, as lágrimas são de alegria, não de tristeza.
-É por minha causa, não é, papai?
-Não só por sua causa, filha, mas por que sua mãe e sua avó, as duas tem coração de mãe, e entendem perfeitamente uma a outra. É uma redenção do passado delas.
-Não entendi nada, papai...
-Calma, no seu tempo você vai entender, você vai entender.
-Acho que estão assim por que falei demais no jantar, não, papai, é minha culpa...
-Não cabe culpa nisto, filha, não se sinta culpada. Você ainda é uma criança, está aprendendo. Sim, você errou, mas é errando que se aprende. Não se aprende nada acertando sempre. E você também não fez por maldade.
-É verdade, papai, eu estava tão ansiosa para falar do meu namoradinho...
-Mas agora passou, não passou/Afinal, você falou dele ‘a vontade...
Rina abriu um sorriso e deu um olhar meigo para Takeo, e depois o abraçou com carinho.
-Eu te amo, papai !
-Eu também te amo, minha filha !Muito, muito !
Quando os dois deram por si, Lune e Momiji estavam olhando eternecidas para eles, em silêncio, emocionadas.
-Que conversa linda entre pai e filha...
Disseram as duas em uníssono.
Rina largou o pai e foi abraçar as duas e disse:
-Desculpe, mamãe, desculpe vovó. Eu aprendi mina lição !
Aquelas palavras derreteram o coração das duas, que abraçaram a menina com ternura.
Palavras eram desnecessárias. Rina percebeu na hora que tinha sido perdoada, e estava emocionada também.
Aquele foi um jantar inesquecível, uma noite que permearia a memória e coração de todos ali para sempre...
(Por Continuar)
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