Quando Lune acordou, seus
pais já tinham ido trabalhar. Dava para ver a raiva da mãe dela na mesa vazia, pois
ela e o marido tomaram o café da manhã e depois Momiji tirou a mesa correndo,
como se Lune e Ruri nem existissem, e foi embora.
Ruri, por outro lado, se sentia
tão insegura que foi para a escola sem tomar café da manhã e saiu antes mesmo
dos pais.
Lune ,ainda de camisola e
calcinha, desceu as escadas e foi para a cozinha, e começou a preparar seu próprio
café da manhã e por a mesa para ela. Como o silêncio estava esmagador, resolveu
ligar o som da sala e escutar algumas músicas. Mas o que lhe chamou a atenção
foi um miado bem familiar.
-Sartre-san, que bom que ao
menos você veio me fazer companhia !
O felino se aproximou dela e
se enroscou todo nas pernas dela, que se abaixou e o pegou, para depois se
sentar numa cadeira, o colocar no colo e o ficar acariciando.
-Eu tive uma noite horrível,
Sartre-san, mas eu por outro lado estava morrendo de saudades de você, sabia?
-Miiiio !
Foi a resposta que ouviu.
-Já sei, já sei, você está
com fome ! Eu vou te dar uma tigela de ração !
O gato não demorou a comer, e
ela logo lavou as mãos e continuou a preparar seu café da manhã, e depois
comeu.
Sartre, o gato, voltou ao
colo dela, enquanto ela comia e pegava a comida nos palitinhos com uma mão e o
agradava com a outra.
Ela terminou e antes que os músculos
de suas coxas se contraíssem para ela se levantar, o gato já deu um salto e foi
ao chão e olhou para ela.
Ela subiu as escadas e Sartre
a acompanhou e chegou até a porta do quarto dela.
-Ah, está querendo me ver
pelada, não é, seu danadinho? Só podia ser macho mesmo !Mas pelo menos é um
macho fofo! Fique aí que eu vou tomar um banho e me trocar!
-Meeeeeeew !
Protestou o felino assim que
a porta se fechou.
-Está bem, está bem, seu
voyeur taradinho !Entra, vai!
Sartre entrou rapidamente e
saltou para se deitar na cama dela.
Lune fechou a porta, e
começou a tirar as roupas.
-Já que você é um taradinho
mesmo, tome aqui minha calcinha !Que tal o cheirinho?
Lune jogou sua calcinha suja
na cabeça do gato, que protestou:
-Meeew!
E com as patas dianteiras se
desvencilhou da lingerie e a jogo para
um lado.
-É ,estava mesmo na hora de
eu tomar um banho !Até você ficou com nojo da minha calcinha, gato fresco! E aí,
que tal, gostou de me ver peladinha?
Disse Lune balançando os
seios para o gato, com o torso inclinado, em pé, em frente ‘a cama.
-Miiiw!
-Vou aceitar isto como um
sim! Obrigada !
E Lune foi para o banho.
Bem na hora em que estava
toda ensaboada, seu celular, que estava em cima da cômoda do quarto começou a
tocar.
-Ah, não, ninguém merece !
Bem agora? Justo agora, mas que droga !Aposto como é o Takeo !
Ela pensou alto.
E o celular tocando!
-Bem que você podia atender
para mim, viu, Sartre? Mas você resolveu ser um gato existencialista !
Lune se enxaguou , deu uma
passada rápida de toalha pelo corpo, foi atender, mas no justo momento que foi
atender, o telefone parou de tocar.
-Ai, que raiva !Tanta pressa,
tanto trabalho, para depois desligar !Que ódio!Custava tanto assim esperar mais
um pouco, custava, Sartre?
O gato a ignorou por completo
.
-Ah, agora não quer falar
comigo, nem olha para mim, não está nem aí comigo,não é?Olha para mim, seu gato
existencialista fresco de uma figa !Olha para mim !
Sartre continuou ignorando
Lune olimpicamente.
-Olha para mim, desalmado !Pombas,
eu estou pelada, não era isto que você queria ver?Aqui, olha, meus peitos, meu
sexo, meu traseiro, tudo !E você nem aí ! Está me chamando de feia por acaso?
Sartre fez de conta que ela
nem existia, mesmo com ela balançando os seios e rebolando para ele.
Lune jogou a toalha molhada
no chão ,estressada!
-Escuta aqui, gato idiota,
agora eu enfezei ! Vou te colocar na banheira comigo, você vai ver !
-Miiieeeeewr !
Sartre deu um pulo para o
lado ao ver que sua dona tentava pegá-lo.
Mas Lune continuou tentando e
o resultado foi ela ficar correndo pelada dano voltas pelo quarto e ele fugindo
dela, até que ela cansou.
-Droga, você é muito ágil !Custa
tanto assim ficar parado para eu te pegar?
Só então Lune percebeu que não
estava completamente seca, e começou a tremer de frio. Foi para o chuveiro,
depois para a banheira e se ensaboou novamente.
E eis que o celular estava
tocando de novo !
-Ai, não, de novo não, justo
agora !Que raiva !Eu mato o desalmado que está me ligando !Não tem nada mais o
que fazer, estúpido?
Toca ela se enxaguar de novo
e se enxugar rapidinho e quando ela foi atender...
Sartre estava com seu celular
nas patas dianteiras ,e o mordia com seus dentes afiado, uma visível afronta e
provocação dele para a dona e o fazia de propósito !
Só que numa destas, sem
querer, a tecla de atender foi acionada:
-Alô, amor?Aqui é o Takeo !
-Miiiiiiu !
-Ahn, não entendi...
-Me dá este celular, gato estúpido
!
-Como, Lune-san, não entendi!
Você está brava comigo?
-Meeeeeeew !
O gato se arrepiou e colocou
suas garras para fora, ameaçando atacar se Lune tentasse tirar o celular dele.
-Mieeeeeeeew!Rrrrrr!
-Larga este telefone já,
Sartre-san !Me dá ele aqui !Ai, gato idiota, quase me acerta uma unhada!
-Miiiiiiir !
-Lune-san?Você está aí?Que
barulho é este?Você está passando mal?
Lune agora estava mais
estressada do que nunca:
-Ora, cala a boca, não me
atrapalha !Sartre-san, me dá aqui este telefone !
O gato, com o celular na boca,
saiu correndo, e Lune atrás dele.
Ao chegar na porta da sala,ele
passou pela portinhola para gatos e saiu para o jardim.
Lune abriu a porta, e
procurou pelo bichano, que já estava em frente ao portão de lanças da frente da
casa.
-Ah, aí está você, me devolve
meu cel...lu...laaaaaaai!Eu estou pelada e está todo mundo me olhando !
Só agora ela percebeu que
alguns homens que passavam pela rua a viram nuazinha em pêlo !
Lune corou de vergonha da
cabeça aos pés e entrou voando em casa de novo, trancou a porta e subiu em
velocidade de foguete para seu quarto.
Agora, debaixo do chuveiro de
novo, colocou as mãos no rosto e chorou de vergonha e de raiva do que Sartre
aprontou com ela !
-Eu mato este Takeo-kun por
ter me dado este maldito gato de presente !Que raiva !
Ela disse para si mesma em
voz alta.
Ela se ensaboou pela terceira
vez e agora foi a vez do telefone fixo tocar.
-Ah, nãaaaaaaaaaaao ! De novo
nãaaaaaaao ! Será possível que não consigo tomar meu bendito banho em paz?Pombas,
custa tanto assim me deixar tomar este porcaria deste banho !Aí, ó, assim não dá,
pombas !Assim não dá !
(Por continuar)
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