Coincidentemente, História era uma das matérias
que Damian mais gostava, e ele estava ansioso pelo questionário oral e de
chegar a vez dele, e quando chegou:
-Damian, por favor, nos conte um pouquinho como
foi a Revolução Ksariana de 1104 D.C, e por que ela foi importante!
Para estranhamento de todos, Damian se levantou
da cadeira, e com ar professoral e postura típica de um Mestre ele respondeu,
todo sorridente:
- A Revolução Ksariana de 1104 ocorreu quando a Dinastia dos Reis
Tirãnicos Klugger sofreu sua pior crise, pois o Rei Klugger XXXIII acabara de
falecer, sem deixar nenhum descendente legítimo, pois seu único filho era
bastardo, fruto de um relacionamento ilegítimo
e secreto com a Aia da Rainha, Trausanna, que resolveu delatar para a Rainha a traição, pois não suportava mais ver o
filho ser tratado como se fosse um lacaio, na miséria, sendo que, ao ver dela,
ele seria um Príncipe. O Rei mandou mata-la, mas a notícia se espalhou na
coorte e seu filho bastardo soube da morte da mãe e matou o próprio pai, para
assumir o trono. Porém, a família nobre rival, os Kingswood, não se conformaram
em um Principe ilegítimo assumir o trono, e Sapphire Kingswood, a herdeira da
família de mesmo nome, Arquiduquesa, envergou uma armadura de cavaleiro, pegou
em armas e conduziu uma revolta popular
em 1104, que se transformou em uma guerra civil, e depois, numa
revolução, que destituiu os Klugger do poder e ascendeu a Famíla Kingswood ao
poder, que ainda hoje continua sua dinastia em nosso país, e ela inaugurou uma
série de reformas democráticas, como Regime dual que temos hoje, de um Rei e um
Presidente governando o país.Anos mais
tarde, ela teve uma filha, que originou uma dinastia de Princesas Sapphire,
sempre heroínas a liderar nossos exércitos e nossas conquistas militares. A
Rainha Sapphire matou o Príncipe ilegítimo dos Klugger na épica batalha de Forrest City e na época ela tinha treze anos
de idade, ao sagrar-se Rainha, logo após esta última batalha.
-Tudo bem, Damian, nossa, você já foi adiante
até do final do material escolar deste ano, está ótimo por isto, ok? Vamos deixar
seus colegas responderem um pouquinho agora?
Disse Adora, meio sem graça.
Damian se sentou de novo, meio emburrado. Ele
tinha adorado participar e tinha orgulho em exibir seu conhecimento, mas seus
colegas já estavam um pouco cheios de ele falar tanto e frustrados por não ter
tempo para todos responderem todas as perguntas, já que a fala dele tomou boa
parte do tempo da aula. Não era fácil para eles conter sua impaciência e
frustração, mas todos estavam se esforçando, e alguns ali o viam como um exibido
e convencido. Outros poucos admiravam sua inteligência.
Aqueles olhares deixavam Damian um pouco
inseguro, embora ele fosse bem mais velho que o restante da classe, e ele temia
ser alvo de bullying novamente.
Ele não notara, mas sua mãe não conseguira resistir
‘a tentação de espiá-lo secretamente e ver como ele estava indo, como estava o
relacionamento dele com os colegas, etc.E ela o observara o tempo todo,
escondida. Queria ter certeza de que nada daria errado, tanto que ela
conseguira aquele dia de folga no trabalho só para acompanhar seu primeiro dia,
e não fora fácil convencer seu chefe a conceder-lhe esta folga !
Para alívio dela, ele estava indo bem. E se
comportando admiravelmente bem. Já não tinha mais dificuldades com
interpretação de texto, não saía mais da classe durante a aula e não ficava
mais no fundo da classe desenhando ou aéreo.
No intervalo, ele, a mãe dele, Jeanne e Adora
se sentaram na mesa da cantina e comeram seus hot dogs. Eles conversavam
alegremente e Damian participava ativamente das conversas, porém Adora notara
um detalhe: ele sempre esperava calado até as outras pararem de falar, para ele
falar. Ele nunca interrompia ninguém, nem nunca falava em cima. ‘As vezes ele
fazia sinal com a mão de que que queria falar, mas via que elas não paravam de
falar e se continha. Isto deu a Adora uma certa insegurança e a deixava em
dúvida se ele voltaria a parar de falar de tanto se auto conter.
Finalmente, ele ficou impaciente e, vendo que
Adora e Madaleine não paravam de falar e ele já tinha terminado de comer fazia
tempo, pegou na mão de Jeanne e a puxou para mostrar os girassóis do pátio para
ela.
Os dois corriam ao vento, e foram numa pequena
colina gramada, onde um pequeno jardim de girassóis se erguia, impávido.
E Jeanne estava tão feliz, tão feliz !
-São lindos, não são?
-São sim, Damian ! Eu nunca tinha visto um
menino gostar de flores, mas acho tão bonito que você goste delas.
-Eu gosto só dos girassóis.
-Posso saber por quê?
-Por que eles são as únicas flores que seguem o
Sol no céu. Seguem a Luz, a luz conduz a vida deles, eles tem uma vida de luz !
-Que lindo, Damian ! Sabia que eu adoro você?
-Eu também adoro você, Jeanne !
E, para a total surpresa dela, ele lhe deu um
beijinho no rosto.
O início de um clima mais romântico estaria pintando, desta vez?
Era grande a esperança dela !
(Por continuar)
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