Jeanne sentiu suas pernas bambearem de emoção...parecia um sonho, ela
estava tão feliz, seu coração de menina se encheu de luz !
Tão feliz ficou que não resistiu ‘a tentação e
retribuiu-lhe com outro beijinho no rosto, ainda que corada de vergonha, e
morrendo de medo de ser rejeitada.
Mas o olhar de Damian para ela era meigo, e seu
sorriso para ela era iluminado, e logo a mão dele pousou nos cabelos dela num
agrado.
No rosto dela, em meio ao sorriso envergonhado
e tímido, grossas lágrimas de emoção corriam, e não eram só por ter recebido
beijo e carinho dele, de ter sido correspondida: também os olhos dele estavam
marejados de emoção, comovidos com a emoção dela.
Ele abriu os braços para ela, e disse:
-Por favor, não fiques triste, senão eu
choro...
Jeanne correu a abraça-lo como se fosse a
última vez de sua vida !
Ela nunca mais se esqueceria daquele dia...
E num cantinho, escondidas observando tudo, também
emocionadas, Madaleine e Adora se abraçavam...
Finalmente o sinal do término do intervalo
tocou e foram todos para a classe, enquanto a mãe de Damian tentava se entreter
na biblioteca da escola.
O restante do dia de aula se passou tranquilo e
sem incidentes, e assim se passaram os dias.
E todos os dias, no intervalo, iam Damian e
Jeanne visitar os girassóis.
Damian seguia indo muito bem na escola, não
sofria mais bullying, e mesmo quando alguns alunos mais maliciosos começaram a
insinuar que ele e Jeanne estivessem namorando, ele não se alterava.
Até que um belo dia, numa das visitas aos
girassóis, Damian soltou para Jeanne, uma pergunta desconcertante:
-Está todo mundo na classe falando que estamos
namorando. Mas o que é este tal namorar?
Jeanne, que sempre fora tão tímida, sentiu suas
pernas bambearem e suas mãos tremerem descontroladamente e ela suava frio, arrepiada.
Alguma coisa lhe dizia que se existia uma hora apropriada para tentar
conquista-lo, era agora !
A muito custo ela se controlou e disse:
-Namorar é quando um menino e uma menina se
amam e são amáveis e carinhosos um com o outro e mais para a frente se casam.
-Se amam? Como assim?
Jeanne, que já estava vermelha de vergonha,
ficou quase roxa da cabeça aos pés, e tentou explicar o melhor que pôde.
-Amar é aumentativo de gostar. Quando a gente
gosta muito de outra pessoa, a gente a adora. Quando a gente adora muito a
pessoa, a gente a ama e quer namorar com ela !
-E o que fazem os namorados?
Agora Jeanne tinha vontade de sumir,
desaparecer, colocar a cabeça em um buraco e não conseguia mais conter a tremedeira de nervosa, tão
envergonhada que estava!
Mas ela sabia que teria de enfrentar esta
situação. E teve uma idéia: -Posso te levar no cinema? Tem um filme muito lindo
passando, “A Rosa e o Girassol”, e lá mostra tudo o que os namorados fazem!
-Tudo bem então, vamos sim, adoro cinema!
No final de semana, no domingo, foram juntos ao
cinema assistir o filme romântico.
Então, o casal protagonista do filme se beijou
na boca, e eis que Jeanne estava doida para beijá-lo, quando, em meio a muitas
pipocas, e tomando refrigerante de modo nada romântico, Damian perguntou a ela:
- O que eles estão fazendo?
Jeanne quase pulou da poltrona e corou de
vergonha dos pés ‘a cabeça !
Com muito esforço, conteve o gaguejar:
-São coisas que os namorados fazem, eles estão
se beijando na boca!
-Então namorar é beijar na boca?
Ela continuava envergonhada e constrangida, mas
respondeu:
-Não é só isto. É andar por aí de mãos dadas,
dar beijinhos no rosto, acariciar o rosto, os cabelos, se abraçar, fazer tudo
junto, passear...
-Então o pessoal da classe fala que a gente
namora por que a gente está sempre de mãos dadas e se abraçando, trocando
beijinhos?
Ele nem tinha idéia como esta pergunta era
embaraçosa para ela, mas ela reuniu sua coragem e disse:
-É, mais ou menos...
-Mas como podem pensar assim, se a gente nunca
beijou na boca?
A menina quase teve um infarto, coração saindo
pela boca, roxa dos pés a cabeça, e disse:
-É que é comum namorados andarem de mãos dadas,
as pessoas associam, mesmo que o casal não se beije na boca...
(Por continuar)
Nenhum comentário:
Postar um comentário