sábado, 25 de junho de 2016

Episódio 61- Sensibilidade de Viver :Interlúdio ETP



Episódio 61:


Mercedes permaneceu quietinha, enquanto Lune falava e quando terminou de ouvir:
-Nossa, Lune, mas que vida a sua !Não tem sido fácil mesmo !Mas olha, eu quero ser sua amiga e te ajudar em tudo o que eu puder, afinal, você está me ajudando tanto...
-Obrigada, Mercedes, sempre é bom poder contar com as pessoas, apesar de eu não estar precisando de ajuda no momento!Bom, já é hora de jantar, vamos descer para o refeitório?
-Vamos lá !
Mercedes se arrumou e Lune já estava pronta  , e logo ambas desciam as escadas juntas. Não demorou, notavam-se sorrisos e olhares maliciosos e maldosos das outras garotas. As duas sabiam muito bem o que isto significa, mas cada uma teve uma reação diferente :a primeira corou de vergonha e a segunda ficou irritada.
Elas se sentaram numa das mesas, e o som abafado dos risinhos chegava aos ouvidos sensíveis de Lune, que foi ficando cada vez mais irritada.
Elas foram servidas, e o mesmo tratamento continuava, até que Lune parou de comer, se levantou da mesa e gritou:
-Qual é que é, heim, gente ? Que maldade, que hipocrisia é esta? Eu vou falar agora e só uma vez: eu e a Mercedes-san não somos um casal, nem somos namorada e não rola nada entre nós !Fui clara?
-Deixou bem claro que você é arrogante e autoritária! E que se vocês estão se defendendo, é por que alguma coisa aí tem ! Ou por que a espanhola aí estaria tão corada de vergonha?
-Ah, mas só podia mesmo ser você, Katsumi-san ! Só podia mesmo ser você ! Você não se toca o quanto você é preconceituosa e xenofóbica !Só ouvi de você pré-julgamentos mentirosos e preconceituosos ! Pombas, não se pode mais ter uma amiga que todo mundo já julga e acha que é lesbianismo , é?
Mercedes enterrou a cabeça entre os braços cruzados na mesa de tanta vergonha !
-Eu vou te mostrar o preconceituosa aqui, sua estúpida ! Eu sou lésbica assumida, e você, que é covarde e não tem coragem de sair do armário?
Agora foi demais !
Lune foi até a mesa de Katsumi e lhe desferiu um tapa na cara com toda a força!
Mas sua oponente não se fez de rogada e pegou no braço de Lune pelo pulso, e como era mais forte do que ela, começou a forçar ele para trás em um movimento que poderia quebra-lo.
-Aaaaaaaai ! Gritou Lune.
-Katsumi-san, pára, para, olha atrás de você !
Gritaram as  demais garotas, de repente.
Uma enorme sombra se projetou da entrada do refeitório, ameaçadora.!
E ela estava ela, impávido colosso, assustando todo mundo, Sakuya e seus músculos gigantes , e logo sua voz trovejante se fez ouvir:
-Ninguém bate na minha amiga e sai ilesa !Katsumi-san, largue a Lune –san imediatamente, agora ! Já fazia tempo que eu vinha querendo te dar uma surra, e agora foi a gota d ´agua !
Katsumi olhou para trás, seus olhos se arregalaram, seu queixo caiu, ela começou a tremer como vara verde, e a suar frio !
Largou Lune na hora !
A gigante avançou sobre Katsumi como um rolo compressor e todo mundo até fechou os olhos e tampou os ouvidos !
Sakuya pegou a adversária pelo braço e começou a dar um soco atrás do outro, e ela balançava como se fosse uma folha seca, até ficar na horizontal, depois a jogou no chão brutalmente como de fosse uma boneca, e agora os socos eram na cabeça, quebrando nariz, mandíbula, os ossos da face, desfigurando-a e tonando seu rosto uma massa de carne e sangue monstruosa. Um golpe no peito lhe quebrou o esterno e ela vomitou sangue pelo que lhe restava da boca.
Até que, deseperada, Natsuki, a mãe de Katsumi, apareceu no salão, e suplicou de joelhos:
-Sakuya-san, por favor, não mate a minha filha ! Por favor, poupe a vida dela , por favor, por favor ! Eu sei que minha filha não presta, mas é a minha filha e eu...eu não consigo deixar de amá-la !Por favor, Sakuya-san, por mim, eu te suplico, pare...
Vendo as lágrimas da dona da hospedaria, Sakuya olhou para Lune, fez um sinal para parar.
Sakuya se levantou e disse:
Tudo bem, senhora Natsuki, só em consideração ‘a senhora e por que a Lune pediu, eu vou parar e poupar a vida dela. Agora preciso ir !
Natsuki correu e abraçou a filha ensanguentada, toda destruída, e Lune ligou para a ambulância imediatamente.Sakuya saiu pela porta com seu ar altivo, como se não tivesse feito nada.
Em poucos minutos a ambulância chegou e levou Katsumi para o hospital, acompanhada por sua mãe, desesperada.
E Lune assistira a aquilo tudo em absoluto choque, traumatizada com a tremenda violência que assistiu! Seus olhos estavam vidrados, a fome sumiu, e ela ,logo após Sakuya ir embora, desmaiou, sendo amparada por Mercedes.
No hospital, foi constatado que Katsumi estava em coma, entre a vida e a morte, com quase todas as costelas quebradas, esterno idem, mandíbula e parte do rosto afundado. Um dos olhos dela descolou a retina e rasgou a parte branca do olho, na verdade, o olho explodira e ela agora estava cega do olho direito. O outro também estava muito ruim, mas dava para salvar.Quse todos os ossos do rosto estavam quebrados, e pedaços de costela perfuraram os pulmões, além de uma hemorragia interna gravíssima, que quase lhe rasga o coração.
Após rápidos exames, ela entrou em cirurgia múltipla de emergência, e respirava com muita dificuldade por aparelhos.
Já Natsuki fazia suas orações para Buda, em desespero, para que lhe salvasse a vida da filha.
A cirurgia durou a noite inteira, e ao sair, foi colocada na UTI, ainda em coma, ainda correndo imenso risco de vida.Uma enorme transfusão de sangue foi necessária durante a operação, e ela teve várias paradas cardíacas e respiratórias, tendo de ser reanimada emergencialmente várias vezes, não morrendo por um fio !

(Por continuar)

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