sexta-feira, 8 de maio de 2015

Episódio 21-Sensibilidade de Viver: Interlúdio


E os treinamentos começaram, e eram rigorosos!
Das sete da noite até a uma da madrugada todas as noites. Kotomi não tinha dó de Lune e judiava dela nos treinamentos: não bastasse o assédio sexual constante, com mãos bobas e beijos indesejados, muitas vezes os treinamentos eram violentos e Lune saía machucada, com cortes superficiais nos braços e pernas e até no rosto !
Ela vivia com band aids por todo lado, e o tratamento brutal e humilhante que Kotomi lhe impunha frequentemente gerava a revolta de Lune , com consequentes punições.
Depois de duas semanas, começaram os rumores na universidade de que a turma de Nagisa iria atacar. Mais dois dias, e um aviso em forma de ameaça apareceu, pichado de madrugada na parede da hospedaria em que Lune estava hospedada, bem debaixo da janela do quarto dela:
“Prepare-se! Se sabe rezar, agora é a hora, sua vida está para chegar ao fim!”
Lune, alertada por Françoise, quando ia para a faculdade, viu, e sabia muito bem quem fazia a ameaça e para quem era.
Ela contou o ocorrido para Kotomi, que respondeu:
-Quando começamos o treinamento, você me chamou de vilã. É, um pouco fantasioso da sua parte, mas, andei pensando sobre isto e sim, me identifico com isto. Tenha a consciência de que você tem uma vilã como amiga e aliada, por isto, este meu tratamento durante seu treinamento. A minha natureza é assim, eu tenho prazer em ser má, tenho prazer em fazer as pessoas sofrerem e ver o sofrimento delas.  Eu nunca fui diagnosticada, mas acho bem provável que eu seja uma psicopata. Assim, você recebeu o melhor e mais cruel treinamento possível, que a fez amadurecer e assumir um pouco da minha maldade, que era necessário para você ser uma boa esgrimista. Eu já ensinei a você quase tudo o que sabia, e você agora já está em condições de enfrentar a Nagisa. Mas não se preocupe, eu participarei desta briga a seu lado quando a turma dela aparecer. Seremos eu, você e a Sakuya-san contra nove adversários. Sim, só a Nagisa e mais duas são garotas, o resto são rapazes, e bem fortes. Elas mantém a fidelidade deles ao grupo através do sexo grupal, inclusive a Nagisa é uma das garotas mais promíscuas que conheço, já foi até prostituta! Seu treinamento está encerrado. Agora vou cobrar o meu preço, e como você é uma garota honrada, que cumpre suas promessas e combinados, vai me levar ao seu quarto para passar a noite com você!
Lune ficou revoltada, mas não havia escapatória possível: ela não podia voltar atrás na sua palavra e Kotomi tinha cumprido sua parte.
Em silêncio ela subiu ao quarto dela e levou Kotomi com ela.
Ao chegar lá, apagou a luz, se desnudou inteiramente e esperou pelo inevitável.
Kotomi também se desnudou se se deitou em cima dela e beijou-lhe a boca.
Eram quase seis da madrugada quando Kotomi saiu da cama de Lune, tomou um banho e se trocou, depois pulou da janela direto para uma árvore próxima e sumiu.
Lune chorava...
Naquele dia ela faltou da aula, deprimida.
Sakuya notou sua falta e foi conversar com ela, e Lune contou o acontecido, e como se sentiu fazendo amor com Kotomi. Na verdade ela se sentia culpada, por que achava que traíra Takeo, e se sentia como se tivesse passado por um segundo estupro, se sentia sexualmente abusada!
Ela contou a Sakuya que não correspondeu a nada, que não sentiu nada, e que não tivera prazer algum naquilo, e ficara o tempo todo pensando em Takeo e chorando. Ela deixou que Kotomi fizesse o que quisesse com ela, e disse que até colocar uma coleira nela e bater nas suas nádegas com um chicote Kotomi fez. Mas sem prazer, sem vontade, sem querer, forçando-se a si mesma. E disse que nunca mais na vida dela iria querer fazer amor com uma mulher novamente. Ela se sentia suja e nojenta como durante o estupro, e queria muito esquecer aquela noite para sempre, pois para ela fora uma noite de pesadelo.
Sakuya a abraçou e procurou consolá-la.
-Quer que eu dê uma surra nela, Lune-san?
-Não, Sakuya-san, deixe para lá. Precisamos dela para nos ajudar no combate, e eu acho que vai ser esta noite!
Alguém bateu na porta:
-Lune-san, chegou uma cartinha para você!
Lune abriu a porta de seu quarto, e pegou a carta na mão.
-Obrigada, Natsuki-sama!
E fechou a porta.
Abriu a cartinha, que era bem sucinta:
“Hoje, às onze da noite, compareça no beco sem saída da rua Itabanashi, no centro. Hoje é o dia em que você irá morrer !”
Depois de ouvir o conteúdo da carta, que Lune leu em voz alta, Sakuya disse:
-Eu conheço este beco. É muito escuro e perigoso. Faz parte do submundo da cidade, onde bandidos, prostitutas e traficantes vivem frequentando, e é muito usado para duelos e combates ilegais. Claro que irei com você, Lune-san, não te deixaria nuca ir sozinha lá. Pode deixar, que eu te protegerei e serei sua retaguarda, pode contar comigo!
-Ai, Sakuya-san...você é tão boa comigo...você é uma verdadeira amiga ! Muito obrigada, quero sim !
Então está combinado! Iremos no meu carro, pois não há maneira de eu caber no seu carro ! Ou ficarei entalada como se fosse sardinha em lata !
-Ah, Sakuya-san, você mesma para me fazer rir estando eu deprimida deste jeito, viu?
E Lune deu um beijo no rosto da amiga.
-Ok, vou indo agora, até a noite!

(Por continuar)

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