Logo que entraram no quarto, Hideo, com cara de
bravo, disse para Maki:
-Amor, eu estou com ciúmes de você com seu pai !
-Eeee?Por que, Hideo-kun?
-Por que você disse que só eu e seu pai tem
direito de tocar em seu corpo onde quisermos e de fazermos o que quisermos com
ele!
-Ué, amor, e não está bom assim?
-Claro que não, Maki-chan !Eu sou seu marido !
-E ele é meu pai! E daí?
-Assim como eu devo fidelidade a você, por te
amar e ser seu marido, você deve fidelidade a mim por ser minha mulher e me
amar !
-Hideo-chan, você tem de ser fiel a mim, mas eu
não tenho de ser fiel a você !Olha, como você falou antes, é meu corpo , não é?
Então não é de você, nem do papai, é meu corpo e eu faço o que eu quiser com
ele! E você não tem nada o que reclamar !Se eu quiser, eu transo com quem eu
quiser, inclusive com o papai, se eu quiser, ok?
-Mas isto é injusto !
-Injusto nada, você é meu marido, não é meu dono
!E quer saber? Você depende de mim, mas eu não dependo de você! Para nada !
Quem tem dinheiro sou eu, você vive nesta casa por minha causa e pelas nossas
filhas, e se quiser continuar aqui e não passar fome no meio da rua, vai ter de
aceitar estas coisas !Lembre-se de que se você me abandonar, e abandonar suas
filhas, é de você que falarão mal, você é quem será o canalha , sem vergonha, e
além de passar fome no meio da rua terá de ver meu pai me assumir e às minhas
filhas e eu continuar criando-as numa boa, e elas não precisando de você !Além
disto, a maioria das pessoas nesta família são mulheres e todas me apoiarão,
sem falar que é capaz que você apanhe do papai também !Então trata de calar sua
boca e ficar quietinho , abaixar sua cabeça e aceitar minhas coisas e minhas
ordens, ou será pior para você !O fato de eu te amar não te torna
indispensável na minha vida !
Hideo ficou pasmo! Cadê aquela menina alienada,
inocente, pura, doce, meiga, infantilizada?
Maki tinha lampejos de maturidade e de vez em
quando revelava um lado dela bem racional, que o deixava desconcertado. Ele
estava boquiaberto, simplesmente sem saber o que responder.
-Bom, quem cala consente. Mas já que você foi
grosseiro e mal educado comigo, por hoje não tem mais sexo, e eu vou dormir e
você vai me respeitar e fazer o favor de não me tocar a noite toda, ou eu te
acuso de estupro diante da família inteira !
E Maki mandou ele se virar de costas para ela,
enquanto ela colocava uma camisola e se deitava.
Ela se enrolou nas cobertas de modo a impedir que
ele dormisse de conchinha com ela, e o mandou dormir de costas para ela.
Hideo tinha vontade de chorar e ficou encolhido
na cama e posição fetal, deprimido, se sentindo um lixo. Algumas vezes em
colocava em dúvidas se Maki realmente o amava.
Repentinamente, Maki, colocou a pá de cal na
noite dele:
-E quer saber?Hoje no jantar fiz tudo isto de
propósito e sim, eu senti muito prazer sexual em tudo o que papai fez em mim e
sim, eu tenho muito desejo por ele sim, e sim, eu adoraria, no fundo, no fundo,
de fazer amor com ele, e sei muito bem que ele está louco para fazer amor
comigo, eu é quem não tive coragem ainda !
Se Hideo já estava arrasado, agora ele tinha
vontade de sumir, entrar dentro de um buraco e nunca mais sair !
Na cabeça dele, para ela ele era apenas mais um,
e era apenas um escravo sexual para ela, que poderia descarta-lo quando
quisesse. Ele se sentia mais inseguro do que nunca !
Ele não podia ver, mas Maki sorria !
E a noite passou e o novo dia começou.
Hideo acordou desanimado, deprimido, frustrado, completamente
desmotivado na vida.Práticamente se arrastava na rua a caminho da escola, atrás
de uma Maki alegre e auto confiante, que conversava animadamente com Myumi, Kuome
e Midori.
Enquanto isto, depois que todos partiram para a
escola ou trabalho, Kaede recebeu seu café da manhã em seu quarto.
Sua cadeira de rodas estava junto à janela, e a
bandeja, em cima do carrinho tinha as guloseimas que ela gostava.
Súbitamente, um corvo pousou na janela aberta.
Kaede não se assustou, no entanto:
-Oi, meu amiguinho, veio me ver outra vez? Quer
comer comigo?
-Cráaa !Cráaa !
Crocitou o corvo.
Com os hashis, Kaede lhe deu uma porção de arroz,
que ele pegou com seu bico afiado. Não demorou, e ela acariciava a cabeça dele
com delicadeza.
-Você é muito bonito, rapaz !E em você eu sei que
posso confiar.
Disse Kaede, animadinha e encantada com o pássaro
negro, de olhar feroz, mas, que de certa forma, se identificava muito com ele e
ele com ela.
(Por continuar)
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