Amanhecia o dia seguinte e era um belo domingo de sol. Sakuya
apareceu no quarto de Lune e a convidou
a ir ao shopping com ela.Esta, sem pestanejar, convidou Rose para ir com
elas, que topou na hora.
Como nos minúsculos carrinhos de Lune e Rose só cabiam
duas pessoas, foram as três no jipão da Sakuya.
Porém, colocar aquele mostro nas vagas do shopping não
fora nada fácil.
Pouco depois estavam passeando pelos corredores,
conversando animadamente:
-O difícil é achar uma roupa que me sirva e me caia bem !Sempre
me dão roupas masculinas !
-Isto é preconceito, Sakuya-san, um absurdo !Eu vejo mesmo
que você sempre se veste como um soldado !
-Pois é, Lune-san, eu queria me vestir melhor, mas acho
que ou eu costuro minhas próprias roupas, ou eu mando fazer por encomenda, viu?
-Sakuya-san, deixa com a gente ! Conosco do seu lado ninguém
vai te tratar como homem !
-Obrigada, Rose-san !Outra coisa que tenho dificuldade é
achar lingerie para mim !Já teve gente que me disse que eu estava na loja
errada, ou me ofereceu cuecas..ai, que raiva !
-A Rose-san tem razão, Sakuya-san, não vamos deixar isto
acontecer mais !
-Lune-san, você é tão legal, é uma grande amiga !
-Vovê também, Sakuya-san, você é muito especial !
-Olha, ali tem uma loja de lingeries, vamos lá?
Disse Rosa.
-Vamos lá !
Responderam Lune e Sakuya, animadamente.
E entraram na loja. As vendedoras ficaram de olhos
esbugalhados ao verem o trio diferente, já que afrodescendentes são raríssimas
no Japão e mulheres halterofilistas, mais ainda !
Elas começaram a olhar as lingeries, quando uma vendedora
arrogante veio abordá-las:
-Desculpe, senhor, esta é uma loja de artigos femininos e
devo convidá-lo a se retirar!
-A Sakuya-san não é homem, é mulher !
Protestou Lune.
-Por favor, senhorita, não argumente comigo, ele não pode
ficar nesta loja, mesmo que seja seu namorado e...
Rose pediu a identidade de Sakuya e a mostrou para
vendedora:
-Olha o que está escrito aqui !Sexo feminino !
-Olha, senhorita, também não admitimos transexuais e
travestis em nossas lojas, são normas da loja, por favor não insista , ou terei
de chamar o segurança!
-Escuta aqui, sua tapada ignorante! Ela é mulher, mais
mulher do que você, e nem você nem a loja tem o direito, nem podem alegar
direito de terem preconceito !Vocês são obrigadas a atender a Sakuya-san por
lei, do mesmo jeito que a gente ! Ou as regras da loja estão acima da
Constituição do Japão?
-Já chega !Não vou ouvir mais nada, já que vocês vieram
aqui fazer baderna e confusão , eu vou chamar o segurança para expulsar vocês
três daqui !
-Pois chame, sua estúpida, chame, que a gente te processa
e processa a loja por danos morais e preconceito !Além de preconceituosa , é
autoritária ,arrogante ,ditatorial e burra, por que não entendeu nada do que a
gente disse !
Replicou Rose;
-Quem não está entendendo são vocês, baderneiras, não
quero escândalos aqui !
-A única que está fazendo escândalo, baderna e confusão
aqui é você ! E está vendo isto aqui? Nós temos dinheiro !Muito dinheiro ! Nós
viemos para comprar, você é quem insiste em não vender !
Disse Lune,olhando para Sakuya, de cujos olhos saíam lágrimas,
ela se sentia profundamente humilhada.Ela tremia de nervosa e mal segurava os
punhos.
-Sakuya-san, não bata nela, ou a lei estará contra você!
Alertou Rose.
-Chega! Segurança, venham tirar este homem e as duas
baderneiras daqui !
O segurança chegou, mas quando viu o tamanho de Sakuya e
seus braços musculosos, deu um passo para trás,vacilante.
-Voc~e não presta para nada !Não serve para nada mesmo, incompetente,
eu vou chamar a polícia !
-Pois chame !Chame, que quem vai sair presa daqui é você !
Disse Rose.
-Ahaaaam !
Ouviu-se um pigarrear profundo e feminino.
-Akane-san ! O que fazes aqui?Você não mora em Kyoto?
-Oi, Lune-san, estou de férias,viajando para cá como turista, mas vejo que tenho um
trabalhinho fazer aqui!
Respondeu a policial Akane,olhando para a vendedora com um
olhar feroz. A vendedora gelou na hora ao ver a farda e o distintivo!
Akane então falou para a vendedora:
-A senhorita está presa em nome da lei !Por preconceito
,danos morais e difamação !
E as algemas brilharam na mão da vendedora.
A vendedora finalmente se deu por vencida, e logo chegava
o gerente, afobado, onde a situação foi explicada, e ele logo pediu desculpas.
No fim, fez-se um acordo e a vendedora escapou de ser
presa e as garotas puderam comprar suas lingeries ‘a vontade. Mas não foi
achado qualquer sutiã que servisse em Sakuya, e achar uma calcinha que coubesse
nela foi um sacrifício, mas ao menos isto acharam.
Episódio concluído, elas agradeceram à Akane, e as quatro
amigas resolveram ir na praça de alimentação, num restaurante de fast food de
sanduíches fazer uma boquinha, enquanto
conversavam entre si.
(Por continuar)
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