domingo, 5 de agosto de 2018

Episódio 304-Admirer Voyages !



Mas naquela noite, nem todo mundo fora dormir.
Dina ainda estava na Enfermaria, e já tinha passado pelas intervenções clínicas- médicas para reparar os sintomas da falsa gravidez psicológica.
Agora, ela descansava no leito de recuperação de pacientes e era atendida pela Oficial Psicóloga Chefe da nave, a Dra. Celine, para a qual descreveu seu sonho.
Na verdade , só estavam as duas na Enfermaria, pois Nádia e suas enfermeiras já tinham ido dormir.
-Então, Capitã, a senhora sente culpa por ter um desejo sexual secreto e inconsciente pelo menino Terry?
-Não, Doutora, a senhora não entendeu, eu não tenho desejo por ele...
-Não foi o que seu sonho me disse.Sonhos são expressões do Inconsciente em seus desejos mais íntimos  e  secretos.E geralmente contrastam fortemente com a Consciência e seus conceitos e vontades, por isto o complexo de culpa, bom, fora o tabu, as leis...mas muitas vezes tem um fundo maternal..já ouviu falar dos Complexos de Édipo e Electra?
-Eu, não, eu não sinto atração sexual por meninos, nem por homens, eu sou lésbica, só sinto atração por outras mulheres, e sou fiel ‘a Amber !
-Sim, sim, eu sei, não estou questionando sua homossseualidade, só que ela é consciente, seu Inconsciente é outra coisa, e é ao Inconsciente, e não ‘a Consciência, que seu corpo responde. Se a senhora teve sintomas de gravidez psicológica após seu sonho, significa que a senhora , conscientemente , pode não ter desejo por meninos, mas seu corpo tem !É uma prova cabal disto...
-Doutora, a senhora está querendo me incriminar, acabar com a minha carreira?
-Huum, então é este o seu temor...claro que não, Capitã, estou agindo profissionalmente !
-Humpf !Não está me ajudando em nada...
-Já parou para pensar que talvez, no fundo, a senhora possa ser bissexual?
-Nunca !Jamais ! Nunca aceitarei que coloquem um maldito e imundo pênis dentro da minha vagina ! Nunca !
-Calma, calma, Capitã, acalme-se, eu não quis ofendê-la ! Bom, vamos então começar a investigar: por que tanta raiva do pênis? A senhora tem algum trauma relacionado a pênis na sua vida, sobretudo  na sua infância?Foi abusada , molestada ou estuprada quando criança?
-Eu tenho mesmo de falar sobre estas coisas, Doutora?
-Embora não seja um assunto agradável nem interessante para a senhora, é necessário, Capitã?
-Para você é?
-Ahaaaam, não sou eu quem estou sendo analisada aqui, Capitã...
-Fiquei curiosa de saber !
-Também não, e não é com prazer que toco neste assunto, mas é necessário para os procedimentos profissionais! Agora, sem mais delongas, por favor responda as minhas questões !
-Sim, eu fui, quando eu tinha sete anos !
-Por quem, e qual a idade?
-Meu melhor amigo, ou, pelo menos ele era, até fazer isto comigo !Ele tinha dez ou onze anos de idade.

-Conte-me mais sobre isto, por favor, Capitã...
-Estávamos na casa da minha família, e ele era meu vizinho, e nós já éramos amigos há uns dois anos e tanto.Um dia, ele foi dormir na minha casa...
-Ele dormia com a senhora, no seu quarto?
-Claro que não, tínhamos um quarto de hóspedes, e eu dormia no meu quarto!
-Muito bem, pode continuar...
-Naquela noite, passamos pelo quarto de meus pais, e eles tinham deixado a porta entreaberta, e os dois estavam tendo uma relação sexual. Curiosos, eu e ele ficamos olhando os dois escondidos e chamamos a isto de “brincar pelado”. Depois fomos para meu quarto e comentamos entre nós o quão inusitada era a cena que vimos, e então, ele me sugeriu que brincássemos pelados também.No início, resisti, pois tinha pudor, vergonha de que ele me visse nua.Mas então ele sugeriu fechar a porta e apagar a luz, assim, ninguém conseguiria ver ninguém pelado. Aí, eu aceitei, e tiramos nossas roupas. Completamente. Ele se deitou em cima de mim e começou a passar as mãos em minhas nádegas e na minha vagina, e eu me senti mal, não gostei, mas ele gostou, me virou de costas para cima, e começou a encoxar nas minhas nádegas, e eu mal podia respirar !
Eu pedi para que ele saísse de cima de mim, e fosse ir dormir no quarto dele. Nas vezes seguintes, a cada vez que ele tinhaoportunidade de ficar sozinho comigo, cometia novos abusos, mesmo eu pedindo para que ele não fizesse isto.Um dia, porém, ele foi mais longe, e colocou os  dedos dentro da minha vagina, e aquilo doeu, machucou e gritei.Briguei com ele por um bom tempo, mas acabamos nos reconciliando meses depois, por força de meus pais e dos pais deles, que não sabiam de nada.
Um belo dia, fomos fazer um piquenique no parque, e acabamos nos separando de meus pais, e ele me empurrou para uma moita alta na vegetação, e tirou minhas roupas.
Eu pedi para ele parar, mas ele estava sexualmente muito excitado, e abriu minhas pernas e me penetrou, e fez sexo vaginal em mim e me desvirginou.Doeu horrores, mas o trauma foi ainda pior! É dor na alma...e aí, sangrando, me separei dele de vez. Acabei confessando para minha mãe o acontecido, o garoto foi denunciado e foi condenado por pedofilia, e, felizmente, desapareceu da minha vida.
-Entendo...e a senhora sofreu mais algum estupro, em outras idades?Foi por conta disto que a senhora se tornou homossexual?
-Não, felizmente, nunca mais...não, eu já era atraída por outras meninas desde os seis anos de idade, quando eu tive uma amiga com quem gostava de brincar de namorar e nos beijávamos, mas era algo muito inocente, não passava disto.
-E a senhora teve pesadelos com pênis ou estupros depois da violência sexual que a senhora sofreu?
-Tive sim, por anos a fio, até o fim da adolescência. Mas faz quase uma década que não tenho mais, ou, ao menos, não tinha.
-O garoto que lhe abusou, ele era fisicamente parecido com o Terry Jr. ?
-Não, aquele era ruivo e sardento, o Terry é diferente, e mais encorpado que ele também.
-Entendo.Qual sua relação com gravidez?
-Eu engravidei apenas uma vez, por inseminação artificial, pois queria ter uma menina, mas depois,nunca mais tive vontade.
-E a senhora teve esta menina, ou a abortou?
-Tive sim, devido a minha carreira na Frota, depois de alguns anos, já crescidinha, ficou aos cuidados de minha irmã. Há muito tempo não a vejo.
-Huuum, interessante... e a senhora tem boas lembranças de sua gravidez?
-Sim, algumas das melhores de minha vida !Lembranças muito felizes !
-Humhum, muito bom ! Muito bem, acredito que seu Inconsciente possa ter misturado suas lembranças do garoto que lhe estuprou, com as de sua gravidez, e que, inconseientemente, você tenha ficado com saudades de sua gravidez  e de sua filha, e tenha tido vontade de ficar grávida de novo ,  e a vontade e a saudade foi tamanha, que seu corpo respondeu desta maneira... bom, por hoje chega, estamos ambas cansadas, a senhora está de alta e pode voltar a seus aposentos, procure descansar. Quero que a senhora consulte comigo semanalmente.Dispensada !
-Eu, como Capitã, é que deveria dizer isto...boa noite, Doutora !
-Boa noite, Capitã !
E cada uma foi a seus próprios aposentos.

(Por Continuar)

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