quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Episódio 45-Sensibilidade de Viver: Gestação !




-Isto foi um refluxo , por ter comido demais. Fofa, vá ao banho, se sente no vaso e solte todos os gases que tiver, pela boca e pelo ãnus, solte tudo, até acabar. Quando você chegar, um copo de água estará esperando por você.
Lune então se trancou no banheiro, e ficou quase uma hora lá. Quando saiu, já recuperada...
-Querido, nem entre no banheiro agora. Até fechei  a porta, de tão insuportável que está o cheiro !
-Tudo bem, querida, tome sua água, vai te fazer bem !
Ela tomou e se sentou na cama.
-Estou com medo de ter refluxo de novo...traumatizou !
-Querida, fique tranquila...eram os gases que estavam empurrando a comida para fora, agora você já os expulsou, não vai acontecer mais, fique tranquila.Olha , vou colocar outro travesseiro para você, para sua cabeça ficar mais alta, assim você não correrá perigo.
-Tudo bem...
-Apóia sua cabecinha no meu peito e dorme, meu anjo, vem para os meus braços...
Agora sim, tranquilizada, e se sentindo acarinhada, Lune adormeceu como um anjo, e dormiu profundamente o resto da noite.
 O dia seguinte era um dia normal de trabalho, e desta vez Takeo precisou acordá-la, para que ela não perdesse a hora.
-Fofa, acorda !
-Que horas são?
-Seis horas!
-Me deixa dormir, vai...
-Querida, você precisa se arrumar, se vestir, tomar café da manhã, ir até a estação de trem, pegar o trem até Kyoto, pegar um metrô e chegar ao trabalho! Se não levantar logo, vai chegar atrasada !
-Que dia é hoje?
-Segunda feira !
-Ai, não...que droga...está bem, está bem, estou levantando...
A muito custo ela se levantou.
Takeo não precisaria levantar tão cedo, pois seu trabalho era bem mais perto, mas, marido zeloso, ele não queria que ela chegasse atrasada justamente do segundo dia de seu novo emprego, então já deixou o banho preparado para ela, escolheu as roupas de trabalho dela e as colocou em cima da cama, e foi preparar o café da manhã dela.

Era tal o sono, que por pouco Lune não adormeceu debaixo do chuveiro.
Sabedor disto, Takeo fez uma xícara de café bem forte para acompanhar o desjejum dela.
Ela se trocou tal qual um robô, escovou os dentes  mecanicamente, se perfumou, se penteou e vestiu suas roupas de trabalho , elegante e bem sociais, mas que ela achava sem graça. Por ela, iria de calça jeans.
Colocou a meia calça escura por cima da lingerie, e depois a saia que ia quase até os joelhos e se fechava quase no umbigo. A camisa de manga comprida e o terninho vieram depois. O sapato social foi o último item.
Ela se sentou na mesa para iniciar seu café da manhã, mas Takeo chegou com um guardanapos de pano gigante e o amarrou no pescoço dela como se fosse um babador.
-Não queremos que você chegue no trabalho com a roupa suja, não é amor?
-Me sinto ridícula com isto , mas...uuuuaaaaah...obrigada!
-Tome esta xícara de café primeiro, anjo, por favor !
-Mas deve ter meio litro neste negócio...
-Para você não chegar lá bocejando, doçura...
-Você sempre cuidando de mim, preocupado comigo...tudo bem, tomarei então !
Por fim, Lune foi avante com seu café da manhã, terminou e se despediu de seu marido, tomou o elevador, foi para a garagem, pegou seu carro e foi para a estação de trem, onde deixou o carro no estacionamento e embarcou no trem para Kyoto. Não demorou, e saiu da estação bem em frente da entrada da faculdade.
Lá , como de costume, foi muito bem recebida, e foi direto se reunir com sua equipe.
Seu dia transcorreu normalmente, e foi bem agradável, embora cansativo, e ao final da tarde, pegou o trem novamente , depois o carro e chegou em casa.
Agora era o contrário de antes: antigamente era ela quem chegava primeiro  e Takeo quem chegava depois. Agora era o marido dela quem chegava primeiro e ela chegava depois.
E ao chegar, ela teve a agradável constatação de encontrar a mesa do jantar pronta e a louça limpa, o marido já de banho tomado e bem arrumado.
Eles se cumprimentaram com um selinho carinhoso.
Durante o jantar:
-Amor, você me parece meio jururu hoje...é só cansaço?
-Ah, Takeo-kun...
E Lune soltou um profundo suspiro.
-É impressão a minha ou você está sentindo falta de alguma coisa?
-Você me conhece mesmo, meu querido...a resposta é sim ! Estou sentindo falta dos meus livros de filosofia... eu não tenho tido tempo para ler mais os livros que gosto, só tenho lido documentos históricos...

(Por Continuar)

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