domingo, 20 de novembro de 2016

Episódio 67- Sensibilidade de Viver:Interlúdio ETP



Enquanto isto, no quarto de Lune, ela finalmente se recuperou e resolveu se trocar. Tirou das gavetas uma lingierie amarela, sua cor predileta, não muito decotada, mas confortável, de algodão mole (ela não gostava de elásticos fortes que marcam e oprimem a pele), e dos cabides tirou um vestido razoavelmente longo, que ia até os joelhos, também da mesma cor, com um decote quadrado e pouco revelador. Colocou sapatos tipo dockside na cor caramelo, e meias amarelas, e se olhou no espelho enquanto se penteava, passava desodorante e perfume.
Ela estava pensativa, e sabia que teria de encarar Takeo e sua família.Bom, não havia mesmo outra maneira mesmo, uma hora ela teria de sair dali, não poderia ficar ali para sempre.
Resolveu então tentar agir normalmente, como se nada tivesse acontecido, afinal, ela estava capotando de saudades de Takeo !
Enfunou peito, colocou o busto para a frente para cima, levantou a cabeça e esboçou um sorriso torto, tão amarelo quanto suas roupas.
Ela se recriminava por estar sendo falsa e estar atendendo ‘as regras sociais, e também ‘a hipocrisia social, e para ela ser bem franca consigo mesma, ela mesma se sentia hipócrita, mas era a única maneira que ela via para quebrar o clima de intenso gelo que ela sabia que estava rolando na sala.
Desceu as escadas após fechar a porta de seu quarto, e encarou a sala.
Encontrou Takeo e os pais vermelhos de vergonha dos pés ‘a cabeça, e Ruri e Megumi, após perceberem que a piadinha de Megumi não surtira o efeito desejado, tambe´m deste mesmo modos estavam, meio encolhidas no canto de um dos sofás.
. Após terminar de descer as escadas, Lune veio numa corridinha meiga e delicada que mais parecia a de uma típica cena de anime, e um largo sorriso no rosto e soltou um gritinho:
-Takeo-san !Ai, Takeo-san, que lindo, você veio me ver !Quantas saudades !Quanta falta senti de você, meu amor !
Takeo, percebendo a encenação forçada, tratou de exibir um tímido sorriso e abriu os braços e a recebeu com um abraço apertado.
-Me beija dos dois lados do rosto, depressa !
Sussurrou Lune no ouvido dele.
Ele a obedeceu incontinenti.
-Eu também estou muito feliz em revê-la e com muitas saudades !
Ele disse em voz alta, após cumprir o pedido dela.
-Sejas bem vindo, meu amor !
-Você também, minha amada noivinha !
Lune então ficou abraçadinha de lado com ele e disse para a família:
-Ai, é tão bom estar em casa de novo, a minha casa, meu lar !
-Nós também estávamos com muitas saudades suas, filha !
-Tenho certeza que sim, papai !
Foi quando a campainha tocou.
-Deixa que eu atendo !
Disse Lune, indo correndo para porta, que ela abriu sem nem olhar quem seria.
-Ryu-san ! Sasami-san ! Quanto tempo ! Entrem, entrem , por favor!
O irmão de Takeo e sua namorada entraram e cumprimentaram a todos com o tradicional cumprimento japonês.
Para Momiji e Kazuo, era um enorme alívio aquelas visitas, pois fazia-os esquecer da vergonha que tinham acabado de presenciar.
A mãe de Lune pediu licença e foi preparar um chá para todos.
Todos devidamente acomodados nos sofás e poltronas, começaram a conversar animadamente. Foi quando Otaru chegou na sala, perguntando para a irmã:
-Onee-san, a Megumi-san disse que você tinha caído do céu para o Takeo-san. Não entendi...
Agora foi Lune quer corou dos pés ‘a cabeça.
Kazuo, vendo o desconforto e o constrangimento da filha, tentou  intervir:
-É que Lune-san foi um verdadeiro presente dos Deuses na vida do Takeo-san, Otaru-chan.
Megumi beliscou o braço de Otaru, mandando a mensagem para ele ficar quieto e não argumentar.
Mas ele não se tocou:
Eu vi da minha janela a Lune cair pelada da janela dela direto nos braços do Takeo-san!Só não sei se ela que resolveu pular para ele pegá-la, ou se foi um acidente !
Otaru estava com o gato Sartre nos braços.
Não só Lune, mas todos ali coraram de vergonha até ficarem roxos, mas desta vez Lune não aguentou mais!
Largou Takeo e foi para cima de Otaru e torceu-lhe a orelha com tanta força que a cabeça dele se abaixou até a altura do busto dela, e o arrastou dali para o quintal, passando os dois pela mãe espantada, e Otaru berrando de dor.
Depois de chegar no quintal, Lune o empurrou com tanta força, que ele caiu no chão.
-Levante-se, que eu não bato em homem caído !Moleque !
Otaru mal se levantou e recebeu o mais forte tapa na cara de sua vida. E outro, e outro, e mais outro.
-Isto é para você não me constranger e envergonhar na frente de todo mundo, moleque idiota ! Sem noção, não percebe o quanto isto é vergonhoso para mim, não? Qual é que é, heim, seu estúpido?Toma esta ! E mais esta ! E mais esta !
E os tapas se sucediam, até que, repentinamente,o braço dela foi parado em pleno ar.
A cara de Otaru tinha uma expressão de raiva e seu olhar era feroz.
-Eu não sou mais um menino para você ficar me batendo deste jeito ! Cansei ! E quer saber? Tirei fotos de você pelada caindo da janela com meu celular e posso mostrar para todo mundo ! Posso até enviar para seus amigos e para suas colegas de faculdade !
-Chantagista !Você não se atreveria ! Me dá seu celular ! Vamos !
-Será que eu não me atreveria mesmo?
O sorriso dele agora era pervertido e perverso,  e o olhar dele centrou-se no decote dela.
Lune colocou os braços na frente do pequeno decote,envergonhada e assustada.
-Eu poderia exigir certos favores em troca de apagar estas fotos.E não precisa esconder este decotinho, eu já vi tudo mesmo !
Lune engoliu em sêco.Ela já percebera que tipo de favores dela que ele queria !
De cabeça baixa, olhos no chão, vermelhíssima, ela murmurou:
-Nunca. Nunca irei para a cama com você, onii-chan.Prefiro que poste as fotos e revele para todo mundo. Mas nunca mais vou falar com você, nem olhar na sua cara se você fizer isto. Eu não confio mais em você,este não é mais aquele irmão que eu cuidei quando era criancinha. Voc~e agora é um monstro. Um Monstro perverso. Sartre tinha razão...o Homem é aquilo que ele faz de si mesmo !
As lágrimas escorriam do rosto de Lune, que colocou as mãos na frente dele e começou a chorar.
Porém, eles não perceberam que Momiji, na porta da cozinha  vira tudo e ouvira tudo.
E quando menos esperavam, ela apareceu com um martelo de bater carne na mão, e arrancou o celular da mão de Otaru, o jogou no chão e o martelou, destruindo-o completamente.
-Pronto , acabou a chantagem ! Sua própria irmã, Otaru-san, sua própria irmã...você não tem  vergonha?Você me envergonha e envergonha a  toda a família ! Não bastava você engravidar a Megumi-san tão novo, ainda quer engravidar a própria irmã? Até onde vai a sua desonra?
E Otaru recebeu um novo tapa na cara.
Desta vez ele não reagiu.
-Eu poderia contar tudo para a Megumi, mas eu não sou como você, eu tenho caráter! Peça desculpas para sua irmã e peça agora !

(Por continuar)

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