segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Episódio 7- Minisérie: As Piratas também Sonham:A Princesa e o Galeão Inglês

-Você é uma boa maruja, Hellen, e merece, fez por merecer. E Françoise, admiro sua coragem ! Chamar a Léa, uma das piratas mais ferozes da minha tripulação, de caolha, olha, nunca ninguém tinha feito isto antes !Ahahahah !
E June subiu as escadas, de volta para o tombadilho.
-Desculpe-nos, Fran, por favor!
Eram as vozes de Léa e Vivian ao mesmo tempo falando para a princesa, que fez um gesto de sim com a cabeça.
Elas se retiraram, e já no tombadilho, uma disse para a outra:
-Ela ainda nos paga por ter nos denunciado! O que é dela está guardado !
-Não pense que será fácil, Léa, agora ela tem a Hellen como protetora e a Capitã também!
-Droga, Vivian, droga, que droga!
Foi quando Carmen, que espiara a cena da briga, mas ficara quieta o tempo todo, se aproximou das duas e disse:
-Uma vez covardes, sempre covardes ! Vocês deveriam se envergonhar de conspirar contra uma garotinha indefesa, uma criança !
-Olha quem fala! Não foi você quem quase matou-a por ter te chamado de escrava?
-Engula sua língua, cobra do mar !Só  agora percebo o quanto você é venenosa, Léa ! Eu não admito que me chamem de escrava, mas também não admito que chamem outras pessoas de escravas, ainda mais uma criança. Eu ao menos me arrependi do que fiz e pedirei desculpas a ela, e não guardo rancor, nem mágoa ou vingança dela, nem de ninguém, diferente de você !
-Agora ela te pegou, Léa...
Disse Vivian, dando uma risada depois.
Léa ficou em silêncio, remoendo seu ódio. O olhar de seu único olho para Carmen foi feroz.
-Acho bom você parar com este seu olharzinho intolerante, sua bruxa do mar, eu sei muito bem que você tem preconceito de mim, mas não tem metade da minha dignidade, e se eu pegar você  machucando a Fran, você não terá de se ver só com a Hellen, mas comigo também, afinal, eu fui capaz de perdoar a menina por ela ser só uma criança nobre e mimada que nem sabe o que diz, mas você não tem a minha nobreza, o que me sobra de dignidade lhe falta em caráter !
Diante das palavras de Carmen, a mão de Léa incrispou- se no cabo da espada e ela tremia de raiva.
Foi a vez de Vivian intervir:
-Pára !Chega !Não queremos mais problemas com a Capitã nem com a Imediata !Vamos trabalhar, que já já a Long Legs Laura vai nos dar uma bronca daquelas !E você sabe como ela é chegada na Capitã !
Léa deu as costas para Carmen, e foi embora bufando.
Na cozinha, Joanna vendo o clima, subiu as escadas também.
-Filha, fique tranquila, agora ninguém mais vai te separar de mim, e seremos uma família!
Françoise fez um carinho no rosto de sua mãe adotiva e deu-lhe um beijinho no rosto.
-Eu te amo, minha mãe!
Hellen também beijou e acariciou o rosto e os cabelos da filha adotiva, e respondeu:
-Eu também te amo, minha filhinha querida...agora preciso ir trabalhar, termine seu trabalho, depois eu quero te ensinar a regular as velas.
Françoise era birrenta, arrogante, pedante, mas no fundo , no fundo, tudo aquilo era apenas uma carência afetiva profunda, e ela era na verdade uma menina carinhosa e amorosa , que só precisava ter seus sentimentos correspondidos para mostrar como ela realmente era. Na verdade, ela era uma boa menina, só precisava ser amada!
-Sim, senhora !
Agora era com alegria e um luminoso sorriso no rosto, que Françoise foi limpar os pratos, talheres e canecas, enquanto Joanna retornava, também com um sorriso para ela, e a menina via sua mãe adotiva subir as escadas.

Um pouco mais tarde quando retornava da cozinha depois de guardas as louças e talheres no armário, a princesa ouviu um grito de Diana :
-Navio à vista ! Navio à vista !
June logo se aproximou do mastro principal e perguntou:
-Consegue identifica-lo?
-É o galeão inglês que vimos no porto, senhora! Está nos perseguindo !
-Esta não ! Mais essa agora ! Por esta eu não esperava! O Visconde deve ter pedido aos ingleses para resgatarem a Françoise ! Atenção, postos de batalha ! Postos de Batalha ! Todas a seus postos ! Canhoneiras, já para seus canhões !
Bradou  June.
-Como vamos fazer, Capitã?
-Temos de manobrar para ficarmos atrás deles !
-Senhora, acho que não vão querer atirar em nós, nem afundar-nos, afinal, querem a menina viva!
-É verdade, mas não podemos deixa- los nos abordar, eles provavelmente estão em número bem maior que nós e uma abordagem deles seria fatal! Bianca, todo leme a bombordo ! Agora !
-Capitã...
-Fran, o que você está fazendo aqui, menina? Vá se esconder na terceira galé, aqui é perigoso!
-Eu queria saber como vamos enfrenta-los pois pelo que contei do alto do castelo de proa, eles tem uns cem canhões e pela contagem que fiz, nós temos uns vinte, só !
-Deixa isto comigo e não se meta, vá logo para o porão, obedeça ! Pensa que não sei disto, menina?
-Sim, senhora...
E lá se foi a princesa, resignada.
Morta de medo, não teve coragem de adentrar o terceiro deck, ficou sentada na escada, quando subitamente se sentiu enjoada e com ânsia de vômito. Não tinha outra escapatória, subiu até a escada do segundo deque, foi na primeira janela de canhão que encontrou e regurgitou. Mas agora ali estava com várias piratas preparando os canhões, e elas  mandaram que a menina descesse para a terceira galé.
A batalha por ela finalmente iria começar !
No navio de guerra inglês:
-Almirante já estamos próximos do navio das piratas !
-Eu não sou cego, Imediato, estou vendo!
-Quais as ordens, senhor?
-Temos de resgatar a princesa, então não podemos afundá-las, mas podemos imobilizá-las. Vamos iniciar uma curva a bombordo e atirar nas velas delas !
-Não será perigoso, senhor? E se um dos mastros cair em cima da menina?
-Elas não são burras, devem tê-la escondido nos decks abaixo. Vamos lá, ao ataque, a todo pano !

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