quarta-feira, 11 de maio de 2016

Capítulo 13-Minissérie: Adora-Alguém como você



Este , por sua vez, tinha um grande cronômetro digital em cima de uma mesa, e o disparou, programando-o para parar em quinze minutos, e olhou no seu relógio. Ele determinou para si mesmo que ela tinha a obrigação férrea de chegar em exatos quinze minutos, pois para ele, se ela disse quinze minutos, ela prometeu, e quem promete , tem obrigação férrea de cumprir rigorosamente o que prometeu, e ele exigiria que ela chegasse nos quinze minutos previstos, e colocou-se a planejar todo o ritual de atitudes que ele faria para recebê-la em casa.
Mas Adora teve de parar em um posto de gasolina para abastecer no caminho, e acabou demorando dezessete minutos.
Depois de checar e rechecar mentalmente todos os passos do roteiro do novo ritual de rotina que ele tinha bolado para receber a professora, ele começou a verificar se ela já tinha chegadoo, abrindo a porta da frente, checando o portão, a rua, e batia com os calcanhares no chão sem parar, quase dando pulinhos, de ansioso, e a cada minuto conferindo o cronômetro e seu relógio.
Depois que deu quinze minutos, a fisionomia de seu rosto mudou de ansioso para bravo, pois ela não cumprira sua promessa e não obedecera o planejamento dele, e todo o cronograma de atos  de recepção que ele bolara fora estragado e tinha de ser constantemente replanejado, trabalheira que o irritava.
Finalmente, olhando da rua, ele viu  carro dela e o reconheceu de longe. Correu para dentro, trancando portão e porta da frente e , andando em círculos na frente da porta de ansiedade, aguardou pelo som da campainha.
Porém, quando seus olhos se encontraram com o sorriso delicado e o olhar meigo de Adora, ele esqueceu toda sua raiva dela ter atrasado e quase tropeçou nas próprias pernas de nervoso para abrir o portão para ela. E já foi logo abraçando a ela, que retribuiu correspondendo ao abraço  dele.
Assim que ele a largou, ela disse:
-Bom dia ! Que bom te ver de novo !Olha, eu tenho um presente para você, que eu tenho certeza de que você vai gostar !Vamos comigo até o carro lá pegar?
Isto estava totalmente fora do script do roteiro que Damian planejara, mas como ele adorava receber presentes de quem ele gostava, ele foi todo sorridente para o carro, e ela abriu o porta malas e tirou um grande vaso, com uma plantinha.
-Damian, este é seu presente. É uma muda de girassol, que nem o da escola, que eu sugiro que você plante no seu quintal, e cuide dele com amor, afinal, ele é muito especial, pois é seu !
Em pensamento, Damian disse a si mesmo:
-Não, ele é muito especial por que foi você quem me deu !
Fosse um girassol qualquer da vida, Damian não ligaria, mas era o de Adora, aquele que ela lhe dera, então tinha um amor imenso por ele ! Aquele presente significava realmente muito para ele, que fez questão de pegar o vaso com infinitos de cuidados e delicadezas, e deu a ela seu sorriso mais meigo. Lágrimas de felicidade brotavam de seus olhos, e nem eram necessárias palavras para expressar, e aquela cena tocou o coração da moça profundamente: ela se sentia imensamente gratificada !
Então ele a levou para dentro e abriu a porta da cozinha e adentrou o quintal, escolheu com muito cuidado o local, colocou o vaso no chão, pegou uma pá, e com muito esforço, construiu um pequeno morro com terra e só então colocou a muda na terra e a plantou e aguou.
-Aqui neste papel tem desenhos mostrando como cuidar do girassol direitinho !
Disse Adora, ensinando-o com minúcias e deliciando-se com a concentrada atenção dele e  com o encantamento dos olhos dele.
Depois de terminado o plantio, Damian a pegou pela mão e a foi levando pela casa toda, mostrando-a  toda com entusiasmo, cômodo por cômodo, sem notar que ela ficara um pouco constrangida ao entrar no quarto da mãe dele.
Depois ele fez questão de mostrar a ela todas as fotos da família.
-Ah, como sua mãe é linda ! Aham, Damaian, será que posso conversar um pouquinho com você?
Ele fez um gesto a convidando para se sentar no sofá da sala.
Ela se sentou em um canto, e , para espanto dela, ele se sentou na outra ponta, bem distante dela.
-Então, Damian, como você sabe, aquele povo da escola te expulsou injustamente e você não vai mais poder estudar lá.
Ele baixou os olhos, a alegria no rosto dele sumiu.
-Não fiquei triste não, Damian, eu tenho boas notícias para você ! Olha, eu quero ainda conversar com sua mãe sobre isto, mas eu vou propor a ela que eu venha aqui na sua casa te ensinar todos os dias, depois que eu sair da aula na escola, eu vou pedir na secretaria para ficar com um pouco menos de aulas, para eu poder ter tempo para você, e como eu sei que vocês não tem muito dinheiro, eu me ofereço para te dar aulas de graça, pois acho uma judiação alguém com o potencial tão bom como você ficar sem aulas, pelo menos até conseguirem outra escola, o que você acha?
Damian ficou radiante de alegria, e , para espanto dela, foi correndo para seu quarto e buscou o gravador portátil e acionou a gravação várias vezes seguidas:
-Sim ! Sim ! Sim !
Ainda meio atordoada pela surpresa, Adora sorriu e disse, com carinho:
-Ah, então é assim que você atende o telefone, não, danadinho?
E lá se foi a gravação de novo:
-Sim ! Sim ! Sim !

(Por continuar)

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