-A Lei está do lado de quem tem mais dinheiro e
influência política. Simples assim...
E a Diretora exibiu um sorriso cínico e irônico, de pura crueldade.
-É o que vamos ver, sua desgraçada !
E Madeleine chocalhou a obesa senhora com uma
força que nem ela mesma sabia que tinha.
-Me larga senão eu chamo a polícia e você vai
presa, sua louca, descontrolada! Agora eu sei de quem seu filho maluco puxou a
violência dele !
Gritou a Diretora.
Chocada, Madeleine cuspiu violentamente na cara
da Diretora e a largou com tanta violência que a senhora quase caiu da cadeira.
Ela saiu da sala e bateu a porta com tanta
violência que a fechadura se quebrou e todos os quadros das paredes caíram.
Porém, assim que ganhou o corredor, dois homens
enormes, verdadeiros brutamontes , vedaram sua passagem, de braços cruzados,
com olhares sinistramente sádicos , sorriram tetricamente.
Madeleine sentiu suas pernas bambearem, tremerem
e lágrimas abundantes saíram de seus olhos.
-A boneca ficou nervosinha, é? Acho que ela
está querendo apanhar !
Disse um dos seguranças.
-Quem sabe não seja melhor a gente levar ela
para o vestiário do ginásio, nos trancarmos com esta belezinha e termos uma
bela tarde de amor com ela?
Disse o outro.
Madeleine arregalou os olhos, apavorada, e
suava frio. Sua voz sumiu e ela estava desesperada !
-Ei, vocês dois, eu sou testemunha do que vocês
estão fazendo com ela ! Não tem vergonha não, seus criminosos? Acabei de gravar
tudo o que vocês disseram e se vocês não a largarem, eu usarei a gravação
contra vocês no tribunal !
Os dois seguranças olharam para traz. Era
Jeanne !
-Você nos paga, sua prostitutazinha ! Disse um deles,
e eles foram embora.
Madeleine caiu ajoelhada no chão e começou a
chorar com as mãos no rosto.
Foi quando a Diretora apareceu no corredor, e
com as mãos na cintura, pôs-se a gargalhar sonoramente na risada mais cruel que
se poderia imaginar!
Jeanne ajoelhou-se e abraçou Madeleine com
carinho, e disse:
-Vamos embora daqui logo, isto aqui está muito
perigoso !
Com dificuldade, a mãe de Damian levantou-se e,
amparada por Jeanne, foi até seu carro.
As duas entraram no carro e foram até um parque
próximo.
Só então saíram do carro e sentaram-se em um
banco do parque, e uma chorou no ombro da outra.
Assim que se recuperaram, iniciou-se a
conversa:
-Senhora Madeleine, eu vou te dar todo o apoio
e te ajudar em tudo o que eu puder, com seu filho também, não é justo que a
senhora passe por tudo isto !
-Obrigada, você é uma boa menina, eu...eu fiz
mal em desconfiar de você...você daria uma boa namoradinha para o meu filho sim
!
-Imagine, que isto, eu...eu fico até sem
graça...
Respondeu Jeanne, corada de vergonha.
-Você gosta dele, não gosta?
Jeanne se encolheu toda, envergonhada, e disse
baixinho, em tom de confissão:
-Sim, eu...eu o amo...
-Então precisará me ajudar a cuidar dele. Ele a
partir de hoje vai ter aulas em casa com a Professora Adora, mas não é suficiente.
Eu preciso de alguém que possa fazer companhia para ele e cuidar dele quando eu
tiver de sair para trabalhar, ou viajar. Tem a minha mãe, mas ela é idosa e não
compreende o autismo, e não tem paciência com o Damian, e se estressa muito, e
na idade dela, você já viu...
-Senhora Madeleine, olha, eu vou mudar de
escola, pois agora eu já vi que não dá mais para ficar lá, e vou te ajudar.
Basta me chamar, e eu irei ficar com o Damian com o maior prazer, nem precisa
me pagar nada não, ok?Ah, e eu vou ser sua testemunha de defesa no seu processo
judicial contra a escola, faço questão !
-Aaah, você é um anjo que caiu em nossas vidas
sabia? Muito obrigada, você é um doce de menina...vamos comigo até em casa?
E Madeleine abraçou a menina com ternura.
Os olhos de Jeanne brilharam:
-Vamos !
(Por continuar)
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