-É...Sensei, eu...eu não
sei, estou meio confusa agora...eu quero ele, eu amo ele, mas...não estava nos
meus planos...fico tão envergonhada de falar...ter alguma coisa de mais íntima
com ele, sabe?
-Você é a fim dele mas
não quer transar com ele?
Makoto cobriu-se de
vergonha, ficou quase roxa...
-Éeeeee...é mais uma paixão
platônica, sabe?
-Não, não sei, eu
conheço bem Platão, e nas obras dele ele
descreve o amor desprovido de paixões, pois considera a alma superior ao
físico, ao corpo.Então, se é paixão, não pode ser platônica, por que Platão
repudia as paixões. Mas posso entender como um amor platônico, e, neste caso
então, não precisa nem deve ser realizado.
-Eeeeee? Então, Sensei,
nunca poderei namorá-lo?
- Fisicamente, no plano
real, se você desejar manter o seu amor no sentido platônico, pois você já o
namora idealmente.
-Mas eu não quero
mantê-lo platônico...
-Então, terá de
realiza-lo!
-Mas como, Sensei?
-Bom, discutiremos uma
maneira, se você quiser, agora o intervalo acabou e preciso ir para minha
próxima aula ! Tchau !
E Lune levantou-se da
cadeira e foi para a outra classe.
-Eu definitivamente não
tenho jeito para cupido das outras, sinceramente...é cada uma que me aparece!
E assim o dia se passou.
Como durante o intervalo Lune acabou nem podendo comer, e ao sair da faculdade
estava capotando de fome, parou no caminho em um food truck especializado em
Taiyaki e imagawayaki, docinhos japoneses em forma de peixe, de massa de waffle
com recheio de azuki, ou seja, massa de feijão doce japonês, agora que Lune
adorava.
E comeu um monte deles ,
com muito refrigerante !
Mas pediu mais para
viagem, para Takeo ter o que comer no jantar.
Depois, continuou viagem
até em casa.
Ou melhor, literalmente,
pois quando percebeu, estava próxima da casa dos pais dela!Só então ela se
tocou que ali não era mais a casa dela, e sim, dos pais dela, que ela estava
casada e Takeo morava com ela, e que portanto, a casa dela era outra.
Começou a sentir falta
de ter jantar pronto todo dia, de não ter de gerenciar uma casa, não se
preocupar com dinheiro, mas...esta era uma fase da vida dela que tinha passado,
e sim, ‘a Realidade batia ‘a sua porta !
Ela chegou em casa,
antes de Takeo, e tudo isto ficou evidente quando ela olhou, na área de
serviço, a montanha de roupas sujas dela e do marido por lavar, secar, e passar.
E perceber que o chão do box do banheiro estava seboso, já precisando ser
limpo, o piso da cozinha todo engordurado,
e quilos de poeira no chão da sala...aquilo tudo precisava de uma faxina
!
Lune sentia vontade de gritar por socorro !
Nunca fizera uma faxina
na vida,inclusive, quando era aluna na escola, sempre fugia das tarefas de
limpar a escola, ou fingia que limpava, e era muito criticada por isto.
Agora, aquela prática
lhe fazia falta !
Não sabia distinguir
entre os produtos de limpeza e quais usar e onde, e o quanto usar de cada.
Colocar roupas na
máquina de lavar ela sabia, e mandar a máquina lavar também. Mas tinha
pouquíssima prática de passar roupas, só fez isto uma vez na vida dela, e nem
lembrava como fazia, e quando tentou, anos atrás, foi um completo desastre,
principalmente por sua falta de paciência e seu stress.
Mas ao contrário daquela
vez, agora ela não poderia mais contar com sua mãe para fazer de novo por ela,
e se ela queimasse ou estragasse roupas, ela é quem teria de comprar novas.
Mas ainda assim, ela
decidiu experimentar.
Colocou tudo misturado
na máquina: roupas coloridas, brancas, roupas íntimas femininas me masculinas.
Definitivamente, não
fora boa idéia.
Quando a máquina de
lavar terminou, ela nem olhou as roupas direito, e as colocou na secadora.
Ao terminar o ciclo
desta, só então ela percebeu o real eso que as roupas tinham e como era
cansativo.
Hora d passar as roupas:
taboa montada, ferro na tomada, ela começou a pegar as roupas, e foi quando ela
finalmente percebeu o estado em que muitas estavam: várias coloridas tinham
desbotado, várias brancas ficaram coloridas de tantas manchas, blusas de
tecidos delicados completamente rasgadas e destruídas, sutiãs detonados, com
armações metálicas faltando...
-Ai, não...
Lune se ajoelhou no
chão, com vontade de chorar, tal seu desãnimo. Quse metade das roupas iam ter
de ir para o lixo, e novas teriam de ser compradas, belo prejuízo !
E Takeo estava atrasado
naquele dia, e ela nem sabia por que.
Mas não queria que o
marido visse aquela bagunça, então se levantou, passou o nariz no braço,
enxugou os olhos com a mão e dispôs -se a tentar passar o que restara das
roupas, quanto sentiu um mau cheiro forte, e disse para si mesma:
-Ah, que nojo !Tanto
taiyaki com refrigerante me fez soltar gases direto !Uh, que horror, nem eu
aguento !
Correu ao banheiro, onde
percebeu que seu intestino parecia ter enlouquecido de tão solto.
Meia hora depois, ao
sair e lavar as mãos, o cheiro no banheiro estava humanamente insuportável.
-Ugh ! Tomara que o
Takeo-kun não precise ir ao banheiro quando ele chegar!
Ela disse a si mesmo. E
voltou para a área de serviço, onde tentou passar as roupas.
E tentou, tentou,
tentou...e a cada tentativa, as roupas ficavam ainda mais amarrotadas, para seu
desespero, e uma blusa queimou! E era justo uma das preferidas de Takeo !
-Ai, não, ele vai me
matar...e a culpa é minha ! O que faço agora?
Súbitamente, seu
intestino se soltou de novo e ela teve de ir voando ao banheiro outra vez.
Não deu dez minutos, e
começou a sentir cheiro de queimado.
-O Ferro ! Esqueci de
desliga-lo !
Lune pensou consigo
mesma, e saiu tentando correr, de
calcinha e saia meio abaixadas pouco acima do joelho, toda suja, sem dar tempo
nem de dar a descarga.
Finalmente se abaixou
para tirar o ferro da tomada, quando seu coração disparou:
Blaaam !
Era o barulho da porta
da sala se fechando- Takeo tinha chegado !
(Por Continuar)
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