sexta-feira, 22 de junho de 2018

Episódio 26- Sensibilidade de Viver:Gestação




-É...Sensei, eu...eu não sei, estou meio confusa agora...eu quero ele, eu amo ele, mas...não estava nos meus planos...fico tão envergonhada de falar...ter alguma coisa de mais íntima com ele, sabe?
-Você é a fim dele mas não quer transar com ele?
Makoto cobriu-se de vergonha, ficou quase roxa...
-Éeeeee...é mais uma paixão platônica, sabe?
-Não, não sei, eu conheço bem Platão, e nas obras dele ele descreve o amor desprovido de paixões, pois considera a alma superior ao físico, ao corpo.Então, se é paixão, não pode ser platônica, por que Platão repudia as paixões. Mas posso entender como um amor platônico, e, neste caso então, não precisa nem deve ser realizado.
-Eeeeee? Então, Sensei, nunca poderei namorá-lo?
- Fisicamente, no plano real, se você desejar manter o seu amor no sentido platônico, pois você já o namora idealmente.
-Mas eu não quero mantê-lo platônico...
-Então, terá de realiza-lo!
-Mas como, Sensei?
-Bom, discutiremos uma maneira, se você quiser, agora o intervalo acabou e preciso ir para minha próxima aula ! Tchau !
E Lune levantou-se da cadeira e foi para  a outra classe.
-Eu definitivamente não tenho jeito para cupido das outras, sinceramente...é cada uma que me aparece!
E assim o dia se passou. Como durante o intervalo Lune acabou nem podendo comer, e ao sair da faculdade estava capotando de fome, parou no caminho em um food truck especializado em Taiyaki e imagawayaki, docinhos japoneses em forma de peixe, de massa de waffle com recheio de azuki, ou seja, massa de feijão doce japonês, agora que Lune adorava.
E comeu um monte deles , com muito refrigerante !
Mas pediu mais para viagem, para Takeo ter o que comer no jantar.
Depois, continuou viagem até em casa.
Ou melhor, literalmente, pois quando percebeu, estava próxima da casa dos pais dela!Só então ela se tocou que ali não era mais a casa dela, e sim, dos pais dela, que ela estava casada e Takeo morava com ela, e que portanto, a casa dela era outra.
Começou a sentir falta de ter jantar pronto todo dia, de não ter de gerenciar uma casa, não se preocupar com dinheiro, mas...esta era uma fase da vida dela que tinha passado, e sim, ‘a Realidade batia ‘a sua porta !

Ela chegou em casa, antes de Takeo, e tudo isto ficou evidente quando ela olhou, na área de serviço, a montanha de roupas sujas dela e do marido por lavar, secar, e passar. E perceber que o chão do box do banheiro estava seboso, já precisando ser limpo, o piso da cozinha todo engordurado,  e quilos de poeira no chão da sala...aquilo tudo precisava de uma faxina !
Lune sentia vontade  de gritar por socorro !
Nunca fizera uma faxina na vida,inclusive, quando era aluna na escola, sempre fugia das tarefas de limpar a escola, ou fingia que limpava, e era muito criticada por isto.
Agora, aquela prática lhe fazia falta !
Não sabia distinguir entre os produtos de limpeza e quais usar e onde, e o quanto usar de cada.
Colocar roupas na máquina de lavar ela sabia, e mandar a máquina lavar também. Mas tinha pouquíssima prática de passar roupas, só fez isto uma vez na vida dela, e nem lembrava como fazia, e quando tentou, anos atrás, foi um completo desastre, principalmente por sua falta de paciência e seu stress.
Mas ao contrário daquela vez, agora ela não poderia mais contar com sua mãe para fazer de novo por ela, e se ela queimasse ou estragasse roupas, ela é quem teria de comprar novas.
Mas ainda assim, ela decidiu experimentar.
Colocou tudo misturado na máquina: roupas coloridas, brancas, roupas íntimas femininas me masculinas.
Definitivamente, não fora boa idéia.
Quando a máquina de lavar terminou, ela nem olhou as roupas direito, e as colocou na secadora.
Ao terminar o ciclo desta, só então ela percebeu o real eso que as roupas tinham e como era cansativo.
Hora d passar as roupas: taboa montada, ferro na tomada, ela começou a pegar as roupas, e foi quando ela finalmente percebeu o estado em que muitas estavam: várias coloridas tinham desbotado, várias brancas ficaram coloridas de tantas manchas, blusas de tecidos delicados completamente rasgadas e destruídas, sutiãs detonados, com armações metálicas faltando...
-Ai, não...
Lune se ajoelhou no chão, com vontade de chorar, tal seu desãnimo. Quse metade das roupas iam ter de ir para o lixo, e novas teriam de ser compradas, belo prejuízo !
E Takeo estava atrasado naquele dia, e ela nem sabia por que.
Mas não queria que o marido visse aquela bagunça, então se levantou, passou o nariz no braço, enxugou os olhos com a mão e dispôs -se a tentar passar o que restara das roupas, quanto sentiu um mau cheiro forte, e disse  para si mesma:
-Ah, que nojo !Tanto taiyaki com refrigerante me fez soltar gases direto !Uh, que horror, nem eu aguento !
Correu ao banheiro, onde percebeu que seu intestino parecia ter enlouquecido de tão solto.
Meia hora depois, ao sair e lavar as mãos, o cheiro no banheiro estava humanamente insuportável.
-Ugh ! Tomara que o Takeo-kun não precise ir ao banheiro quando ele chegar!
Ela disse a si mesmo. E voltou para a área de serviço, onde tentou passar as roupas.
E tentou, tentou, tentou...e a cada tentativa, as roupas ficavam ainda mais amarrotadas, para seu desespero, e uma blusa queimou! E era justo uma das preferidas de Takeo !
-Ai, não, ele vai me matar...e a culpa é minha ! O que faço agora?
Súbitamente, seu intestino se soltou de novo e ela teve de ir voando ao banheiro outra vez.
Não deu dez minutos, e começou a sentir cheiro de queimado.
-O Ferro ! Esqueci de desliga-lo !
Lune pensou consigo mesma,  e saiu tentando correr, de calcinha e saia meio abaixadas pouco acima do joelho, toda suja, sem dar tempo nem de dar a descarga.
Finalmente se abaixou para tirar o ferro da tomada, quando seu coração disparou:
Blaaam !
Era o barulho da porta da sala se fechando- Takeo tinha chegado !

(Por Continuar)

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