-Eles
não nos ouvem, Capitã, a densidade da nuvem ficou tamanha , que está impedindo
até a comunicação !
-Inclusive
está tão forte e fazendo tamanha pressão sobre os escudos, com uma corrosão tão
agressiva, que agora nossa proteção caiu de quarenta e oito dias para quarenta
dias !
-Droga,
droga ! Dez mil vezes droga !
Praguejou
Dina, revoltada, com vontade de chorar.
Foi
quando se sentiram os abalos dos tiros novamente. Nova salva por mais cem
minutos, mas desta vez o buraco era muito menor, e ainda estava distante da
nave.
-Mas
será possível que nada consegue penetrar nesta porcaria de nuvem !Que ódio !Que
ódio !
Alguns
minutos depois , novasrajadas de tiros por mais cem minutos e uma verdadeira
revoada de torpedos, e a cada nova salva, o efeito parecia menor !
-Não
é possível, isto é um pesadelo, não pode estar acontecendo, não pode...
-Agora
nosso prazo de sobreviv~encia caiu para trinta e dois dias e o da Exploiter,
apenas dezesseis !
-Ah,
não, se eles continuarem atirando, Wendy, vão nos matar deste jeito...
-Por
alguns segundos os sensores traseiros conseguiram funcionar, Capitã. A Força
Tarefa foi embora !Ops, deixaram de funcionar de novo...
Dina
tremia de nervosa. Na verdade, estava desesperada !
Aquilo tudo arrasara com suas
esperanças !
Em
toda sua carreira, nunca passara por uma situação tão difícil !
-Não
adianta!Nada adianta, eu não sei mais o que fazer, juro....
-Calma,
Capitã, calma, nós vamos dar um jeito, sempre tem um jeito, mantenha as
esperanças...
Disse
Monique.
-Ela
tem razão, Capitã...venha, eu vou te levar aos seus aposentos e lá a senhora
procura descansar um pouco!
Disse
Amber.
-Wendy,
assuma por enquanto, por favor !
-Sim,
Imediata !
E
lá se foram as duas para os aposentos de Dina, que no entanto, recusou todas as
carícias e carinhos de Amber,e desviou sua boca da boca dela, evitando os
beijos.
Amber,por
sua vez, se sentiu magoada, rejeitada, e o desespero lhe batia, pois não
conseguia acalmar e consolar sua amada. Acabaram uma chorando no ombro da
outra, e depois de alguns minutos, Amber voltou para a Ponte, deixando Dina a
chorar desabaladamente deitada de bruços
na cama.
A
Imediata estava abatida e frustrada, por não conseguir consolar sua amada e por
vê-la sofrer daquele jeito.
A
moral e o ãnimo de toda a tripulação se refletiam no estado dela.
Quando
ela entrou de volta na ponto, todas estavam assim, como ela.
Amber
fazia um esforço hercúleo para se segurar e não chorar na frente delas, mas
estava difícil, tão difícil !
A
perspectiva dela e de todas ali , de morrerem digeridas vivas era desalentadora
e terrível, e elas pareciam estar vendo na frente dela a face terrível da
morte, e pior, não viam como poderiam escapar, e ninguém ali tinha ãnimo para
reagir e pensar numa solução.
Mas,
em outro canto da nave, no laboratório do departamento de Biologia, Lola estava
‘as voltas com o filhote de Cuneiápode novamente.
Ele
tinha crescido e dobrado de tamanho, e, preocupante, tinha parado de se
comunicar com ela desde que tinham entrado na nuvem.
Mas
ele seguia cada dia mais nervoso e agitado, e seus tentáculos mudavam de cor a
toda hora.
-Por
que você fica aassim?Por que tão nervoso, agitado/Parece até alguém ansioso
para fazer alguma coisa importante...já sei, já sei, você está com fome, tome
aqui mais uma dose de ferro orgânico líquido...
O
Cuneiápode sorveu o conteúdo da vasilha em segundos, e tinha uns dois litros
ali !
-Caramba,
quanto apetite, Connie !Haja fome! Vou te dar mais, então !
Ela
tomava o maior cuidado para que ele não a tocasse com seus tentáculos. O
simples toque poderia absorver em menos de um minuto todo o ferro do corpo dela
e mata-la.
Ela
ainda não sabia, mas estava naquele filhote de Cuneiápode a chave para a
sobrevivência delas e para saírem de dentro da nuvem !
(Por Continuar)
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