Wendy chegou na
Ponte e estava aquele azedume de antes.
Ela tratou de voltar
para seu console e ficar quietinha.
Mas isto não durou
muito:
-Wendy, venha comigo
ao meu escritório! Amber, assuma !
E lá se foram as
duas.
Dina se sentou na
sua poltrona e Wendy , na cadeira de
frente para a mesa.
-Conversou com ela?
-Sim, ela está muito
triste e arrependida,Capitã.
-Arrependida...por
que não veio me pedir desculpas até agora?
-Por que ela está
com vergonha do que fez, Capitã, e está com medo da senhora também.
-Pombas !Ela
estragou meu namoro com a Amber !E me expôs ao ridículo, revelou minha
intimidade e...e a minha vergonha?Nisto ela não pensa, não é?
-Com todo o
respeito, Capitã...Irisa fez muito mal de falar do que ocorreu na frente de
todo mundo, e de estragar seu namoro com a Amber, mas ela não é culpada
sozinha...
-Ah, é? E quem
mais?Heim? Me diga !
-O Capitão Panhard.
Ele se aproveitou da senhora quando a senhora estava sob o efeito de álcool, e abusou
sexualmente da senhora, ou ainda, colocando em pratos limpos, ele estuprou a
senhora ! Com todo o respeito, Capitã, mas eu acho que a senhora deveria
processar o Capitão Panhard criminalmente, por estupro !Se ele não tivesse
cometido este crime, nada disto teria acontecido !
Dina corou da cabeça
aos pés, e colocou as mãos na frente da virilha, altamente envergonhada, e lágrimas
caíram de seus olhos:
-Eu...eu me sinto tão
suja...tão violada, tão culpada...só de lembrar...eu não queria lembrar, não
queria lembrar de tudo aquilo, ele me violou com aquelas mãos imundas, meu
corpo sagrado...meu corpo sagrado que era para ser só da Amber...eu...eu...
Dina colocou os
cotovelos na mesa e as mãos na frente do rosto e começou a chorar
desabaladamente.
Wendy se levantou da
cadeira silenciosamente, de olhos marejados, se colocando no lugar de sua capitã,
e começou a acariciar os cabelos dela, e disse:
-Por favor, olhe
para cá....
Wendy abriu seus
braços, e Dina abraçou –a e desfiou seu pranto consternado por minutos a fio,
até finalmente se sentir aliviada.
-Obrigada, Wendy,
você é uma amiga de verdade..tão sábia, tão sensível...você tem razão, eu...eu
vou enfrentar aquele idiota, aquele criminoso estuprador, que se faz de
cavalheiro...depois eu vou pedir desculpas para a Amber e para a Irisa, mas
agora tenho de ser forte, e enfrentar aquele ordinário. Peça por favor para a
Stephanie abrir um canal privativo do meu terminal para o Capitão Panhard!
-Agora mesmo, Capitã
!
E Wendy saiu do
escritório e foi transmitir sua ordem.
Em segundos, a tela
do terminal de Dina se abriu.
-Bom dia, Capitã
Janessey, que posso fazer pela prestigiosa Dama Heroína hoje?
-Que tal morrer?
-Ahn?
-Panhard, seu cafajeste
ordinário, você se aproveitou de mim na festa enquanto eu estava bêbada, e me beijou, passou a mão em mim, abusou
sexualmente de mim, falando claro, me estuprou !
Panhard ficou lívido,
pálido como cera, e começou a tremer da cabeça aos pés.
-Aham, veja, minha
querida,esta é uma acusação muito séria, que se for leviana, sem provas, pode
acabar com a carreira de qualquer oficial e coloca-lo na cadeia...
-Ah, você quer
provas, é?Irisa !Mostre as provas ao Capitão Panhard !
Irisa apareceu diante
da mesa e mandou para a tela dele as cenas pérfidas.
Nem é preciso dizer
o quanto foi doloroso para Dina ter de assistir a tudo aquilo.
Chocado, assustado,
olhos arregalados e careca franzida, Panhard perdeu seu ar cavalheiresco e
orgulhoso, altivo, e assumiu uma postura de súplica:
-Perdão, senhora,
perdão, tende clemência de mim !Sede misericordiosa,eu vos suplico, mil perdões...
-Clemência, você
diz, seu tarado?Misericódia você clama, seu pervertido nojeinto, seu monstro
asqueiroso?Você deveria se envergonhar !
-Eu estou coberto de
vergonha pelo terrível crime que cometi, mas por favor, por favor, clemência...me
dê uma chance...
As lágrimas saíam
abundantes dos olhos dele, mas Dina foi firme:
-Clemência, aquela
que você não teve de mim, quando me estuprou?Chance?Qual chance você me deu, me
pegando indefesa, fora de mim?Não terei misericórdia, pois você não teve
nenhuma por mim quando me violentou com suas mãos imundas, seu covarde,
traidor, monstro !Por sua culpa eu ganhei um trauma monstruoso, perdi minha
dignidade, minha honra, minha privacidade e minha namorada também !Você
estragou a minha vida, desalmado, com poderia eu não estragar a sua ?Quer
saber, você que se estrepe !Acabei de mandar o vídeo de seu crime para o Estado
Maior do QG central da R-KASF, junto com uma queixa e uma acusação formais ! O
próximo vídeo que assistirei será o de sua chegada ao Planeta Prisional !Até a
Coorte Marcial, Panhard !
E Dina desligou na
cara dele.
Panhard se debruçou na mesa
de seu escritório privativo e chorou como um bebê(Por Continuar)
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