Lune chegou em seu apartamento se sentindo péssima!
Um vazio e uma consternação traumática tomavam conta dela,
sem falar no cortante sentimento de culpa por não ter reagido ‘a altura na hora
e não ter tido reação.
Aquela paralização não era do feitio dela,, então, por que não
teve coragem de reagir, se reagia contra muito mais gente, algumas destas
pessoas bem perigosas, como Kotomi.
Teria ela virado uma covarde?
Ela se cobrava que deveria ter agido com fúria na hora e
sentia raiva de si mesma, não se conseguia perdoar!
Ela se deitou na cama e começou a chorar copiosamente, com desespero,
e tinha a incerteza, a dúvida, se iria aguentar aquela pressão e aquele
ambiente opressor que a reprimia.Ela não sabia se não pedia as contas, se não
ia parecer fraca, ou mesmo se não teria parecido fraca na frente da Diretora, e
ao mesmo tempo, um sentimento de frustração e impotência lhe atravessavam a
alma como uma lança em brasa!
A dor era demais para aguentar sozinha e ela tinha de
colocar tudo aquilo para fora, urgente-Ah, como sua amiga Rina, já falecida,
fazia-lhe falta nestas horas !
Foi em meio a este turbilhão que Takeo chegou em casa.
Lune ouviu o bater da porta, e , instintivamente, correu
para ele como louca e o abraçou com uma força sobre humana.
-Amor, o que aconteceu?Por que está assim?
Perguntou o marido dela, abraçando-a também.
Lune descarregou sua cacheira de lágrimas no ombro dele, que, sem entender
nada, acariciou seus cabelos e suas costas com carinho, e aos poucos ela foi se
acalmando.
Os dois se sentaram no sofá da sala e só então Lune contou
todo o ocorrido no trabalho e tudo o que estava sentindo.
-Anjinho, meu anjinho, calma,meu bem, estou aqui com você...puxa,
que barra pesada você passou...fica assim não, querida, não se culpe, olha, existe
muita gente muito cruel e insensível no mundo, e esta é a realidade, o
trabalho...tem sua parte bacana, mas é estressante e algumas vezes humilhante
também...eu sei que você agiu contra a
sua Natureza, mas a imprevisibilidade das pessoas, as surpresas, muitas vezes
nos pegam desprevenidos, e ficamos sem saber por que agimos assim diante de
alguém ou de alguma situação muito ruim...a Diretora foi muito insensível e
cruel com você, e pessoas que pensam como ela não são boas pessoas, tem prazer em
serem cruéis e fazerem sofrer, mas, sabe anjo, pessoas muito autoritárias assim
são também dependentes, elas precisam desesperadamente se sentirem obedecidas, e precisam sentir as
demais pessoas humilhadas, subjugadas a elas, se elas não tiverem a quem
mandar, elas ficam histéricas, furiosas- e aí, perdem a autoridade, a moral e
se colocam numa posição de inferioridade, onde podem ser combatidas.Então, meu
bem, olhe nos meus olhos...
Lune olhou e ele continuou:
-Não se curve a ela, não a obedeça! Desafie-a ! Mostre a ela
que você não se abateu, reagiu,Não deixe de ser a você mesma por causa dela,
afinal, esta não é a única universidade desta cidade. Desafie abertamente a
autoridade dela trabalhando do jeito que você quer, se comportando como você, e
descobrirá que ela blefou. Ela não vai querer te demitir, pois senão, ela perde
a oportunidade de tentar te domar, te dominar, te controlar, então, você não
deve ser do jeito que ela quer, mas do seu próprio jeito, e faça isto com
orgulho! Se for demitida, você procura outro emprego,mas ao menos você deu o
troco, e sempre é hora de mostrar as outras pessoas quem você realmente é!Eu
confio em voc~e, querida, tenho certeza que consegue !
Tudo o que Lune conseguiu responder foi:
-Obrigada...
Takeo deu-lhe um beijo na testa.
-Procure se distrair, descansar, por hoje, minha amada. Você
passou por um stress e um trauma muito fortes hoje, mas amanhã você irá se
sentir melhor. E eu estarei sempre ao teu lado para te apoiar, te ajudar, e te
dar todo o amor e carinho de que você precisa, pois você é o que há de mais
precioso para mim e minha vida!
Lune esboçou um fraco e desengonçado sorriso, todo torto ao
olhar pare ele novamente.
Para quebrar o gelo, ela lembrou:
-Ih, eu esqueci de passar na loja de kombinis congelados na volta hoje, ficamos
sem jantar !
-Aaaah, ficamos não, minha querida...eu passei lá e comprei
para um mês inteiro, está tudo ali, em cima da mesa da sala !
-Oh, Takeo-kun, você é mesmo um doce...muito obrigada...
-Fique aqui no sofá descansando um pouco, doçura, eu vou
guardar os congelados e providenciar nosso jantar !
Diligentemente , Takeo correu a guardar tudo e deixar o kombini
do dia separado, para depois esquentá-lo no micro-ondas, enquanto arrumava a
mesa.
Em poucos minutos estava tudo pronto.
Ele então chegou na frente de Lune, ajoelhou-se e a carregou
nos braços como uma princesa e delicadamente a colocou sentada na cadeira.
Ele então acariciou seu rosto com carinho e beijou-lhe a
testa e as bochechas com ternura e cuidado , e sentou-se também, para servi-la.
Lune estava encantada com tantos mimos e tanto carinho !
Mas ainda não estava legal e sua postura denotava isto:
coluna vergada para a frente, cabeça baixa, olhos baixos, ombros caídos.
A vontade de Takeo era abraça-la e beijá-la sem cessar,
inundando-a de carinhos e carícias, mas ele sentiu que ela precisava de um
tempo para ela e então a deixou quieta.
Ela ficou silenciosa durante o jantar, depois, ao contrário
do que de costume, não quis tomar banho, e foi dormir bem mais cedo que o
normal, logo depois do jantar.Nem mesmo de roupa se trocou. Ficou com a calça
social , a camisa social e o terninho, e até o sutiã, que costumava tirar,
deixou. Apenas afrouxou a cinta, deixou a calça aberta e folgada, e desabotoou o
terninho e a blusa, sem se importar com a lingerie aparecendo.E ficou com as
meias, embora tenha tirado os sapatos.
Dormiu rapidamente, enquanto
Takeo a olhava, preocupado.
Quando ele percebeu que ela j´´a até roncava, saiu do quarto
e foi ao outro quarto ficar no computador.
Algumas horas depois, foi dormir também, mas se virou do
lado contrario e ficou de costas para ela, para não incomodá-la e não sentir
desejo por ela, pois ele sabia: naquela noite, ela iria querer tudo, menos sexo
!
No dia seguinte,Takeo
acordara antes dela, e deixara o café da manhã prontinho.
Na verdade, dormira pouco e mal, preocupado com sua esposa,
então acordara bem antes do que de costume-tão cedo, que ainda estava escuro lá
fora !
Finalmente Lune acordou, e já estava tudo pronto.
Ela tomou o café da manhã ainda em silêncio, pensativa, e
tirou as roupas com que dormira , do corpo e as colocou no cesto de roupas
sujas, na área de serviço, e , completamente nua, passou por Takeo sem dizer
palavra, enquanto ele colocava a louça para lavar.
Ela foi direto ao banheiro e iniciou seu banho.
Foi quando percebeu: Takeo já tinha deixado toalhas e
tapetinho novos e limpos no banheiro e preparado tudo para seu banho!
Ao terminar de se lavar, se enxugou, enquanto Takeo recolhia
a roupa suja dele e guardava a
limpa no armário.
Uma coisa chamou a atenção de Lune: pela primeira vez, não
percebia no marido aquele olhar tarado para o corpo dela nú. Parecia que já
tinha se acostumado e já não lhe chamava mais a atenção.
Aquilo lhe causou uma estranha sensação: sentia falta de se
sentir desejada, e se perguntava se ele teria perdido o interesse sexual nela.
Ele então foi tomar banho, enquanto ela deixara suas roupas,
que escolhera, prontas em cima da cama. Mas ainda não se vestiu.
Quando ele saiu do banho, ela estava sentada na beirada da
cama, de costas para ele, ainda nua em pelo.
Ele estranhou, pois ela não costumava ficar tanto tempo sem
roupas.
-Querido?
Disse ela, se virando para ele, levantando da cama e ficando
bem na frente dele, no exato momento em que ele ainda não tinha vestido nada;
-Sim, amor?
-Olhe para a minha virilha...você acha que já está na hora
de depilá-la?
-Ah, anjo, isto é você quem tem de decidir... se quiser
depilar, ótimo, se não, tudo bem também...
-Por que comigo nua
na sua frente, você não se excitou ainda? Você perdeu o interesse em mim?
Takeo ficou sem graça diante da armadilha emocional. Se ele
não se pronunciasse inteligentemente, ele sabia que a próxima pergunta dela
seria se ele ainda a amava ou se tinha deixado de amar a ela. Mas ao mesmo
tempo, não podia correr o risco de agarrá-la e tentar fazer amor com ela, pois
aí ela acharia que só o corpo dela interessava a ele,e que na verdade, ele não
a amaria.Afinal, ele sabia como ela era !
-Claro que eu tenho interesse em ti, minha amada, mas tudo
tem a sua hora certa,e eu estou me disciplinando para respeitá-la e não pautar
nosso relacionamento apenas no sexo. Mas isto também é uma forma de demonstrar
amor !
Ela pareceu não ter aceitado isto muito bem, o que o deixou
inseguro.
Ainda com uma pose meio depressiva, ela se aproximou dele em
silêncio e o abraçou, e os dois corpos nus se tocaram e se roçaram, e ela
colocou o rosto no ombro dele. Tudo indicava que ela fosse chorar.
Entretanto, ela começou a esfregar o corpo dela no dele e
aproximou-se ainda mais, até que as virilhas se encontrassem e roçassem uma na
outra.Os seios dela se comprimiram forte junto ao peito dele.
Agora sim, Takeo não suportou mais e se excitou- e ela
sentiu isto, e só então se desligou do abraço, olhando para a virilha dele para
ter certeza de que ela o tinha excitado sexualmente.
-Obrigada, fofo. Agora precisamos nos trocar para irmos
trabalhar !
Ambos se trocaram, se arrumaram e cada um pegou na garagem
seu próprio carro e cada um foi para seu próprio trabalho, despedindo-se antes
com um simples selinho.
(Por Continuar)
Nenhum comentário:
Postar um comentário