Ela
permitia que, a cada pancada, a cada dano que o
cyborgue recebesse, não só se auto consertasse, mas ficasse mais forte.Porém,
ainda estava muito limitada, pois era comandada pelos impulsos cerebrais e
pelas emoções, e era fortemente afetada pela psiquê do cyborgue, inclusive, nos
testes, com a indução ‘a depressão, esta tecnologia perdia totalmente seu
efeito.
Ainda
assim, como ele queria que sua filha fosse eterna, e conseguisse se defender
sozinha de qualquer perigo e caso precisasse lutar, fosse invencível, ao menos
nas especificações técnicas da época, ele adotou motores e pistões
eletrohidráulicos muito mais potentes que o usual para um corpo daquele
tamanho.
Ou
seja, a nova Norma continuava baixinha e magra, aparentemente delicada em suas
dimensões, mas tinha uma força absolutamente absurda para seu tamanho!
Por
semanas o Doutor trabalhou dia e noite no aperfeiçoamento daquele corpo, muito
mais caprichado do que costumava fazer com outros, era sua obcessão !
Finalmente,
em plena madrugada, ele instalou o cérebro delicadamente no novo corpo, com a
tecnologia de operação por nano robôs, milhares deles, a única maneira possível
de interligar milhões de neurônios naturais a artificiais.
Ainda
assim, estava perto de amanhecer quando ele terminou, e o coração artificial do
novo corpo começou a bombear o sangue clonado
de Norma por seu cérebro, e os pulmões artificiais começaram a fazê-la
respirar. Os órgãos artificiais imitavam perfeitamente as funções dos humanos,
com estômago, intestino, pâncreas,
tireóide, supra renais, rins, tudo, todo o sistema digestivo, hormonal ,
excretor e inclusive, o capricho foi tamanho, que até aparelho reprodutor ela
tinha, com útero, vagina e ovários artificiais, munidos com óvulos clonados da
Norma original, comcódigo genético copiado até os mínimos detalhes.
Ossos,
músculos, e pele, eram todos artificiais , feitos da liga MEPOX, altamente
resistente. No caso dos ossos, estes eram cem vezes mais fortes que o açõ
puro.A única desvantagem era a de que ela ficaria bem mais pesada que uma
menina da mesma idade, noventa quilos.
Mas
ainda assim, o corpo foi feito para ter uma agilidade e elasticidade sobre
humanas.
Enfim,
foi feita a inicialização do corpo e a programação da parte robótica, de modo a
ser psicosensível e responder aos estímulos e ordens cerebrais.
Bastou
a tecla enter no computador, e o cérebro de Norma foi reativado.
Ela
abriu os olhos, ainda com uma expressão séria no rosto e o que viu foi o Doutor
olhando para ela.
-Aaaahn...quem
é você?
Imediatamente
as lágrimas de alegria e emoção no rosto do Doutor se transformaram lágrimas de
tristeza e preocupação. Seus olhos se arregalaram e seu espanto estava
estampado em seu rosto:
-Você
não se lembra de mim, Norminha?
-Não...quem
é Norminha?
-Não
se lembra de seu próprio nome?
-Eu
me chamo Norminha? Mas quem é você?Como sabe meu nome, se nem eu sei?
-Eu
sou seu pai !Não se lembra do acidente?
-Acidente?Não...
Em
desespero, o Doutor levou um espelho e o
colocou em frente aos olhos dela.
-Quem
é ela?
-É
você, minha filha!
-Eu?Este
corpo não é meu, não me reconheço...o que estou fazendo aqui?
O
Doutor lhe mostrou numerosas fotos dela, mas ela não se reconheceu em nenhuma.
Nem reconheceu suas amigas, sua falecida mãe, parentes, os cães que já tivera,
nada.
-O
senhor diz que sou eu nestas fotos com o senhor, com esta senhora, que sou eu
com estas meninas, mas não reconheço a ninguém !O Doutor ficou preocupado...ao
contrário do que ele pensara, o cérebro tinha sim ficado danificado, ela
parecia ter perdido completamente a memória !
-Quem
sou eu?O que sou eu?O que estou fazendo aqui?
-Você
é Norma Chappman, filha do Doutor
Chappman,que sou eu, e você tem dezesseis anos !
-Não
me lembro de nada disto. Nunca te vi na minha vida...
(Por Continuar)
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