No dia seguinte, Lune acordou cedo,
afinal, tinha ido dormir cedo no dia anterior.
Ela estava até estranhando não ter
sua colega Mercedes no mesmo quarto, de tão acostumada que já estava.Mas a sua
colega de quarto e de faculdade tinha ido passar as férias na Espanha, terra
natal dela.
Lune então tirou a camisola, se
desnudou e foi tomar um banho.
Saiu quinze minutos depois e se
trocou com o estômago roncando.
Por isto mesmo, só colocou um
shortinhos largo e esvoaçante, e uma camiseta sem mangas,sendo que por baixo,
de lingerie só vestia calcinha, pois estava com preguiça de colocar sutiã, e
também, pela pressa de comer logo.
Colocou uma sandalhinha leve e desceu
as escadas, depois de se opentear de qualquer jeito.
Logo estava na cozinha e estavam
todos reunidos na mesa para o desjejum.
-E aí, onee-chan,bom dia, dormiu bem?
-Dormi sim, Ruri-nee-san !E você...
-Ah, nem dormi direito...barrigão,
dificuldade de respirar, dor nas costas, a Rena chutando toda hora...e aí, você
está ansiosa para ser tia?
-Ai, Ruri-nee-san,agora é que está me
caindo a ficha, viu?Não tenho nem idéia de como é ser tia...
-Pois vá pensando, pois não vai
demorar a chegar este dia !
Disse Soichiro, sorrindo.
E a conversa continuou e dali a pouco
todos terminavam o café da manhã.
Soichiro e Kazuo ajudaram Ruri a se
levantar e até para caminhar ela já tinha dificuldades.
Eles a estavam conduzindo ao sofá da
sala, quando ela se envergou e gritou:
-Aaaaaaaaaaaaiiiiiiiiii !
-O que foi, meu amor?
-Filha, o que aconteceu ?
-Aaaaai, contração, contração !
-O médico disse que se as contrações
começarem a ficar comuns, estará na hora de ir fazer o parto no hospital !
-Pois é, Kazuo-dono, ela teve contração
várias vezes durante a noite...de duas em duas hora, mas agora faz só uma hora
da última!
-Então está chegando a hora do parto,
Soichiro-san !Melhor levarmos a ela no hospital desde agora !Filha, vamos deitá-la
um pouco no sofá para você descansar um pouco !
Disse Kazuo, preocupado.
-Você vai ficar bem, filhinha, ouça
sua mãe...mamãe está aqui com você!
Disse Momiji, toda aflita.
-Calma, mãe, a senhora está mais
nervosa que eu...aaai...
-Ruri-neee-san eu também estou com
você para te apoiar! Pai, acho melhor levarmos ela no meu carro! O seu tem as
portas muito baixas e estreitas, e o da mamãe é muito estreitinho e apertado...
-Tudo bem, filha, vamos no seu, então!
Tome o controle da garagem, já vai abrindo seu carro e deixando tudo preparado
!
Lune foi até a garagem e abriu a
porta do seu carro, removeu objetos que estavam no banco de trás e deixou o
banco limpo para ela.
Logo Kazuo, Momiji e Soichiro
chegavam com Ruri, que teimou que ainda era capaz de caminhar, mas foi
amplamente apoiada.
Primeiro entrou Momiji, que se sentou
no largo banco traseiro do lado esquerdo, depois foi a vez de Ruri subir com
muita delicadeza, e ser deitada, para ficar com a cabeça no colo da mãe.
Por fim, Soichiro se sentou do lado
direito, colocando as pernas da esposa para cima para melhorar a circulação
delas.
Lune se sentou no banco do motorista,
e Kazuo, do acompanhante.
-Filha, não precisa correr, dirija
com muito cuidado, pois não queremos que sua irmã escorregue para a frente.Ela
ainda não está em trabalho de parto, então, não tem pressa, ao menos ainda.
-Tudo bem, papai !Para qual hospital
nós vamos?
-O Osakakaisei , filha !
-Ok, eu sei oonde fica ! Então vamos
nós !
Lune deu ré e saiu da garagem e
ganhou as ruas e avenidas.
-Ai!Aaaaaaaai !
-Outra contração, amor?Mas não faz
nem meia hora...
Disse Soichiro.
-O intervalo está diminuindo, ela
logo vai entrar em trabalho de parto !
Disse Momiji, preocupada.
-Já estamos chegando, gente, calma!Só
faltam mais uns quarteirões!
Disse Lune, procurando se apressar um
pouco mais.
-Calma, filha, vai ficar tudo bem,
aguente firme !
Dizia Momiji, acariciando a cabeça de
Ruri e pegando na mão dela.
Logo o hospital, imponente, já podia
ser visto, e Lune subiu a rampa de acesso e parou na porta da recepção.
-Vão levando a ela enquanto eu
estaciono o carro !
Disse Lune.
Todos os outros desceram, e Kazuo foi
logo chamando enfermeiras e enfermeiros , que vieram correndo com uma maca.
Ruri foi tirada do carro com
delicadeza e colocada na maca, onde foi presa com tiras de velcro para não
cair.
Eles a levaram para dentro, enquanto
Lune saía da rampa e ia para o estacionamento.Achou uma vaga, e, como sempre, o
próprio carro estacionou sozinho para ela.
Só então ela foi correndo para a
recepção, onde deu o seu nome e de sua irmã, e foi informada de que ela e sua
família estavam no quarto andar, no quarto cento e oito.
Ao chegar no quarto, Ruri já estava
rodeada de médicos e enfermeiras que a examinavam e Lune perguntou a eles:
-Está tudo bem com ela?Sou irmã dela!
-Sim, está tudo bem. Ela está para
entrar em trabalho de parto, portanto já estamos fazendo os exames e a mesa de
cirurgia está sendo preparada. Peço aos familiares, por favor, que fiquem
aguardando na sala de espera deste andar!
-Mas eu preciso acompanhar minha
filha !
-Tudo bem, senhora Momiji, o que não
pode é ter um monte de gente em volta dela, atrapalhando, fica só a senhora então.
Mas quando ela for para a sala de cirurgia, a senhora não poderá ir junto, fui
claro?
-Sim, doutor !
Assim, Soichiro, Kazuo e Lune tiveram de ficar na sala esperando.
Logo Lune ligava para Takeo, e pediu
a ele que fosse também e fizesse companhia para ela.
Não demorou muito e ele apareceu,
afinal, o apartamento dele era perto dali.
(Por Continuar)
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