E assim foi
feito.
Lune ficou
sozinha, pensativa na mesa, enquanto o pai dela subia para ir preparar o
terreno para a família dela poder recebe-la novamente.
-A senhorita
não irá consumir mais nada?
Disse a moça
do balcão da lanchonete.
-Não,
obrigada !
-Então, por
favor, desocupe a mesa, a lanchonete está cheia e tem gente aguardando para
poder se sentar...
-Haja
consumismo, mas que lugarzinho mais mercenário...
-Senhorita, só
tem direito a ocupar nossas mesas quem consome nossos produtos e paga...
-Eu já consumi
e já paguei, então...
-Senhorita,
por favor, colabore!Se a senhorita não for pedir mais nada e não quiser
desocupar a mesa, serei obrigada a
chamar a segurança, por favor não argumente comigo !
-Mas é uma
bitolada mesmo! Pede para argumentar por nem sequer ter argumentos!
-Senhorita,
pela última vez,colabore, pense no bem comum, ou eu terei de chamar a segurança!
Peço delicadamente: senhorita, a senhorita está gentilmente convidada a se
retirar !
-Quanta
hipocrisia !Convidada nada, isto não é convite algum, é ameaça na cara dura
mesmo !
E Lune se
levantou com estardalhaço de modo tão rude que a cadeira caiu para trás atrás dela.
-Vocês
deveriam ter vergonha de serem mercenários deste jeito! Haja ganãncia e
insensibilidade !
Disse Lune
quase gritando e apontando o dedo em riste para o nariz da moça, quase o
tocando, fuzilando-a com os olhos, e não apenas se retirou mas o fez batendo a
porta de vidro da lanchonete e por pouco não o quebrou, enquanto gritou:
-Mercenários
!Estúpidos !Ignorantes ! Bitolados !Nunca mais venho nesta espelunca na minha
vida !
Todos ficaram
olhando espantados e a funcionária corou de vergonha.
Após Lune
sair, os comensais olharam feio para ela, com olhar reprovador, como quem cobra
por que ela não chamara a segurança para deter aquela louca...
Lune, no
entanto, tremia de nervosa. Saiu do hospital para a calçada em frente, quando ,
dez minutos depois o seu celular tocou.
Era o pai
dela avisando que ela podia subir.
Ela voltou ao
hospital, mas para sua surpresa, um segurança se colocou na frente dela e
barrou sua entrada .
-Me deixa
entrar que minha irmã está internada aqui !
-Sinto muito,
senhorita, mas a senhorita não está mais autorizada a entrar neste hospital !
-Qual parte
de “minha irmã está internada aqui” e de “eu tenho tanto direito de entrar
quanto qualquer outra pessoa” você não entendeu?
-Desculpe,
senhorita, mas a senhorita não está autorizada a entrar neste prédio. Sinto
muito, mas a senhorita não é bem vinda aqui !
-Outro
bitolado, haja paciência !Quer fazer o favor de me deixar entrar, seu brutamontes
ditador de uma figa !
-Lembro a
senhorita que ofender funcionário público é crime em nosso país!
-Ah, sim, mas
o funcionário público ofender a cliente pode, não é?Muito justo isto !
-A senhorita
está atrapalhando a entrada e saída dos clientes. A senhorita está convidada a
se retirar!Por favor não argumente comigo, ou terei de chamar a polícia , por
favor, não insista , colabore !
-E você está
colaborando comigo?
-É a
senhorita que tem de colaborar !
-Ah, muito
justo, muito justo mesmo!Que tal você parar de ficar olhando o meu decote ?Eu
sou noiva, sabia?E meu noivo está lá dentro!
O guarda
corou de vergonha, em um gesto automático, impensado.
-Quantos anos
de cadeia dá um guarda pervertido ficar assediando sexualmente uma cliente?
O guarda
engoliu em seco.
-Ainda vai
chamar a polícia? Para você ser preso por...pedofilia?
O guarda
ficou branco como cera e começou a tremer de medo. O olhar de Lune era cruel!
E para
piorar, ela abriu um pouco mais o decote da blusa e se abaixou um pouco e
abanou com a mão na frente do busto.
-Ah, está
calor hoje...
-Senhorita,
por favor, eu tenho ordens superiores de não deixa-la entrar, por favor,
colabore, eu posso perder meu emprego, meu casamento, minha família...
O tom dele
desta vez era suplicante.Era visível que ele estava absolutamente desesperado !
Lune sacou
seu celular e ligou para seu pai e explicou a situação, e pediu para que
ele descesse.
-Filha, olha,
então é melhor irmos todos embora. Logo a Ruri-san vai trazer a Rena-chan para
nos visitar em casa e aí você vê. Melhor
não nos metermos em encrencas. Quem poderia até resolver esta situação seria o
Takeo-san, mas hoje eu não acredito que ele iria te acudir, e eu não tenho o
poder econômico dele para pressionar. Vá para a garagem e nos espere no carro,
por favor!
-Tudo bem,
pai...
Para alívio
do guarda, Lune desceu as escadas e foi para a calçada novamente.Ela sabia que
não poderia adentrar a garagem por dentro do prédio, então resolveu se arriscar
a entrar pela entrada de carros.
Ela desceu a
rampa de carros aproveitando que o portão se abriu para um deles passar, e os
carros todos davam farol alto para ela, pois era proibido pedestres na rampa de
entrada e saída.
Lógico que as
câmaras de segurança a viram entrar de modo irregular e avisaram o guarda da
frente, com quem ela discutira antes, que recebeu ordens de ir detê-la.
Lune chegou
ao seu carro e o destrancou com o controle remoto da chave, quando o guarda
apareceu, esbaforido:
-Senhorita,
senhorita, eu a avisei, não pode entrar !
-Eu estou
pegando o meu carro para ir embora daqui !
(Por Continuar)
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