sábado, 21 de outubro de 2017

Episódio 131- Sensibilidade de Viver:Interlúdio ETP





E assim foi feito.
Lune ficou sozinha, pensativa na mesa, enquanto o pai dela subia para ir preparar o terreno para a família dela poder recebe-la novamente.
-A senhorita não irá consumir mais nada?
Disse a moça do balcão da lanchonete.
-Não, obrigada !
-Então, por favor, desocupe a mesa, a lanchonete está cheia e tem gente aguardando para poder se sentar...
-Haja consumismo, mas que lugarzinho mais mercenário...
-Senhorita, só tem direito a ocupar nossas mesas quem consome nossos produtos e paga...
-Eu já consumi e já paguei, então...
-Senhorita, por favor, colabore!Se a senhorita não for pedir mais nada e não quiser desocupar a mesa, serei obrigada  a chamar a segurança, por favor não argumente comigo !
-Mas é uma bitolada mesmo! Pede para argumentar por nem sequer ter argumentos!
-Senhorita, pela última vez,colabore, pense no bem comum, ou eu terei de chamar a segurança! Peço delicadamente: senhorita, a senhorita está gentilmente convidada a se retirar !
-Quanta hipocrisia !Convidada nada, isto não é convite algum, é ameaça na cara dura mesmo !
E Lune se levantou com estardalhaço de modo tão  rude que a cadeira caiu para trás atrás dela.
-Vocês deveriam ter vergonha de serem mercenários deste jeito! Haja ganãncia e insensibilidade !
Disse Lune quase gritando e apontando o dedo em riste para o nariz da moça, quase o tocando, fuzilando-a com os olhos, e não apenas se retirou mas o fez batendo a porta de vidro da lanchonete e por pouco não o quebrou, enquanto gritou:
-Mercenários !Estúpidos !Ignorantes ! Bitolados !Nunca mais venho nesta espelunca na minha vida !
Todos ficaram olhando espantados e a funcionária corou de vergonha.
Após Lune sair, os comensais olharam feio para ela, com olhar reprovador, como quem cobra por que ela não chamara a segurança para deter aquela louca...
Lune, no entanto, tremia de nervosa. Saiu do hospital para a calçada em frente, quando , dez minutos depois o seu celular tocou.
Era o pai dela avisando que ela podia subir.
Ela voltou ao hospital, mas para sua surpresa, um segurança se colocou na frente dela e barrou sua entrada .
-Me deixa entrar que minha irmã está internada aqui !
-Sinto muito, senhorita, mas a senhorita não está mais autorizada a entrar neste hospital !
-Qual parte de “minha irmã está internada aqui” e de “eu tenho tanto direito de entrar quanto qualquer outra pessoa” você não entendeu?
-Desculpe, senhorita, mas a senhorita não está autorizada a entrar neste prédio. Sinto muito, mas a senhorita não é bem vinda aqui !
-Outro bitolado, haja paciência !Quer fazer o favor de me deixar entrar, seu brutamontes ditador de uma figa !
-Lembro a senhorita que ofender funcionário público é crime em nosso país!
-Ah, sim, mas o funcionário público ofender a cliente pode, não é?Muito justo isto !
-A senhorita está atrapalhando a entrada e saída dos clientes. A senhorita está convidada a se retirar!Por favor não argumente comigo, ou terei de chamar a polícia , por favor, não insista , colabore !
-E você está colaborando comigo?
-É a senhorita que tem de colaborar !
-Ah, muito justo, muito justo mesmo!Que tal você parar de ficar olhando o meu decote ?Eu sou noiva, sabia?E meu noivo está lá dentro!
O guarda corou de vergonha, em um gesto automático, impensado.
-Quantos anos de cadeia dá um guarda pervertido ficar assediando sexualmente uma cliente?
O guarda engoliu em seco.
-Ainda vai chamar a polícia? Para você ser preso por...pedofilia?
O guarda ficou branco como cera e começou a tremer de medo. O olhar de Lune era cruel!
E para piorar, ela abriu um pouco mais o decote da blusa e se abaixou um pouco e abanou com a mão na frente do busto.
-Ah, está calor hoje...
-Senhorita, por favor, eu tenho ordens superiores de não deixa-la entrar, por favor, colabore, eu posso perder meu emprego, meu casamento, minha família...
O tom dele desta vez era suplicante.Era visível que ele estava absolutamente desesperado !
Lune sacou seu celular e ligou para seu pai e explicou a situação, e pediu para que ele  descesse.
-Filha, olha, então é melhor irmos todos embora. Logo a Ruri-san vai trazer a Rena-chan para nos visitar em casa e aí você  vê. Melhor não nos metermos em encrencas. Quem poderia até resolver esta situação seria o Takeo-san, mas hoje eu não acredito que ele iria te acudir, e eu não tenho o poder econômico dele para pressionar. Vá para a garagem e nos espere no carro, por favor!
-Tudo bem, pai...
Para alívio do guarda, Lune desceu as escadas e foi para a calçada novamente.Ela sabia que não poderia adentrar a garagem por dentro do prédio, então resolveu se arriscar a entrar pela entrada de carros.
Ela desceu a rampa de carros aproveitando que o portão se abriu para um deles passar, e os carros todos davam farol alto para ela, pois era proibido pedestres na rampa de entrada e saída.
Lógico que as câmaras de segurança a viram entrar de modo irregular e avisaram o guarda da frente, com quem ela discutira antes, que recebeu ordens de ir detê-la.
Lune chegou ao seu carro e o destrancou com o controle remoto da chave, quando o guarda apareceu, esbaforido:
-Senhorita, senhorita, eu a avisei, não pode entrar !
-Eu estou pegando o meu carro para ir embora daqui !

(Por Continuar)

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