Lá
estava Anne Paula, de olhos marejados, em pé diante de sua Capitã.
Ela
se ajoelhou e a abraçou e lhe deu um beijo na testa.
Por
vários minutos as duas ficaram pranteando, abraçadas uma ‘a outra.
Por
fim, Anne Paula levou Valéria para dentro de seu quarto e a fez se entar no pé
de sua cama.
-Por
favor, me desculpe...me perdoe, Capitã...eu não sabia de nada disto...
Ainda
levaria mais alguns minutos de silêncio até Valéria se recompor. Uma vez
recuperada, procurou abordar sua proposta delicadamente, e tentou explicar a
situação.
-Desculpe,
Capitã...eu não posso...ninguém poderá substituir a PIA no meu coração, e sei
que a senhora entende...uma filha não substitui a outra...e será outra criação
da Irisa...eu não consigo deixar de
sentir ódio pelo que ela cria, e por ela, não a suporto, e nunca vou perdoar a
ela pelo que ela fez...desculpe, mas não participarei da criação da Dexia, e
nem me darei bem com ela. Ela será como uma filha da Irisa, então a Irisa que
se vire com ela.Procurarei ter apenas o relacionamento profissional, e o mínimo
possível. É o máximo que posso te prometer. Por favor, não me ordene que eu
participe.Se quiser mandar me prender por insubordinação, eu entenderei e me
renderei ‘a Christina imediatamente.
-Tudo
bem então, Anne, eu respeito sua decisão. Você ficará de fora do projeto então.
Só lhe peço para, depois que voc~e estiver melhor, volte a seu trabalho de rotina
na Ponte.
-Sim,
senhora, Capitã, isto sim.
-Está
certo, não tenho mais nada a fazer aqui.
E
Anne Paula bateu continência para sua Capitã, que lhe respondeu ‘a altura e
saiu do quarto de sua comandada, voltando para a Ponte.
Ao
chegar na Ponte, ouviu-se a voz de Cecília:
-Capitã
na ponte !
Todas
bateram contin~encia para ela, e Ccília voltou a se sentar no assento da
Imediata, deixando o da Capitã vago para Valéria se sentar.
-A
senhora andou chorando, Capitã?Seus olhos estão vermelhos...
-É,
Cecília, é que a situação da Anne é bastante emotiva...bom... ela recusou a
missão, então ficará mesmo a Rita como a Chefe da Operação.
-A
Wendy e aIsolda tem amplos conhecimentos nesta área e vão ajudar bastante a Rita. Elas já estão no laboratório de
Informática iniciando a construção da programação.
-Ótimo,
deixemos elas trabalhando então. E a transmissão da Irisa, já vai começar,
Alessandra?
-Ainda
não, Capitã!
-Tudo
bem, então. Olha, Cecília, fique no comando mais um pouco, vou me recolher a
mesus aposentos para descansar um pouco, qualquer coisa você me chama !
-Sim,
Capitã !
Valéria
saiu da Ponte e foi direto para seus aposentos, onde trancou a porta,
desnudou-se completamente e caiu na cama, pensativa e triste.
As
lembranças de sua filha povoavam sua cabeça, lembranças que ela pensava ter
soterrado para sempre.
Enquanto
isto, o trabalho no Laboratório de Informática fervia!
Estavam
construindo o que chamavam de “esqueleto” do programa, a raiz básica em cima do
que seria construído em cima, algo extremamente complexo.
A
projeção holográfica e suas formas, suas cores, em todos os detalhes ficaram
prontas depois de um dia inteiro de trabalho.
Foi
só no dia seguinte, que Irisa foi chamada, pela manhã, e iniciou sua
transmissão.Primeiro periciou o “esqueleto” e a chamada “concha externa”, o
envelope de fótons e informações que faziam a nova Assistente visível aos olhos
humanos. Já tinha uma forma humana, mas ainda estava completamente nua, já que
as roupas seriam acrescidas depois.
-Ela
está ficando fisicamente muito parecida com você, Irisa...
-Pois
é, Rita, mas será bem diferente, bom , mesmo no corpo dá para notar as
diferenças, as semelhanças ficam mesmo por conta do corte de cabelo e penteado.Mas
a cor é diferente, o comprimento dos cabelos é diferente, cor dos olhos, os
seios e as nádegas são maiores que os meus, e até o sexo dela é maior, mais
profundo , mais largo, além de mais saliente do que o meu...
-Poupe-nos
dos detalhes, Irisa, por favor, temos de nos manter concentradas !
Reclamou
Isolda.
(Por Continuar)
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