Foi quando o Capitão deles apareceu com uma
menininha que aparentava dez ou onze anos de idade , e colocou uma faca
encostada na garganta dela.
-Saiam do meu navio ou eu mato ela !
-Maldito, você tem coragem de fazer uma criança
refém?
Respondeu June.
-Ela não é mais criança ! Ela já faz meses que é
a nossa escrava sexual, para divertimento meu e dos meus homens !
A menininha estava com um vestido em farrapos,
que não escondia quase nada do corpo dela.
-Monstro, você não é gente, é um monstro,
desgraçado, toma !
E June atirou com suas duas pistolas de
pederneira. Os tiros acertaram a cabeça do capitão, que explodiu numa nuvem de
sangue e caiu morto.
June pegou a menina pelo braço e gritou:
-Ela já está a salvo ! Matem todos estes
desgraçados que arruinaram a vida dela !
Com o maior prazer as piratas obedeceram sua
cabitã, e toda a tripulação foi massacrada com selvageria e ferocidade. Nenhuma
das piratas podia se confirmar com o triste destino da menininha. Todas, menos
Léa. Esta não matava para vingar a menina, matava pelo puro prazer de matar.
Enfim, pilharam o navio e tudo o que havia de
valor e serventia nele, e saíram do navio inimigo., que ficou ‘a deriva, vazio.
Agora, com as coisas mais calmas, June interrogou
a menininha:
-Como você se chama, minha criança?
-Melissa, senhora...
Disse ela toda envergonhada.
-Olha, Melissa, eu sou a Capitã aqui e somos
todas piratas. Não precisa se assustar, nem ter medo, aqui neste navio só tem
mulheres.Alias, temos aqui uma outra criança, uma menininha triste, que não tem
com quem brincar...Hellen, por favor, traga a Celine!
-Sim, senhora, Capitã.
Não demorou, ela trouxe a menina, que continuava
chorosa e triste.
-Oi, meu nome é Melissa, e o seu?
-Eu sou a Celine...
-Eu sou órfã de pai e mãe, e você?
Perguntou Melissa.
-Eu também...
Celine continuava cabisbaixa, de olhos baixos,
cheios de lágrimas.
-Por que você está triste, por que não tem
ninguém com quem brincar?
-Não é só isto...eu...meu papagaio, Anette, que
eu amava, que foi minha grande companheira na vida, sobretudo depois que perdi
meus pais, morreu, foi assassinada por um bando de gaivotas...
-Sabe, Celine, eu também estou muito triste, e
também não é só por não ter com quem brincar. Na verdade, eu, naquele navio,
era o brinquedo, que aqueles homens brincavam comigo, com meu corpo, você
perdeu seu papagaio, eu perdi minha...minha...nossa, quanta vergonha...eu...eu
me sinto tão suja !
E Melissa contou para Celine todos os abusos
sexuais e todos os estupros, inclusive coletivos, que sofreu.
Os olhos de Celina se arregalaram, sua pele , seus cabelos, seus
pelos se arrepiaram de horror e seus olhos ficaram ainda mais encharcados, ao
ver os olhos inundados da outra menina.
-E...e...eu, que boba que sou...chorando por
causa de...
Celina não conseguiu completar a frase. Abraçou
Melissa fortemente e uma chorou no ombro da outra.Quando se refizeram, Melissa
disse:
-Olhe, você perdeu seu papagaio amado, sua
companheira, mas...você ganhou uma amiga ! Uma nova companheira, eu quero ser a
sua Anette para sempre estar com você na sua vida !
Aquilo calou fundo na alma e no coração de
Celine, que ficou visivelmente emocionada, e respondeu:
-Então serei sua Anette também !
-Amigas?
Amigas !
E as duas se abraçaram de novo,
fraternalmente.Agora seriam como irmãs, e onde uma fosse, a outra iria também !
Toda a tripulação
se emocionou e todas gritaram ao mesmo tempo, junto com a Capitã:
-Doravante seremos suas amigas também ! Conte
sempre conosco !Seja benvinda, Melissa !
(Por continuar)
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