Episódio
9
O Elevador levou Dina até o Deck três, onde ela
caminhou por vários corredores até chegar na Enfermaria.
-Capitã?A que devo a honra de sua visita?
-Oi, Nádia, eu estou com os seios doloridos.
-Huum, você está
no seu período?
-Ah, tenha a paciência, Doutora, claro que não..
-Menopausa, talvez?
-Ah, vá ! Eu tenho apenas trinta anos, doutora,
estou muito longe disto !
-Eu sei, eu sei, só estava brincando com você,
Capitã. Mas vamos lá, me conta o que aconteceu.
Dina descreveu a sua cena na mesa do escritório.
-Huum, entendi. Abra o uniforme e coloque sua
laranjinhas para fora...
-Também não precisa fazer gozação, não é doutora?
São pequenos, mas também não precisa exagerar...
Dina desnudou-se da cintura para cima.
-Ainda estão em pé e continuam fofinhos !
-Tarada !
-Estou brincando, sua boba, olha, não foi nada de
mais, é que esta região é muito delicada e sensível mesmo. Vou pegar o scanner
médico, já que não é grave o suficiente para precisar de scanner de corpo inteiro.
Nádia passou o scanner portável pelos seios de Dina
com delicadeza.
-Não é nada. Apenas alguns nervos estão meio
nervosos por terem sido tocados de leve, mas não há nenhum dano sério. A dor
deve passar logo, mas vou passar o massageador mamário com uma pomada anti
inflamatória e analgésica e a dor passará ainda mais rápido.
O tal massageador parecia um par de cones
plásticos revestidos de tecido macio por dentro, e no centro do alto dos cones tinha um bico injetor que soltava a pomada, e
o tecido começava a vidrar suavemente, espalhando a pomada pelos seios com
suavidade.
-Olha lá, não vá ficar excitada, heim?Tem mulher
que chega ao clímax com este aparelho!
-Ele é muito gostoso, sensação maravilhosa, extasiante
e...
-Chega, Capitã, senão daqui a pouco você vai me
agarrar aqui !Pode se vestir e descer do leito.
-Obrigada, Nádia, nossa, que alívio, passou mesmo
!Vou indo então !Quando quiser, pode ir conversar comigo lá na ponte !
-Tudo bem , Capitã, obrigada, até mais
!Tchauzinho !
Dina saiu espevitada e alegre, aliviada da dor. No
caminho, se encontrou com uma tripulante importante:
-Capitã, poderia ir até o bar dos oficiais comigo
para conversarmos, por favor?
-Pois não, Sasha , vamos lá !
Pegaram o elevador, e foram ao Deck oito. Depois
de andar um pouco pelo corredor curvo, chegaram em um bar igualmente curvo, com
enormes janelões panorâmicos, por onde se podia ver as estrelas distantes a
brilhar.
Lá, Eneida, a barwoman,estava em seu posto, atrás
do balcão, atendendo a outras tripulantes, que ao verem a Capitã entrar, se
levantaram imediatamente e bateram continência para ela.
-Dispensadas, fiquem ‘a vontade, gente.
-Obrigada, Capitã !
Disseram as tripulantes em uníssono.
-Uma vodka tripla com gelo para mim, por favor,
Eneida !
-Eee, bebendo a esta hora do dia, Sasha?
-Capitã, eu preciso te confessar uma coisa...
-A Chefe da Segurança da nave quer se confessar
para mim?
Sasha ruborizou de vergonha.
-Não, Capitã, não é para a senhora. É
que..eu...eu tenho uma paixão platônica pela Isolda, mas ela...ela não me
corresponde !
-Nossa Engenheira Chefe é mesmo meio fria,
mas...o que ela te disse quando você se confessou para ela, Sasha?
-Ai, meu coração está partido , só de lembrar,
dói...
-Olha que te levo para a Nádia, heim?
-Aquela pervertida de busto gigante,Capitã? Eu,
heim, nem pensar !
-Vamos, vamos, estou curiosa para saber o que a
Isolda te disse !
-Ela me disse: “ Eu francamente acho uma chave
seletora de neutrinos mais interessante que você!Desculpe !”
Dina queria rir, mas se segurou ao ver as
lágrimas da Chefe da Segurança.
-Olha, não fique assim, aquela magricela de
pernas compridas é pura racionalidade, nunca a vi exibir nenhum sentimento por
ninguém na minha vida, é o jeitão dela...
-Capitã, por favor, me ajude...diga para ela
reconsiderar, por favor...
-Desculpe, Sasha, eu não posso. Eu sendo Capitã,
não posso me meter na vida íntima de minhas comandadas. Sem falar que uma coisa
destas soaria como uma ordem.
(Por continuar)
Nenhum comentário:
Postar um comentário