terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Episódio 171- Sensibilidade de Viver: Interlúdio ETP




Agora ele tinha a desculpa perfeita, e ela não poderia se arrepender mais de ter ido ao hidroavião !
-Vamos lá no nosso quarto agora!E nem um pio !
Ela disse.
Assim que chegaram no quarto, Lune procurou no banheiro por sinais de banho tomado.Nada.
Ela trancou a porta.
-Tire suas roupas agora ! Nós vamos fazer amor!Já !
-Sim, querida....
Ela continuava desconfiada. Alguma coisa não a convencia. Ela então quis fazer o teste do sexo, por que ela achava que se ele tivesse feito sexo com alguém, não teria desejo agora, e não conseguiria um desempenho sexual convincente. E fazendo sexo com ele, ela achava que sentiria em seu próprio sexo, se ele tinha transado com alguém. Era a prova final!
Ela também se desnudou inteirinha e subiu em cima dele, e o beijou na boca buscando feridinhas nos lábios ou na língua e algum hálito de outra mulher na boca dele, ou mesmo o cheiro característico vaginal de outra mulher na boca dele.
A excitação dele parecia normal, e o modo dele de fazer amor não mudara, e o coito pareceu a ela bem convincente. Também no beijo não percebeu nada, o que a deixou frustrada, e depois de algum tempo, ela o empurrou de cima dele e disse:
-Está bom, já chega !Parece estar tudo bem, mas ainda não estou bem convencida, mas escute aqui, meu caro noivinho:eu não sou boba, nem sou burra não, eu vou investigar e ainda vou descobrir , você deve ter aprontado alguma coisa !Ah, deve !Ah, se deve !
E Lune saiu da cama e foi tomar um banho.
Takeo ficou preocupado: ela poderia descobrir a falta de Naga, já que a Governanta contara a ele que a matou, e, como Lune reagiria quando descobrisse que Naga estava morta?
A culpa e o remorso o preenchiam por dentro !
Mas algo o tranquilizava, ou ao menos, o aliviava um pouco:ele tinha a esperança de que Lune não teria coragem de interrogar a Sra. Severe pessoalmente, inclusive, porque já estava ciente do que a governanta era capaz.E ele confiava plenamente na lealdade  das demais empregadas, que não arriscariam seus empregos nem suas vidas contando a verdade a ela.
Lune finalmente saiu do banho, enrolada nas toalhas.
-Agora é a sua vez, vá lá !Estou de olho em você! Você já me traiu no passado, e não me sinto segura de que isto não aconteça mais !
A voz dela era brava.Ela continuava encasquetada !
Takeo entrou para o banho correndo, e quando saiu, para seu alívio, Lune já não estava mais lá. Crescia em Takeo a vontade de ir logo embora dali.Só que, para tanto, precisava de uma desculpa convincente, a qual ainda não tinha sido encontrada.
Já terminava de se trocar quando ouviu a voz de uma empregada:
-O almoço está na mesa, senhor!Sua noiva já se encontra na Sala de Almoço !
-Já estou indo, Urara!
Takeo, por já ter ido tantas vezes lá, conhecia cada uma das empregadas. E já tinha se deitado com a maioria delas  secretamente!
Ele terminou de se arrumar, e saiu do quarto e foi para sua refeição.
Lá estava Lune, de cara fechada, carrancuda, já comendo- sequer esperara por ele!
-Desculpe o atraso, docinho...
-Cala a boca e coma quieto!Não quero conversa!
Foi a resposta de Lune.
E ele , engoliu em seco, lutando para disfarçar, pois aquilo lhe magoava, e o fazia se sentir rejeitado, mas, acima de tudo, reacendia suas culpas e remorsos.Sim, teria de lutar para reconquistar Lune de novo, mais uma vez, mas como faria isto?
Era o que lhe ocupava a mente enquanto saboreava a comida.
Só que o que veio depois, por muito pouco não o fez se engasgar:
-Gozado, não estou vendo a Naga aqui, ela sempre aparece nas refeições...
Uma situação constrangedora se fez , com empregadas e Takeo, todos apavorados !
Algo providencial, no entanto, aconteceu:A Sra. Severe apareceu, com sua carranca.
-Naga infelizmente veio a falecer!
-Falecer, senhora?
-Sim, senhorita Lune,ela era uma pessoa com depressão crônica e ontem a noite se jogou de um penhasco na na ponta ocidental da praia.Hoje cedo, antes de vocês acordarem, encontramos o corpo dela, levado pelas ondas para a praia, com claros sinais de afogamento.
-Então será preciso providenciar o funeral dela, chamar os familiares...
-O corpo dela já foi levado para a família dela, em Gifu, senhorita Lune. O avião partiu agora há pouco!
Então ouviram o barulho do hidroavião, que parecia se distanciar.
-Entendo, devem ser as regras da casa...
-Sim, são as regras da casa, senhorita Lune! O senhor Hayo Soryu não gosta de nada triste nesta casa.
-Entendi, Sra. Severe!
-Então, com a licença de vocês, vou me retirar !
Mas tais explicações ainda não convenciam a Lune.Alguma coisa ali tinha, e ela queria descobrir!Será que  Naga realmente se matara?Ela não parecia alguém depressiva, embora trabalhar para uma bruxa daquelas, debaixo de tanta opressão, deveria ser deprimente mesmo, mas ainda assim..
Era isto que Lune pensava enquanto comia.
E Takeo?Lutava com esforço hercúleo para disfarçar seu alívio...
Finalmente o almoço terminou.
-Vou para a biblioteca mais uma vez! E quero ficar sozinha e em paz, sem ser perturbada !
Disse Lune, saindo da mesa.
Takeo fez que concordou com a cabeça, em silêncio.

(Por Continuar)

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