Agora
ele tinha a desculpa perfeita, e ela não poderia se arrepender mais de ter ido
ao hidroavião !
-Vamos
lá no nosso quarto agora!E nem um pio !
Ela
disse.
Assim
que chegaram no quarto, Lune procurou no banheiro por sinais de banho
tomado.Nada.
Ela
trancou a porta.
-Tire
suas roupas agora ! Nós vamos fazer amor!Já !
-Sim,
querida....
Ela
continuava desconfiada. Alguma coisa não a convencia. Ela então quis fazer o
teste do sexo, por que ela achava que se ele tivesse feito sexo com alguém, não
teria desejo agora, e não conseguiria um desempenho sexual convincente. E
fazendo sexo com ele, ela achava que sentiria em seu próprio sexo, se ele tinha
transado com alguém. Era a prova final!
Ela
também se desnudou inteirinha e subiu em cima dele, e o beijou na boca buscando
feridinhas nos lábios ou na língua e algum hálito de outra mulher na boca dele,
ou mesmo o cheiro característico vaginal de outra mulher na boca dele.
A
excitação dele parecia normal, e o modo dele de fazer amor não mudara, e o
coito pareceu a ela bem convincente. Também no beijo não percebeu nada, o que a
deixou frustrada, e depois de algum tempo, ela o empurrou de cima dele e disse:
-Está
bom, já chega !Parece estar tudo bem, mas ainda não estou bem convencida, mas
escute aqui, meu caro noivinho:eu não sou boba, nem sou burra não, eu vou
investigar e ainda vou descobrir , você deve ter aprontado alguma coisa !Ah, deve
!Ah, se deve !
E
Lune saiu da cama e foi tomar um banho.
Takeo
ficou preocupado: ela poderia descobrir a falta de Naga, já que a Governanta
contara a ele que a matou, e, como Lune reagiria quando descobrisse que Naga
estava morta?
A
culpa e o remorso o preenchiam por dentro !
Mas
algo o tranquilizava, ou ao menos, o aliviava um pouco:ele tinha a esperança de
que Lune não teria coragem de interrogar a Sra. Severe pessoalmente, inclusive,
porque já estava ciente do que a governanta era capaz.E ele confiava plenamente
na lealdade das demais empregadas, que
não arriscariam seus empregos nem suas vidas contando a verdade a ela.
Lune
finalmente saiu do banho, enrolada nas toalhas.
-Agora
é a sua vez, vá lá !Estou de olho em você! Você já me traiu no passado, e não
me sinto segura de que isto não aconteça mais !
A
voz dela era brava.Ela continuava encasquetada !
Takeo
entrou para o banho correndo, e quando saiu, para seu alívio, Lune já não
estava mais lá. Crescia em Takeo a vontade de ir logo embora dali.Só que, para
tanto, precisava de uma desculpa convincente, a qual ainda não tinha sido
encontrada.
Já
terminava de se trocar quando ouviu a voz de uma empregada:
-O
almoço está na mesa, senhor!Sua noiva já se encontra na Sala de Almoço !
-Já
estou indo, Urara!
Takeo,
por já ter ido tantas vezes lá, conhecia cada uma das empregadas. E já tinha se
deitado com a maioria delas secretamente!
Ele
terminou de se arrumar, e saiu do quarto e foi para sua refeição.
Lá
estava Lune, de cara fechada, carrancuda, já comendo- sequer esperara por ele!
-Desculpe
o atraso, docinho...
-Cala
a boca e coma quieto!Não quero conversa!
Foi
a resposta de Lune.
E
ele , engoliu em seco, lutando para disfarçar, pois aquilo lhe magoava, e o
fazia se sentir rejeitado, mas, acima de tudo, reacendia suas culpas e
remorsos.Sim, teria de lutar para reconquistar Lune de novo, mais uma vez, mas
como faria isto?
Era
o que lhe ocupava a mente enquanto saboreava a comida.
Só
que o que veio depois, por muito pouco não o fez se engasgar:
-Gozado,
não estou vendo a Naga aqui, ela sempre aparece nas refeições...
Uma
situação constrangedora se fez , com empregadas e Takeo, todos apavorados !
Algo
providencial, no entanto, aconteceu:A Sra. Severe apareceu, com sua carranca.
-Naga
infelizmente veio a falecer!
-Falecer,
senhora?
-Sim,
senhorita Lune,ela era uma pessoa com depressão crônica e ontem a noite se
jogou de um penhasco na na ponta ocidental da praia.Hoje cedo, antes de vocês
acordarem, encontramos o corpo dela, levado pelas ondas para a praia, com claros
sinais de afogamento.
-Então
será preciso providenciar o funeral dela, chamar os familiares...
-O
corpo dela já foi levado para a família dela, em Gifu, senhorita Lune. O avião
partiu agora há pouco!
Então
ouviram o barulho do hidroavião, que parecia se distanciar.
-Entendo,
devem ser as regras da casa...
-Sim,
são as regras da casa, senhorita Lune! O senhor Hayo Soryu não gosta de nada
triste nesta casa.
-Entendi,
Sra. Severe!
-Então,
com a licença de vocês, vou me retirar !
Mas
tais explicações ainda não convenciam a Lune.Alguma coisa ali tinha, e ela
queria descobrir!Será que Naga realmente
se matara?Ela não parecia alguém depressiva, embora trabalhar para uma bruxa
daquelas, debaixo de tanta opressão, deveria ser deprimente mesmo, mas ainda
assim..
Era
isto que Lune pensava enquanto comia.
E
Takeo?Lutava com esforço hercúleo para disfarçar seu alívio...
Finalmente
o almoço terminou.
-Vou
para a biblioteca mais uma vez! E quero ficar sozinha e em paz, sem ser
perturbada !
Disse
Lune, saindo da mesa.
Takeo
fez que concordou com a cabeça, em silêncio.
(Por Continuar)
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