Os dias se passaram
e finalmente a Ilha de Fontanara a fora avistada, e os preparativos para a
aportagem começaram.
O Black Marlin,
majestoso, encostou no cais do porto e foi amarrado, e a âncora desceu ao fundo
do mar.
Pranchão descido,
sessenta e duas das piratas desceram e quinze ficaram tomando conta do navio.
Enquanto isto,
Desirée finalmente saía de vez de seu esconderijo.
Tinha se alimentado
de frutas que pendiam de árvores próximas ‘a boca da caverna, para onde ia
rapidamente , pegava o que precisava e voltava rapidamente, para evitar ser
encontrada. Água, ela encontrara em um riacho perto da caverna também. Porém,
estava subalimentada e fraca e sofrera muito com os morcegos e insetos das
cavernas. Agora, porém, ela decidira que o pesadelo terminara, pois ela
calculava que o Belingerance a uma hora destas já teria ido embora dali.
E fora mesmo, fazia
tempo !
Ela saiu da caverna
para nunca mais voltar, e tomou o rumo da cidade.Seus planos eram fazer vida
nova, arrumar um emprego e um lugar para dormir e poder trabalhar em paz.
Porém, a Pirataria
tinha um encontro marcado com sua vida, e não a deixaria sair dela tão cedo.
Desirée, depois de
muito caminhar, já com seu estoque de frutas acabando,finalmente chegava na
cidade e evitou o porto.
Procurou emprego em
todas as tavernas da cidade, mas só conseguia propostas para ser prostituta, ou
de casamento, dada sua beleza.
Mas ela estava
tremendamente traumatizada com homens e dizia a si mesma que não queria
conviver com eles nunca mais.
Então, apesar da
fome, ela recusou a todas as propostas indecentes e cantadas que recebeu.
Alguns não aceitaram
“não” como resposta e a esbofetearam no rosto, mas apesar do choro contigo, ela
fugiu dos brutos e continuou a procurar.
Só faltava uma
taverna , a “ A Lampréia Fanfarrona”,
onde entrou para tentar um emprego outra vez, já quase perdendo as esperanças.
O dono da taverna
estava justamente servindo a mesa da tripulação do Black Marlin, quando Desireé
o interpelou:
-Senhor, por favor,
pode me dar um emprego como serviçal aqui?
-Aqui não admitimos
mulheres para servir as refeições e já temos cozinheira. Porém, os homens aqui
necessitam de belas damas para lhes servir em suas camas a preços módicos. Isto
eu posso conseguir para você!
Disse o taverneiro.
A decepção estava
profunda no olhar de Desirée, que baixou
a cabeça e disse:
-Não, obrigada,
senhor, não sou prostituta.Tenho a minha honra , a minha dignidade, sou uma
mulher direita...sua proposta me ofende !
-Se você é direita,
onde está seu marido?Como não quer, como se pudesses ecolher, oras !Imagine se
uma mulher bonita e boa de cama como você não é protituta, deixa de ser
mentirosa !Dizer que se ofende com isto me ofende !
Diante do machismo
cruel ,grosseiro e agressivo do senhor
obeso ,careca e bigodudo,Desirée não aguentou mais:
-SPLAAAAFT !
O tapa na cara foi
tão forte que o taverneiro caiu para trás, derrubando comida e bebida no chão.
Ao se levantar , gritou:
-Olha o prejuízo que
está me dando, vadia ! Vias ter de me pagar com seu corpo agora !Mas primeiro
vai apanhar!
June viu tudo e
cochichou no ouvido de Long Legs Laura.
-Ajude a ela !
Laura se levantou e
postou-se atrás do homem e cutucou seu ombro. Ao virar o rosto para ela,
recebeu o mais forte soco na cara de sua vida !
June também se
levantou e disse:
-Você deveria se
envergonhar, mandrião !Isto não é jeito de tratar uma dama !
O taverneiro se levantou
e avançou para cima de June, que lhe acertou um chute nos testículos com toda a
sua força, e o homem caiu ajoelhado, chorando de dor.
-Venha, garota,
sente-se conosco, venha comer com a gente, está na cara que você está faminta !
Disse June para Desirée,
que obedeceu.
Só que outros
serventes resolveram socorrer o patrão e aí as piratas se levantaram e sacaram
suas espadas. Em menos de um minuto, sete homens estavam mortos!
-Alguém mais aqui
quer nos enfrentar?
Gritou June,
escudada por Laura e Léia, que lambia com a língua o sangue de sua espada e
depois lambia os beiços.
(Por Continuar)
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