-Obrigada, Capitã. Agora, eu queria te pedir uma
promessa...
-Digas !
-Se, no dia em que eu reencontrar meu algoz, e eu
lutar com ele, perder e morrer, a senhora promete me vingar? Mate a ele por
mim, por favor, Capitã, caso eu não consiga, prometa que o matará...
-Eu o matarei, Desirée, eu prometo, eu juro !Se
aquele calhorda cometer este crime imperdoável com você, serei implacável com
ele !
-Muito obrigada, Capitã, isto já me traz alguma
segurança e alívio, sei que posso contar com a senhora!
-Comigo e com a tripulação inteira! Mas não fique
preocupada com isto, continue treinando sempre, você é uma excelente
espadachim, tenho plena confiança de que você o vencerá!
-A senhora não o conhece, Capitã. Antes de ser
pirata, ele foi condecorado como grão-mestre de todos os mestres da Esgrima da
França inteira, pela própria rainha...ele jamais perdeu uma luta na vida...
-Todos tem uma primeira perda na vida, Desirée,
ninguém ganha para sempre...agora vem, deite-se ao nosso lado e aproveite este
vento fresquinho e gostoso !
E assim se passou o dia, depois jantaram e agora
já estava na hora de dormir.
Mas antes, June e Juliette subiram as escadas do
Castelo de Popa, para olharem o céu com o astrolábio, olharem a posição das
estrelas e ter uma idéia de onde estavam.
Depois, ‘a luz de velas, conferiram em seus
mapas, na cabine da Capitã.
Depois de ter uma boa idéia de onde estavam e
planejar a rota para o dia seguinte,
June fechou a porta da cabine, e ela e Juliette desnudaram-se e deitaram-se na cama, aos beijos.
Juliette só sairia de lá quase ao raiar do dia,
pouco antes da tripulação acordar. Sorria de orelha a orelha, mais feliz que
nunca.
June ainda via estrelas no teto da cabine, e
corria as mãos pelo corpo, sorrindo, acariciando-se toda. Demorou um pouco para
se trocar.
Agora o dia de folga terminaram, e , assim que
amanheceu, toda a tripulação estava vestida como de costume, e em seus postos
de trabalho normais. O clima era de animação geral.
Ao sair da cabine, com seu uniforme de Capitã
completo, June pessoalmente deu as instruções para a rota que Bianca tinha de
seguir no timão, e o navio fez uma suave curva para a esquerda, depois seguiu
em frente. Pelos cálculos de June, se continuassem na mesa rota, iriam parar na
América do Sul, uma rota cheia de navios militares espanhóis e portugueses, que
elas queriam evitar.
Desirée continuou treinando e treinando, sempre
que podia.
-Capitá ! Suba aqui um pouquinho, por favor !
-O que foi, Diana?
-Tem algo que estou avistando aqui que eu
gostaria que a senhora visse !
-É terra? Outro navio?
-Não, Capitã, é outra coisa e é linda de se ver,
velha, por favor...
Diante da insistência de Diana, June subiu no
mastro principal, até o cesto de vigia, tirou sua luneta do bolso e a estendeu,
para ver melhor.
Era um enorme iceberg !
-Woow, uma massa de gelo enorme flutuando no mar !Incrível !
-Pois é, não é linda?
-Com certeza, ainda bem que não está indo na
nossa direção...uuuh, está ficando gelado aqui em cima !Vou descer !
E de fato, não estavam muito longe do Pólo Sul.
Não demorou e baleias, focas e pinguins puderam
ser avistados, nadando na superfície da água, e o clima começava a esfriar.
As piratas estavam acostumadas com o clima dos
trópicos e dos mares temperados do sul do hemisfério norte, e era a primeira
vez que enfrentavam clima frio.
Quem mais sofria era Diana, exposta aos ventos
gelados no topo do mastro principal, mas as piratas que ficavam nos mastros,
também sofriam e tiritavam de frio.
Condoída da situação de Diana, June a liberou de
sua posição e deixou o mínimo de gente possível para trabalhar nos mastros.
Nas galés, mandou fechar as janelas dos canhões,
para preservar o máximo de calor lá dentro.
Mesmo dentro da cabine era frio, e , remexendo em
velhas gavetas, June achou velhos cobertores empoeirados, que ela mandou
colocar para fora, e Long Legs Laura bateu neles com um remo, quando estavam
pendurados num varal improvisado, para tirar o máximo de pó possível, pois todo
aquele pó estava fazendo June espirrar.
(Por Continuar)
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