-Boa estratégia, Capitã !
Os dois navios seguiram seu curso. No navio
comercial, entretanto:
- Os piratas estão ficando para trás, Capitão !
-Huum, eles não seriam tão burros, nem
desistiriam tão fácil...curva aberta a estibordo !
O novo movimento do navio perseguido foi
denunciado por Diana, no Black Marlin .
-Este Capitão deles é experiente e esperto
também. Curva larga a estibordo também, Bianca !
-Sim, Capitã !
-Mas agora não ficaremos atrás deles, Capitã?
Pretende atirar na popa deles, talvez destruir o castelo de popa?
-Se fizermos isto, incendiaremos o navio deles e
perderemos a carga deles. Não queremos afundá-los queremos pilhá-los! Quando
chegarmos ao meio da curva, faremos outra na direção contrária, e já estaremos
perto o bastante para eles não terem espaço para fugir !
E foi isto que fizeram, e agora, o navio
comercial ficou sem espaço para fugir, nem alternativa, senão lutar .
-Preparar canhões !
Gritou, nervoso , o Capitão.
Porém, o Black Marlin já tinha os seus preparados e prontos.
-Atirar !Fogo !
Disse June, e os canhões despejaram suas balas,
que quebraram dois dos mastros do navio comercial.
-Droga, não vamos nos render tão facilmente !Peguem suas armas, vamos lutar !
Disse o Capitão, e logo os ganchos de atracamento
se fixaram no peitoril do navio comercial e o pranchão foi baixado.
Seguiu-se a luta furiosa, mas os marinheiros do
outro navio eram inexperientes e tinham poucas armas, de modo que foram logo
derrotados, e amarrados no mastro de mezena do navio, o único que sobrara.
Os mortos, duas dezenas deles, foram sumariamente
jogados ao mar.
As piratas então começaram a pilhagem e começaram
a transferir toda a carga para seu navio. Cinquenta quilos de ouro e cem de
prata, além de vários quilos de esmeraldas, rubis e safiras foram levados. Sem
falar nas provisões e na pólvora, mas
June foi misericordiosa, e deixou o suficiente de provisões para suas vítimas
se alimentarem até chegarem na ilha mais próxima.
O Black Marlin se separou do outro navio, e
prosseguiu viagem.
-Agora sim, foi uma boa coleta !Agora temos
tranquilamente o suficiente para atracarmos em Bocuse!
Disse June, feliz.
A noite chegou, e no dia seguinte, pela manhã, a
ilha foi avistada.
Começaram os procedimentos de aportagem, e logo o
navio encostava no cais, e a âncora era lançada, assim como a corda que amarrou
a embarcação ao píer.
O pranchão foi descido, e sessenta das setenta e
sete piratas desembarcaram e foram todas juntas em direção ‘a cidade.
-Nós estamos indo para a taverna agora, Capitã?
-Não, Constance, primeiro nós vamos precisar
achar a Amélie !Depois, ainda é cedo, está longe da hora do almoço !
-E onde a encontraremos, Capitã?
-Bom, Hellen, pelo que consta no diário da
Desirée, ela está morando na casa da tia, Isabelle, e o endereço está no diário
também.
Elas foram caminhando pelas ruas, procurando pelo
endereço, até que acharam: era uma casa não muito luxuosa, um sobrado com
paredes cobertas de hera, e poucas janelas, que davam de frente para a rua.
-Bom, nós somos muitas para entrarmos em uma casa
tão pequena, então é melhor a maioria de nós esperar na esquina. Entraremos só
eu, a Juliette, a Hellen, a Laura , a Raquel,e as crianças. O resto esperará
por nós. Vamos !
Havia na porta uma maçaneta maciça de bronze e
ela foi batida algumas vezes.
Uma senhora de meia idade atendeu a porta, com
seu vestido de mangas compridas cinza, embaixo cobrindo até as canelas, e capuz
branco na cabeça.
-Sim, pois não?
-A senhora é a Isabelle, tia da Amélie Lafitte e
da Desirée Lafitte?
-Sim, sou eu, senhorita...
-Capitã pirata June Ashton, senhora !Bom dia,
prazer em conhecê-la !
-Aaaahn, piratas !Vocês vieram por parte daquele
desgraçado do meu irmão?
-Não, senhora, viemos cumprir o último desejo de Desireé,
de proteger Amélie do pai delas. O Capitão Lafitte, seu irmão, está morto.
-Morto? E Desirée?
-Infelizmente, morta também, por seu irmão...
-Desalmado, monstro, ordinário !
(Por continuar)
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