quarta-feira, 15 de março de 2017

Episódio 24-As Piratas também Sonham:O Destino do Belingerance !





Novamente o Black Marlin continuou na sua rota, em busca do Belingerance.
Quando por fim aportou na Ilha Ladyhawk, descobriu que seus inimigos já tinham estado lá e já tinham capturado mais uma leva de vítimas para seus abusos.
June optou por não permanecer muito tempo ali e seguiu então para Crows Crown.
Finalmente, depois de tanto tempo, June e boa parte de sua tripulação, chegavam ‘a sua terra natal.
Para June, ali era algo de muito especial, que trazia muitas lembranças, sobretudo a de seu mestre Harry Harrier.
Mas primeiro, quis ir na sua casa onde nascera.
Era uma volta ‘as origens !
Aquelas escadarias íngremes lhe eram tão familiares !
Como não recordar sua mãe com um cesto enorme de roupas para lavar em cima da cabeça, subindo aquelas escadas?
Como não recordar de ela mesma indo trabalhar enquanto as outras crianças brincavam?
Como não olhar da escada e ver lá de cima os navios no porto e não lebrar no tempo em que ela sonhava e suspirava em ser uma capitã pirata?
E agora, tantos anos depois, sonho realizado, ela se conscientizava de que agora ela era de fato uma Capitã Pirata e tinha seu próprio navio, e que já viajava pelo mundo...quem diria !
Lágrimas caíam de seu rosto...
Até que enfim, chegou na casinha onde crescera.
A porta estava aberta.
-Ó de casa !
Ela gritou, mas ninguém respondeu.
A casinha humilde, tão simples e pequena, estava com as janelas abertas, e gaivotas de lá saíram espavoridas.
Não, não tinha como deixar de vir a seus olhos e sua mente a figura da menininha ainda tão criança, abrindo a porta para aquele senhor gordo e barbudo, de chapelão e espada na cintura!
Olhou para o lado, para onde um dia fora seu quarto de criança. A velha cama ainda estava lá, com seu colchão duro de palha.
Ali lembrou de seu pai em seu leito de morte, das cenas dos piratas ameaçando sua vida e de sua mãe, e de como Harry Harrier as defendeu.
Olhou agora em direção ‘a cozinha, e ali seus olhos se arregalavam e as lágrimas caíam copiosas...
As cenas de sua progenitora morta, estuprada, e do estuprador, com seus aterradores olhos de tara fitando-a, lhe enchia de terror e dor, as marcas do sangue no chão ainda estavam ali!
Ela parecia ver de novo como matara o monstro e Harry chegando para socorrê-la e ampará-la, nunca mais se esqueceu!
Repentinamente, um vento gelado percorreu  a casa e June teve calafrios.
Tremia de um pavor inexplicável, enquanto a curta cortina da janela da sala esvoaçava e era arrancada de seu lugar e voava pela casa, até que flutuou no ar. O que parecia um tecido de cortina agora parecia moldar-se para uma figura vagamente humana, que o vento parecia esculpir em meio ao que parecia uma massa branca e gelatinosa.
June queria fugir dali, mas estava absolutamente paralisada de terror como nunca sentira antes!
Agora, enfim ela reconhecia a figura: era sua mãe !
-Minha filha, por favor não tenhas medo. Sede benvinda novamente ‘a tua casa, tuas origens a que pertences! Esou muito orgulhosa de você por teres seguido a carreira de seu pai e teres tido um destino muito melhor que eu, e é uma grande alegria para mim vê-la crescida, saíste daqui como uma menina, voltastes mulher, e nem pude me despedir de você quando fostes embora para o mundo acolher teu destino.Insisto, não tenhas medo, sou tua mãe e nunca te faria mal !Só lhe peço um abraço e que me recebas de volta em teu coração, pois te amo mais do que qualquer outra coisa !
-Ma...mamãe !
Gritou June, e, num ímpeto quase instintivo, correu a abraça-la.
Impossível descrever a inesquecível sensaçãoque sentiu naquele abraço!
-Muito obrigada, mamãe, muito obrigada por tudo, por me fazer nascer, por me criar, por sofrer por mim, por me ensinar, por me proteger!
-De nada, minha filha, nem poderia ser diferente. Mas gostaria de que soubesses que morri por ti.O tarado que me matou na verdade procurava por você, era um monstro estuprador de criancinhas e deixei que ele fizesse os horrores dele comigo para evitar que ele a encontrasse e fizesse contigo.Impossível descrever o quanto sofri, mas o fato de ser eu ali, não você, me confortava de algum modo. E como torci para que você não aparecesse por aquela porta enquanto meu suplício e minha tortura se desenvolviam !Mas quero também te agradecer, por teres me vingado ! Agora, minha filha, por favor, corra, fuja daqui. O Espírito do Estuprador também vem aqui e pode te fazer o mal. Eu também tenho de ir antes que ele chegue. Vá depressa, e boa sorte, filha, leva meu amor contigo ! 

(Por continuar)

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