-Esta é a Joanna, nossa cozinheira !
-Disse Juliette.
-Oi, menina bonita, como você se chama?
-Celine , prazer em conhecê-la!
-Ah, mas que educadinha, Juliette, olha só, que
gracinha de menina !E este papagaio bonitinho no seu ombro?
-É a Anette !
-Urr!Jesuis Anette!Je suis Anette !Bonjour !Bonjour
!
Repetiu o papagaio.
-Opa, como é inteligente !Está com fome, Celine?
-Estou sim !Morreeeeeeendo de fome !
Juliette e Joanna riram-se a valer.
-Pois então chegou na hora certa !Pois já está
tudo pronto ! Você pode me fazer um favorzinho?
-Claro, Senhora Joanna!
Joanna soltou uma risadinha.
-Eu tenho só vinte e seis anos, Celine, estou
muito jovem para ser chamada de senhora, pode me chamar só pelo nome, certo?
-Certo !
-Então ótimo. Olha, logo depois da escada que dá para o convés tem, pendurado
em um gancho na outra escada que sobre para o convés acima do castelo de proa,
um sino de bronze.Poderia tocar ele por favor, e gritar: “Podem vir, o almoço
está servido !”, para mim, por favor?
-Claro, Joanna, agora mesmo !
-Ai, que linda, que menina obediente, gostei de
ver !
Celine subiu a escada, chegou no tombadilho,
pegou o sino e começou a chamar todo mundo para o almoço.
Foi uma algazarra!
Pareciam mais um bando de macacos descendo das
árvores para comer na mão dos turistas !
Um bando de piratas desceu dos mastros e
apareceram junto ao caldeirão da pequena cozinha, que ficava na popa da
primeira galé.
Logo fez-se uma fila.
-Como você é novata, vai para o fim da fila,
menininha !
-Ah, não seja cruel com ela, Léa, ela foi
encontrada quase morta de fome numa ilha deserta, depois de naufragar...deixa
ela ir na frente...
Disse Joanna.
-Ela não pode ter mais direitos do que nós só por
que ela é criança!
Só que ‘a
frente de Léa, estava Long Legs Laura, e esta se virou e fuzilou a ela com seu
olhar reprovador, depois disse:
-Hoje ela será a primeira a comer ! A partir de
amanhã, ela será a ajudante da Joanna, e servirá o prato de todas nós e comerá
por último por ser novata !
Celine ficou toda contente com a ordem de Laura.
Ela estava ainda conhecendo quem eram cada uma
das piratas, e definitivamente, Léa era má por natureza, insensível, rabugenta
e não gostava de crianças.
A cozinheira do navio serviu a menina primeiro, e
depois as demais.
Celine viu que todas se sentavam no chão para
comer, então ela fez a mesma coisa, e ficou ao lado de um dos canhões.
Não era uma cena das mais confortáveis de
assistir: os talheres ali eram poucos e de baixa qualidade, baratos, e não eram
nem de longe suficientes para toda a tripulação. Deste modo, todas comiam com
as mãos, ou, no caso de sopa ou ensopado, colocavam a boca na beirada dos
pratos de metal grosseiro e o inclinavam para beber, e , não raro, a sopa ou ensopado,
caía na roupa e no chão.
Ninguém usava guardanapos, então elas limpavam a
boca nas mangas das camisas, e as roupas delas viviam sujas e manchadas, elas
nunca tinham tempo para lavar roupas, nem tinham onde lavar, nem como lavar,
por que a água doce a bordo era rara e preciosa , e a água do mar, muito
salgada, não servia para lavar nada. Inclusive todas ali eram tremendamente
malcheirosas, por que banho ali era raríssimo.
Por fim, ninguém tinha o costume de lavar as mãos
nem antes nem depois de comer.
(Por continuar)
Nenhum comentário:
Postar um comentário