Agora o avanço foi um pouco maior.
-Vai, vai, vai, cai, vai subindo, subindo
!Assim!.
-Nossa, agora estou muito alta, estou com medo, e
se eu cair daqui?
-Você morre !Inclusive por que nem eu, nem
ninguém iremos conseguir te segurar. Não olhe para baixo, continue até chegar
na retranca!
-O que é a retranca, Carmen?
-É a madeira que atravessa o mastro, na parte de
baixo da vela!
-Ah, então já chegamos ! E agora?
-Se segure na retranca e suba, depois se segure
no mastro, atrás da vela.
E assim, Carmen a foi ensinando, todos os
truques, como esticar as velas, como virá-las, como recolhê-las e os cuidados
que tinha de ter com elas.
No dia seguinte, outro aprendizado: desta vez sua
professora foi Lilian, que a ensinou a limpar e manusear os canhões.
A cada novo dia ela ia aprendendo uma nova
função, e a semana se passou tranquila, com ela aprendendo muito e se
esforçando em colaborar em todas as rotinas do navio.
E todos os dias ajudava Joanna a cozinhar e
servir as refeições.
Agora ela já era capaz de subir e descer dos
mastros com prática e sem medo, adquirira agilidade e estava se saindo
excelente maruja !
Por fim, no início do dia seguinte, numa esplêndida
manhã de sol, a voz de Diana se soltou:
-Navio ‘a vista !Navio ‘a vista !
June saiu de sua cabine e foi ter com ela:
-Consegue identificar?
-Sim, senhora, é um navio comercial francês !
-Está muito longe?
-Não senhora, está a bombordo, mas parece estar ‘a
deriva!
-‘A deriva, Diana?
-Sim, senhora, meu palpite é que deve estar vazio
!
June estendeu sua luneta ao máximo e olhou na
direção que sua vigia apontava.
O navio de fato parecia estar a deriva.. Só
haviam farrapos onde deveriam estar as velas, e parecia mesmo vazio. Mas o mais
surpreendente foi o tamanho do estrago nas amuradas e beirais, e rombos
estranhos no costado , que pareciam não serem resultados de impactos de balas
de canhão.Na verdade, era quase um milagre o navio ainda estar flutuando!
-É, não vejo movimento algum nele, parece estar
vazio mesmo, e bem danificado. Vamos verificar ! Bianca, curva gentil a
estibordo, vamos emparelhar com ele!
Disse June.
-Será outro navio fantasma,Capitã?
-Mão acredito ser este o caso, Juliette. Mas é
bom darmos uma olhada para saber o que aconteceu e por que a tripulação
abandonou o navio.Está muito esquisito isto! Mas quem sabe lá tenha alguma
coisa de valiosa, ou víveres, água doce, especiarias, algo que a gente possa
aproveitar? Não custa nada dar uma olhada!
Não demorou e se alinharam com o navio
misterioso.
Jogaram as correntes com ganhos e o puxaram para
junto do Black Marlin.
Aí desceram o pranchão.
Normalmente, ao ser abordado por um navio pirata,
a tripulação geralmente tentava se defender e receber os piratas com violência,
mas ninguém apareceu.
June, acompanhada de Long Legs Laura, Juliette,
Léa,Vivian e Carmen, adentraram no navio francês.
Caminharam pelo convés e tudo parecia estar
vazio, abandonado.
Mas haviam muitas manchas de sangue pelo convés.
Entraram na cabine do Capitão, e os vidros
estavam destruídos, mas havia um diário de bordo, que June recolheu para si.
Na primeira galé, os canhões estavam jogados pelo
convés, fora dos carrinhos, e havia uma mistura de pólvora e sangue no local.
O caldeirão na popa esta caído.
Na segunda galé, também tudo vazio, mas havia um
bom depósito de pólvora, que June mandou suas piratas saquear.
Também os barris de água doce foram transferidos.
Na terceira galé encontraram muitos mantimentos
ainda intactos, mas, estranhamente, nenhum rato ou barata, como seria muito
comum.Mas atrás de vários sacos de víveres, encontraram enfim um único homem, que
parecia bem idoso,muito ferido e já ‘as portas da morte.
(Por continuar)
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