domingo, 23 de julho de 2017

Episódio 140-Admirer Voyages!





-Capitã, tem nova solicitação de mensagem da Capitã Valéria, da Exploiter, para a senhora...
-Obrigada, Stephanie, coloque no telão, por favor...um dia eu ainda me acostumo de ser chamada de “senhora”...mal cheguei aos trinta ainda...
-Oi, Dina !
-Oi, Val, pode falar!
-Então, amiga, parece que não vai ter jeito não, pelo que a Isolda disse, viu? Vamos ter de construir uma nova nacelle!A outra ainda dá para consertar, mas a mais afetada derreteu tanto que ficou impossível!
-Puxa, que chato, Val...
-Pois é, vai ser necessário que as garotas coloquem trajes astronáuticos e usem as navetas com braços mecânicos, e uma outra com equipamento de impressão 3D de peças via transformadores De Vloss...e isto sem os recursos de uma doca espacial !
-Vai ser complicado então...
-Vai, especialmente por que não temos a bordo uma naveta de manutenção com gerador 3D De Vloss para imprimir as peças!
-Fique tranquila, Val, temos uma aqui a bordo, vou manda-la para você !
-Muito obrigada, Dina, era isto que eu ia te pedir mesmo, por isto te chamei...
-Amigas são para estas coisas !Até já!Admirer desligando !Stephanie, convoque a Sasha, que está sem ter o que fazer, para ir no hangar, pegar a naveta de manutenção e leva-la para o hangar da Exploiter, por favor!Depois ela volta de teletransporte !
-Sim, Capitã !
Não demorou, Sasha recebeu suas ordens e foi para o hangar. Subiu na naveta de manutenção, uma grande e rústica e não das mais aerodinâmicas ou bonitas, quase que um caminhão voador, e a ligou.
-Irisa, por favor, abra as comportas do hangar, que vou sair !
Irisa apareceu do lado de fora da naveta, e fez um sinal de positivo para ela.
Logo as comportas se abriam, e a naveta grandalhona e desajeitada, flutuou e disparou para fora da nave.
Poucos segundos depois as comportas do hangar da Exploiter se abriam e a naveta entrou lá. Isolda esperava por ela, junto com a Rita.
As comportas se fecharam e a escotilha da naveta se abriu, Sasha desceu e logo quis dar um selinho em Isolda, que, irritada, disse:
-Não na frente das outras, quantas vezes tenho de falar a mesma coisa?Nem estamos na nossa nave !
-Desculpe, amor...
-Vá logo para a sala de teletransporte, vamos, tenho muito trabalho a fazer !
-Mas não posso nem conversar um pouquinho com as amigas daqui?
-A única amiga que você pode ter sou eu !Depois, as ordens da Capitã foram muito claras: você veio para cá entregar a naveta, para depois ir embora de teletransporte, conversar não está especificado nas ordens, e você já está desobedecendo!
-Ei, Isolda, também não precisa levar as ordens tão ao pé da letra...
-Não se meta em discussão de casal, Rita, fica quieta no seu canto !
Constrangida com a grosseria de Isolda, Rita se calou diante da colega.
Normalmente, Oficiais de Segurança eram muito temidas, e ninguém, a não ser Capitãs e Imediatas, falavam assim com tanta autoridade sobre elas, sem temer serem presas por desacato ‘a autoridade. Mas Sasha também esta constrangida, e pior, se sentia rejeitada. Ela sabia que Isolda era neurótica e autoritária, mas nestas horas ela se perguntava se a Engenheira Chefe a amava de verdade. Só mesmo as memórias das duas compartilhando carícias na cama a impediam de chorar ali mesmo.
-Tudo bem, vou embora então...tchau, até mais...
Por mais que Sasha se esforçasse em não demonstrar, lágrimas caíam de seu rosto.
Ela foi direto para a sala de teletransporte.
Isolda, em silêncio, entrou na naveta sozinha. Na escuridão do compartimento  de cargas , Isolda sentou-se no assoalho de pernas cruzadas, colocou as mãos no rosto e chorou.
Ela sabia que Sasha sofria e que ela tinha a feito sofrer, e não se perdoava por isto.O pensamento de que, ela tinha de ser dura na frente das outras pessoas, em público, não a consolava nem um pouco.No fundo, temia perder o amor de Sasha, conquistado a tão duras penas, mas a verdade era a de que, para ela mesma, tão mergulhada no seu trabalho e tão apaixonada por ele, e que era tão objetiva e racional, era extremamente difícil e sofrido para ela expressar seu amor, e seus sentimentos para fora e expressar seu carinho e amor, beijar, acariciar, fazer amor, eram para ela difíceis de sair como um parto, com as mesmas dores e necessidades imperiosas competindo entre si.Era o dilema de sua dualidade inadmissível, que ela teimava em não querer aceitar que tinha, mas tinha:aqueles sentimentos tão profundos que ela nem se sentia capaz de expressar, mas que no fundo, ela os queria colocar para fora sem sentir culpa, sem repreender-se a si mesma, sem se auto-cobrar, sem sentir que ela estivesse falhando para com sua outra Eu, que a mandava ser sempre séria e compenetrada no seu trabalho e levar a sério suas responsabilidades.Sua severidade para com Sasha e suas comandadas refletia sua própria severidade consigo mesma,seus conflitos internos, suas contradições internas , com as quais tinha de lutar todos os dias, em batalhas fatigantes e estressantes, que não a deixavam ser feliz...

(Por Continuar)

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