Devido ‘a briga com a mãe dela pela manhã e pelo fato de não
ter avisado que iria almoçar fora, nem ter avisado quando chegaria, considerou,
com acerto, que era melhor passar o dia fora de uma vez
Mas, e o que ela ficaria fazendo?Ela adorava caminhar e
passear pela cidade, mas aquilo também a cansaria muito.
Então teve uma idéia: resolveu ir no cemitério visitar o túmulo
de Rina!
Pegou um metrô e desceu na estação perto de onde queria
ir.
Ainda se lembrava direitinho onde era o jazigo de sua
melhor amiga, mas antes, passou numa floricultura próxima e comprou algumas
flores.
Só então entrou no cemitério e começou a procurar pelo
jazigo dela.
Não demorou, acabou encontrando.
Na lápide, havia uma foto dela atrás de um vidro que a
protegia.
Como era doloroso ver aquela foto e ter consciência de que
Rina estava lá...
Nos funerais japoneses o mais comum é a cremação, mas ela
dizia que não queria ser cremada e sim enterrada.
Então, o que restava do corpo dela estava ali.
As lembranças dela vinham numa torrente em sua mente e
logo as lágrimas começaram a cair de seu rosto, e ela sentiu um vento gelado a
lhe percorrer a espinha, o que a arrepiou em todos os seus cabelos e pêlos do
corpo!
Súbitamente veio a consciência assustadora de que ali,
pouco abaixo dela, estava o esqueleto de Rina, com sua caveira sorridente, com
seu sorriso tétrico.
E que aquele cemitério enorme estava refleto de esqueletos
e caveiras debaixo da terra, e ela omeçou a imaginar tudo isto, e de repente
ela se imaginou acariciando os ossos de Rina, e o contato com os ossos doíam, e
parecia escorrer sangue dos ossos, e de repente o som do tiro que matou sua
amiga soou em sua cabeça, seu coração disparou e...desmaiou em cima da Lápide.
Ou talvez não,nem ela mesma sabia se desmaiara,s e dormia,
se sonhava, ou se estava tendo uma visão ou se vivia a realidade !
-Lune-san,
acorde !Aconrde, Lune-san !
-Han, oi, hã…
-Acorde !
-Quem é?
Lune esfregou os olhos, atordoada, com a visão embaçada,
que só depois se firmou.
-Rina?É você?
-Sim, sou eu! Aqui não é um lugar bom para você,é
perigoso...
-Perigoso?Por quê?
-Não posso te dizer, mas confia em mim, estou tentando te
proteger !Corre !
-Ai, Rina-san, é tanta saudade...mas sim, eu confio em você
!Eu sou me levantar e sair agora mesmo então !Até mais...
Os olhos de Lune se abriram, e o frio aumentou, e ela
começou a tremer.
Ainda impressionada pela experiência que acabara de
passar, ela se levantou dali, deixou as flores em cima da lápide e saiu
correndo.
Foi quando passou por outra lápide ali pertinho e viu:ela
estava com a tampa aberta, e na lápide falava: Osamu Katagawa, assassino serial
killer de jovens mulheres, 1892-1927.
O caixão estava aberto também e os ossos do criminoso
brilhavam ao sol.
Tomada de susto, Lune disparou pelo cemitério e finalmente
saiu de lá, comum suor gelado na testa, e espinha idem, toda arrepiada, coração
disparado, adrenalina a mil por hora !
Tratou de ir correndo para o metrô e ficar longe dali o
quanto antes.
Foi um enorme alívio quando a porta do trem se fechou !
Olhou as horas no celular: era hora de ir para casa!
Não demoraria, teria de tomar banho e se arrumar para ir
buscar sua avó!
Desceu em uma estação relativamente próxima de sua casa e
fez o resto a pé.
Finalmente chegava em casa !
-Bonito, heim, mocinha?Você some, não dá satisfação, não
fala onde vai, e nós todos preocupados aqui, com o coração na mão !
-Ah, mãe, não enche !Daqui a pouco terei de ir buscar a
vovó na estação de trem...
-Sua avó? Ela vem hoje?Vai chegar agora? ,Ai, Buda santo,
e agora?Nem preparei nada !Por que não me avisou antes, filha?
-Por que achei que ela tivesse avisado a vocês também !
-Você sabe como ela é avoada !Ah, mas o que estou dizendo,
você é tão avoada quanto ela...então vai, vai, vai tomar banho e se arrumar
logo !Kazuoooooo !
Lune subiu as escadas correndo e se trancou em seu quarto.
-O que foi, querida?
-A Lune-chan disse que a sua mãe vai chegar daqui a pouco
na estação de trem !
-Ih, preciso me arrumar então!Que será que mamãe veio
visitar de repente e avisou de última hora,Momiji-san?
-Eu lá vou saber, Kazuo-kun?Ela é louca !
-Não tenho tempo de discutir agora, vou lá tomar banho !
E Kazuo subiu as escadas. Só que parou na frente do quarto
de Lune e bateu na porta.
-Filha, posso falar com você?
-Agora não posso, estou pelada !
-Tudo bem então, deixa...
No quarto ao lado, Ruri, a irmã dois anos mais jovem que
Lune, não sabia que o pai delas tinha chegado em casa, e estava se trocando com
a porta aberta.
Na verdade, ia colocar suas roupas íntimas agora e ao
ouvir a voz do pai, correu a fechar a porta, mas não deu tempo: ele passou em
frente ao quarto e a viu nua, e ela imediatamente soltou um grito:
-Aaaaaaah !
E entrou correndo em seu quarto e fechou a porta voando.
-Ah, estas meninas...o que custa se trocar de porta
fechada...
Pensou Kazuo consigo mesmo, e foi para seu quarto se
arrumar.
Ruri estava vermelha de vergonha da cabeça aos pés !
(Por Continuar)
Nenhum comentário:
Postar um comentário