sábado, 29 de julho de 2017

Episódio 85-Sensibilidade de Viver:Interlúdio ETP





-Ainda bem que o Takeo-san te ajudou, onee-san !
Exclamou Ruri.
-Ajudou, e como ajudou, especialmente depois que você subiu a apartamento dele, não?Mas que banho demorado...me conta, Lune-san, foi a dois, é?
-Ahaaaam !Não é de sua conta, obaba !
-Filha, mais respeito com sua avó !
-Desde que ela me respeite primeiro !
-Ela tem muito mais idade que você, mocinha e é a matriarca da família !
-Isto não dá o direito a ela de se meter na minha vida íntima, mãe !
-Aaaah, aí tem !Se ficou nervosa assim, é por que minha pergunta foi respondida e minha dúvida  foi sanada!
Disse Asuka, com um sorriso malicioso.
Lune corou de vergonha .Não apenas por que ali estava sendo devassada sua vida íntima, mas também por ter vergonha de ter caído naquela armadilha, que ela nem percebera que era uma cilada montada de propósito por sua avó.
-Não se consegue mais ter respeito e privacidade nesta casa !
Lune parou de almoçar, levantou-se de sopetão da mesa e subiu as escadas correndo para se trancar no seu quarto e ir chorar na cama.
-Mamãe!Olha, eu geralmente brigo com a Lune-san,mas desta vez sou forçada a reconhecer que ela tem razão !A senhora foi maldosa e a desrespeitou com esta armadilha, ela deve estar se sentindo humilhada, especialmente por que foi na frente do pai também !O que é que está acontecendo?Por que é que a senhora está revoltada com a vida desta vez?
-Se você tivesse minha idade e tivesse tido a vida que eu tive, e tivesse passado pelo que eu passei, Momiji-san, você não desrespeitaria sua avó idosa como está fazendo agora !
-Isto não é motivo para ficar revoltada e tratar mal sua neta !A Lune-san tem razão, respeito tem de ser mútuo !
SLAAAAAPT !
Asuka deu um tremendo tapa na cara de Momiji.
-Autoridade !Estamos falando de autoridade e hierarquia familiar !Isto aqui não é uma democracia ! Não me desonre outra vez, filha ingrata !Não me envergonhe na frente de todos ! Ajoelhe-se e me preça desculpas, agora !
A voz da velhinha era trovejante.
Momiji, humilhada, se ajoelhou e pediu desculpas com humildade.
Asuka pegou o jornal que Kazuo estava lendo, arrancou da mão dele, e , como resposta, enrolou-o em um maço compacto e o bateu na cabeça da filha por várias vezes seguidas, com violência.
-Isto é para voc~e aprender a não desafiar mais a minha autoridade ! Está desculpada !
Asuka jogou o jornal em cima da tigela de arroz de Kazuo , e se retirou para o quarto dela.
Momiji caiu ajoelhada no chão, com as mãos no rosto, chorando copiosamente.
Kazuo se levantou e a abraçou com ternura, tentando consolá-la e confortá-la.
Mas enquanto subia as escadas, Asuka mudou de idéia.
Ao chegar ao segundo andar da casa, ela bateu na porta do quarto de Lune com violência.
Ela trazia um tamanco de madeira maciça na mão, quando Lune, de olhos rasos, abriu a porta.
-Sua mãe já apanhou. Agora é a sua vez de aprender Autoridade !
O olhar de Asuka era medonho.
Porém, Lune não se curvava ‘as regras tradicionais da cultura familiar tradicional japonesa.Se havia alguma coisa que ela não suportava, era autoritarismo!
-Como a senhora tem coragem de bater em minha mãe, e ainda querer me bater depois de me humilhar?A senhora está pensando que sou como minha mãe, por acaso?
-Ajoelhe-se agora para apanhar !
-Não !
-Obedeça !
-Não !Não mesmo !Não sou submissa ! Se você me bater, eu me mudo para a casa do Takeo-kun de uma vez, te odiarei para sempre e nunca mais irei querer te ver !
-Você não faz nada, nada sem a minha ordem, entendeu?Nada !Pode odiar o quanto você quiser, mas autoridade é autoridade e as regras tem de ser obedecidas!Todo jovem tem que ter respeito com os mais velhos !
-Ah, sim, e os mais velhos não tem de ter respeito pelos mais novo, não é, senhora ditadora?
-Não quer apanhar ajoelhada, vai em pé mesmo !Toma !
O Tamanco voou para cima da cabeça de Lune, mas naquele exato instante, um pequeno vulto passou na frente e soltou um grito medonho:
-Meaaaaaaauwwwwwrrrrrrrr !
-Sartre ! Não !
O gato de Lune, chamado Sartre, voou longe com a tamancada, e caiu no chão, desmaiado.Sangue escorria por sua boca!
Lune correu e se ajoelhou no chão, olhou para a avó e gritou:
-Se ele morrer, nunca vou te perdoar !Nunca ! A culpa é sua !A culpa é sua !
O tamanco caiu no chão.
Os velhos olhos de Asulka baixaram, e lágrimas dele escorriam.
Só agora tomava consciência de que, se tivesse acertado a tamancada, Lune poderia estar morta!Nem ela percebeu quanta força colocara na mão naquela hora.
Em silêncio, ela se retirou.
Alarmados com o grito de Lune, Momiji e Kazuo subiram as escadas correndo.
Encontraram Lune ajoelhada ao lado do gato, chorando copiosamente.
-Vem, filha, vamos levar o Sartre-chan para o hospital veterinário imediatamente!
Disse Kazuo.
Momiji abraçou a filha e disse:
-Eu apanhei por você. Eu me humilhei por você, para protegê-la e não deixar que você apanhasse...por que eu te amo, filha, e não aguentaria ver você apanhar...eu sei que é difícil, mas vá com seu pai, por favor,salve a ele, que deu a vida dele por você...
-Mamãe...
Lune a abraçou forte e depois usou uma pasta rígida para passar por baixo do gato, e o machucar o menos possível.
Ela e Kazuo pegaram o carro dele e Lune foi, tristíssima, carregando o gato no colo, cariciando sua cabecinha.
Só no meio da viagem, Lune ligou para Takeo e contou o ocorrido, e deu o endereço para onde estava indo.
Takeo saiu de seu apartamento, foi para a garagem, tirou sua Mercedes da vaga e disparou para o hospital veterinário.
Lá ele se encontrou com Lune, e rapidamente os três estavam sendo atendidos.
A médica -veterinária perguntou:
-Quem é o dono do animal?
-Sou eu, Lune Tamasuki.
-Pois bem, senhorita Lune, seu gato quebrou duas costelas e um pedacinho perfurou um dos pulmões. O estado dele é grave, e ele precisará de uma cirurgia de emergência. A senhorita autoriza?O risco de morte é alto, mas sem a cirurgia, a morte é certa !
-Sim, doutora...
-Amana Kawasaki !
-Sim, Doutra Kawasaki, pode operar!

(Por Continuar)

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