-Vou
acionar o scanner biológico nela.Não, ela está viva, taxas metabólicas subindo,
respiração e batimentos cardíacos e pressão sanguínea subindo, ela logo vai
acordar, melhor não ficarmos tão perto da gaiola!
De
fato, dois minutos depois, a ave abriu os olhos e mexeu seus tocos de
asas.Depois , com alguma dificuldade, ainda fraca e tonta, se levantou.
Ela
estava ainda confusa e a visão ainda embaralhada, mas poucos minutos depois,
ela acordou completamente, e quando o fez, o fez da maneira mais escandalosa
possível: urrou trovejantemente com um grito de congelar a espinha e parar o
coração de terror !
Sua
cabeçorra era estreita e conseguiu passar por entre as grades, mas felizmente,
o tronco não.
Ela
começou a caminhar para trás e depois investir com tudo contra as grades,
gritando muito, com seu enorme e afiado bico ameaçando as garotas.
-Uuuh,
deste jeito ela vai quebrar todos os ossos, ela quer escapar e nos pegar !
Disse
Lola, assustada.
-Ela
deve estar com fome e sede. Sintetize carne bovina, uns quatro quilos, e alguns
litros de água no sintetizador de alimentos e os teletransporte para o
comedouro e bebedouro dela, por favor, Lola !
-Ok,
farei isto.
A
comida e a bebida apareceu, e Lola fez questão que a carne fosse sintetizada
bem ensanguentada.
A
ave, desconfiada, farejou a água e a comida, e morta de fome, acabou não
resistindo, e engoliu o pedaço inteiro de uma só vez !
-Caramba!Quatro
quilos não são nada para um filhote ! Vamos fazer mais então!
Disse
Rosimary.
Dezesseis
quilos de carne e oito litros de água foram necessários para a ave saciar fome
e sede.
-Bom,
amanhã a estudaremos com calma. Vou deixar os sensores biológicos a escanneando
e registrando os dados no computador durante a noite, vamos dormir , apagar a
luz e trancar a porta para ela se acalmar e dormir.
-Não
seria bom a gente dar mais um sedativo para ela?
-Não,
Lola, ela ainda está se recuperando de uma dose forte deles, melhor deixar o
organismo dela descansar. Vamos embora antes que fiquemos surdas !
E
apagaram a luz e foram embora, trancando a porta em seguida. Duas guardas
ficaram do lado de fora da porta do laboratório por segurança.
A
ave continuou berrando e investindo contra a grade por horas, e dava para
escutar os gritos dela por um andar inteiro, e até em um andar acima e um
abaixo, o que dificultou as tripulações a dormir.
O
que ninguém imaginava era o do que aquele filhote era capaz !
Duas
horas da madrugada. Agora todas dormiam, menos as guardas de plantão na porta
do laboratório de biologia.
Estas
conversavam pesadamente entre si, morrendo de sono:
-Sabe,
Judith, eu me arrependi de ter me alistado para guarda de segurança...trabalho
chato, não acontece nada, não tem aventura...quando entrei, pensei que iria ser
mais agitado!
-Eu
também me decepcionei, como você, Úrsula...ai, que sono, e o pior é ter que
montar guarda e não poder dormir, e ter de tomar conta de uma bendita galinha
gigante que nos arrumaram!
-Galinha
gigante !Ahahahahahah !Esta foi boa !
Súbitamente,
ouviram um forte ruído, vindo do laboratório:
-KABLONK
!
-Credo,
Judith, que susto ! Será que aconteceu alguma coisa com a galinhona?
-Ah,
não acredito, Úrsula!Ela está presa numa jaula fortíssima, o campo de energia
em volta dela está ativado e é muito forte também.
-É,
ela é apenas um filhote, não deve ter sido nada...
-Sklonk
klonk !
-Aaaai,
que será isto?Estou ficando com medo, amiga!
-Não
podemos ter medo, somos guardas e estamos armadas !Talvez seja melhor entrarmos
lá e ver o que está acontecendo!
-Mas
não temos permissão de entrar...
-Sklonk!Klok!Tliiink
!
-Agora
está de mais, os barulhos estão aumentando, ela deve ter escapado !
-úrsula
chamando Christine ! Úrsula chamando Christine ! Há suspeita de que a ave
alienígena conseguiu escapar e esteja solta no laboratório ! Solicitamos reforços
imediatamente !Emergência ! Emergência !
-Kablooom
!
Um
enorme calombo se projetou numa das duas folhas da porta enquanto Úrsula falava
no comunicador, e este calombo tinha a forma de um bico !
Judith
deu um pulo para trás, e engatilhou seu fuzil laser, ficando de frente para a
porta!
Ela
tremia e suas pernas estavam bambas, quando o grito arterrorizante soou como um
trovão:
-Kraaaaaaaaah
!Kraaaaaaaaaaah !
E
uma nova bicada na porta a rompeu e rasgou e a cabeça da ave emergiu e seu bico
agarrou o pescoço de Úrsula, que estava
ainda de costas para a porta, e se fechou.
-Aaaaaaaaaaaaaaaah
!
Judith
gritou a plenos pulmões, apavorada:
A
cabeça de Úrsula rolou pelo chão do corredor, e do pescoço vazio esguichava
sangue em alta pressão, molhando o teto,
as paredes, o chão e espirrando até na própria Judith, que, em pânico, e ,
inicialmente paralisada de terror, gritava sem parar, com abundantes lágrimas
nos olhos!
(Por Continuar)
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