A viagem seguia tranquila, e ao seu lado havia desta vez, e para seu alívio, uma moça
, de uns trinta e poucos anos.
Alívio, por que Lune não aguentava mais assédios de
tarados e pervertidos , e queria sossego na vida.
O lanche foi servido e depois, quando todos já terminavam
suas refeições, Lune tomou um susto:
Dois homens passaram pelo corredor indo em direção da
cabine do piloto- eram os mesmos que montavam guarda na sua casa antes !
Agora Lune ficou realmente apavorada !
Será que eles iriam sequestrar o avião?
Será que eles iriam derrubar o avião?
Será que eles iam leva-la para o porão de cargas e estupra-la?
Será que eles iam segui-la em Osaka e ao chegar no
aeroporto, sequenstrá-la?
Ou eles iriam envenená-la de algum modo, ou mesmo, jogá-la
lá de cima, abrindo aporta do avião?
Ou ainda:seriam as ordens deles dar uma surra homérica
nela?
Torturá-la, talvez?
Quais as intenções deles , afinal?
O que queriam com ela?
Lune ficou nervosa a viagem toda, ansiosa e cheia de dúvidas
e medos.
Eles voltaram a seus lugares, e ela observou que não eram
muito distantes do lugar dela.
Ela se sentia péssima ao ser vigiada o tempo todo deste
jeito.
Por fim, começou a pensar:
“-Se eu me levantar e os interrogar diretamente, eles não
terão escapatória senão me dizer qual a intenção deles e por que estão me
seguindo.Eles não terão para onde fugir, e eu não aguento mais, eu preciso
saber o que querem de mim, afinal !”
Lune encheu-se de coragem, levantou-se , pediu licença aos
demais passageiros, e foi para o corredor, caminhando até em frente aos lugares
deles.
Nervosa e trêmula, mas se esforçando para fazer cara de
brava, Lune perguntou a eles na cara dura:
-Por que estão me seguindo desde ontem?Por que montaram
guarda na casa de minha avó?Quais as suas intenções?O que querem de mim,
afinal? Me sequestrar?Me bater/Me estuprar?Me matar?
Ambos, de óculos escuros, entreolharam-se, deram de ombros
e um deles disse, com voz calma e pausada:
-Não senhorita. Nós a estamos protegendo. Somos seus
guarda costas.
O outro rabiscou um bilhetinho e escreveu um recado, e
disse:
-Por favor , leia no seu assento.Daqui a pouco vão começar
os procedimentos de pouso.
Lune voltou para seu assento e, curiosa, abriu o bilhete,
que dizia:
“Somos seguranças do Senhor Califa Al Shakar, e as ordens
dele foram para segui-la e protege-la. Ele continua interessado na Senhorita,
mas ele tem inimigos que podem atentar contra sua vida, pois agora a Senhorita
está envolvida com ele.Ocorre que em nossa terra, quando uma mulher dá um tapa
no rosto de um homem, é considerado um gesto de comprometimento e promessa de
casamento.Por isto, ele a considera sua noiva!”
Lune terminou de ler espantada a folha de papel.
Não conseguiu deixar de soltar, em voz alta um:
-Mas não é possível !Só me faltava esta agora!
Os demais passageiros, incomodados, ficaram olhando para
ela.
Pois é...ela não tinha a menor idéia de que a surra que
ela dera nele, ele iria interpretar como se ela se comprometesse amorosamente
com ele!
Mas que raio de estrangeiro maluco era aquele, que quanto
mais apanhava, mais apaixonado ficava?
E agora, como ela iria se livrar dele?Até quando aqueles
dois infelizes iriam continuar seguindo-a?E os tais inimigos do Bigodão?
E se eles a sequestrassem, raptassem, batessem nela, a estuprassem,
matassem?
Quem garantiria que aqueles dois conseguiria protege-la?
E quem podia garantir que eles não a desejassem
sexualmente?
E Takeo, como explicar isto para ele? Ele não correria
perigo também?
E como ela iria explicar tudo aquilo para sua família?Será
que a seguiriam até Sakura City?
Enfim, o avião pousou.
E preocupada e cheia de dúvidas, Lune desceu.
Ela percorreu o finger do aeroporto nervosamente e foi
para o setor de desembarque. E os dois seguranças logo atrás dela.
-Não olhem para o meu traseiro, heim?Senão vou contar para
o Al Skakar !
Os sois viraram os rostos de lado e assoviaram
disfarçando, como se não fosse com eles.
Incomodada, Lune tirou a blusa de debaixo da calça e a deixou
ficar por cima, para cobrir suas nádegas, pois estava com uma calça jeans
bastante justa.
-Odeio quando homens olham meu traseiro, ai, que raiva !
Disse ela baixinho, para si mesma.
Ela então se sentiu apertada, e resolveu ir ao banheiro
antes de desembarcar.
E não é que os dois montaram guarda, um de cada lado da
soleira do banheiro, de costas para a entrada, esperando por ela?
Após aliviar-se e lavar as mãos, ela saiu, e olha os dois
lá de novo atrás dela!
Depois de algum caminhar, chegou na ala de desmbarque, e
quando menos esperava, deu de cara com o Bigodão, em um terno finíssimo,
cabelos engomados, impecável, com sapatos de cromo alemão em duas cores. Igualzinho
um mafioso.A gravata de seda era amarela, exatamente a cor preferida de Lune.
-Sejas bemvida a Osaka, Senhorita Lune !Espero que tenhas
feito uma bela viagem!
-Não me torra !Isto é perseguição !E como o senhor não está
preso?
-Sou um homem influente, inclusive no governo de seu país.
-Até quando vou ter de aturar estes dois chatos?
-São uma prevenção, para a sua segurança, minha amada
noiva !
-Não sou sua noiva !
-Seu gentil tapa foi o seu gesto de compromisso que selou
nosso noivado, sua promessa. Agora estás prometida e destinada a mim para
sempre. Só minha morte pode romper nossa união. Permita-me leva-la para sua
casa na minha limousine blindada?
-Como sabe onde moro?
-Já levantei todas as informações sobre você e tudo sobre
sua vida. Sei até qual a cor da calcinha que você está usando agora !
Lune corou da cabeça aos pés, vermelhíssima de vergonha!
-Está a fim de levar outro tapa, é? Pervertido ! Tarado !
-Um segundo tapa é promessa de ter filhos comigo !
-Ai, não, eu não mereço um grude destes !Ninguém merece !Eu,
ter filhos com você?Nunca !
-Você é infértil? Posso pagar fertilização invitro para
você...
-Não sou sua mercadoria ! E não estou a venda ! E não sou
infértil, droga ! E não vou na sua limousine, você quer mesmo é me levar num
motel?
-Para que motel, se tenho um palácio suntuoso?
-Chega, eu vou tomar um táxi e vou embora !Fui !
E Lune dirigiu-se ao ponto de táxi.
Bigodão fez um sinal para seus capangas, e eles a
seguiram, e entraram no táxi seguinte e o mandaram seguir o táxi dela.
(Por Continuar)
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