Lune não dormiu bem.
Ela não gostava muito de dormir fora de casa, nas casas
dos outros, desconhecidas, e inclusive, até na pensão em Sakura City ela
demorara a se acostumar.
No apartamento de
Takeo então ela raramente conseguia dormir, pois ele não a deixava em
paz com suas taras, sempre querendo sexo e a tocando pelo corpo todo.
Ali, naquele futon, numa casa desconhecida, onde ela não dormia
desde criancinha, não conseguia mesmo!
Ela começava a achar que a casa podia ter baratas ou mesmo
ratos e ficava em pãnico de pensar neles pssando pelo corpo dela, ou mesmo
entrando na boca dela.
Depois , começou a estranhar cada barulhinho noturno,
achando que pudesse ser barata, rato ou mesmo algum ladrão ou estuprador.
Ela trouxera com ela uma máscara de dormir, que ela
gostava de usar, mas mesmo assim, a aflição dela não acabava.Sempre
sobressaltada, seus olhos se abriam arregalados a cada ruidozinho.
Até o barulho da geladeira incomodava !
Ela começou a se incomodar com as cobertas e com o
cobertor, achando que eles tolhiam seus movimentos e dificultavam sua respiração.
Ela tirava as cobertas, ficava com frio e com medo de
animais passarem em cima dela, e se cobria , e aí sentia calor e sufocada.
Ela rolava de um lado a outro, ora esticava as pernas ,
ora as encolhia, sem saber em qual posição ficar.
Até que o sono, muito t~enue e eve, a venceu.
Era um sono muito curto e entrecortado por sobressaltos
resultantes dos pesadelos que tinha.
Sonhou que ratos e baratas andavam por cima de seu corpo,
e tentavam entrar em sua boca, nariz, ouvidos e, não conseguindo, os ratos
começaram a tentar entrar dentro de sua vagina e ãnus. Depois, um rato
gigantesco, do tamanho de um cachorro grande a assaltava e começava a coitá-la,
fazendo sexo vaginal com ela e a estuprando. E ela gritava, histérica , e não
conseguia tirar o rato nem de cima, nem de dentro dela.
-Lune-san!Lune-san, o que foi?O que foi, por que você está
berrando deste jeito?
Era a voz de Asuka, e Lune acordou num salto, de olhos
arregalados e suando frio, tremendo muito, e ainda gritando.
Lune imediatamente abraçou a avó, toda chorosa, e contou
seu pesadelo para ela.
-Ah, minha criança...não precisa ter medo não...aqui não
tem ratos nem baratas, muito menos ladrões ou estupradores, fique tranquila, eu
estou aqui com você !
-Ai, vovó, a senhora acredita que estou até com meu sexo
dolorido, com se eu tivesse...tivessee...
-É o reflexo do inconsciente, voê vivenciou o sonho de
modo tão realista, que forçou os músculos vaginais até doer, mas vai passar.Vai
passar...
-Durante o sonho, as lembranças do estupro que sofri lá em
Sakura City voltaram tudo de novo...
Meubem, olha, você quer dormir comigo na minha cama, como
fazia quando criança?Assim voc~e se sentirá mais segura...
-Não vovò, obrigada, desculpe...eu melhorei depois do seu
abraço e suas palavras...
-Está bem, mas qualquer coisa, me chame. Aproveite e tome
um leite morno e depois vá ao banheiro e tente dormir novamente, são quatro
horas da madrugada e daqui umas duas já vai amanhecer...
-Está certo, obaba!
Lune foi na cozinha, fez um leite morno , tomou, depois
foi ao banheiro, onde se examinou para ter certeza de que nenhuma rato gigante
fizera amor com ela e depois voltou para a cama e tentou dormir novamente.
Novamente, ela lutava para cair no sono, mas a inônia a
perseguia.Agora o medo era de fantasmas!
Primeiro, ela viu as fotos antigas de antepassados que já
tinham falecido, nos porta retratos, e achou que a casa poderia ter fantasmas.
Depois ela lembrou dos mortos com a bomba de Nagasaki e achou que eles estariam rondando a casa.
Começou a se sentir vigiada, e na sua cabeça, fantasmas eram capazes de olhar
por baixo das roupas e ver as pessoas nuas.
Aí começou a achar que, de algum modo, os fantasmas
poderiam estupra-la em série.
Ela depois de quase duas horas de luta, só então, ao ver
os primeiros raios de sol pela janela, conseguiu pegar no sono.
E desta vez, dormiu pesadamente, a ponto de roncar alto.
Tão alto que acordou Asuka, que levantou as seis e meia da
manhã e ao ver a neta dormindo pesadamente na sala, resolveu deixa-la dormir.
Tomou seu café da manhã e foi para seus afazeres de
sempre.
Lune só acordou ao meio dia,ainda sonolenta.
-Bom dia !Que horas são, obaba?
-Bom dia, Lune –san, meio dia, e o almoço está na mesa,
vamos comer?
-Meio dia?Almoço?
-Sim senhorita !
-Ai, não, desculpe, vovó, eu te dando trabalho !
-Não é trabalho nenhum. Trabalho você me dará se não for
logo para a mesa almoçar junto comigo !Fiz um almocinho especial só para você ,
com seus pratos prediletos !
-Ai, vovó, a senhora é um amor, viu?Muito obrigada !
Lune se sentou na mesa e se refastelou; a comida era
simples e tipicamente japonesa tradicional, e estava deliciosa !
-Muito bom, vejo que gostou, até repetiu o prato !
-Acordei com tanta fome, obaba...mas estava uma delícia,
adorei !
-Que bom, é muito bom ver seu sorriso luminoso logo pela
manhã , alegra meu velho coração !
-Então, daqui a pouco vamos passear mais?
-Vamos sim, minha querida netinha !
Lune estava contente;Asuka estava num esplêndido bom humor
naquele dia !
(Por Continuar)
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