sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Episódio 90:Sensibilidade de Viver:Interlúdio ETP



Após um tempo as duas se recobraram de suas emoções.
-Bom, minha netinha,não tenho muito a te oferecer aqui, não pude juntar tanto quanto mereço pela vida toda que trabalhei e pelo quanto sofri, mas vou procurar fazer de sua estadia aqui a mais agradável possível.Meu carro velho, que seu avô me deixou, eu o deixo estacionado na casa da vizinha, que aluga a garagem dela para mim.
-A Senhora Mikasa Tawaguchi?
-Como sabe?
-Eu a conheci enquanto procurava pela senhora...
-Ah, entendi. Ela é danada, esperta, mas é uma boa pessoa. Sim, é ela mesma. Sabe, Lune-san, seu avô era taxista, e depois que ele morreu, herdei o Nissan dele, do começo dos anos oitenta!O carro é mais velho que você, e como é velho, não confio em colocar ele na estrada para dirigir quase oitocentos quilômetros para ir ver vocês. Na verdade, como odinheiro para a gasolina é pouco, eu quase que só o uso aos fins de semana, mesmo por que, eu encontro quase tudo o que preciso pertinho daqui, a poucos quarteirões,aí nem vale a pena tirar o carro da garagem.
Vamos então dar umas voltas !
As duas saíram de casa e foram na casa visinha, que é muito maior, e apertaram a campainha. A senhora Mikasa as atendeu.
-Mikasa-san, vou dar umas voltinhas de carro com minha neta !
-Olá, Asuka-san, voltou cedo do xadrez hoje !Fiquem á vontade ! É um prazer revê-la, Lune-san !
-Soube que você andou judiando da minha menina...
-Ah, só um pouquinho, queria saber se ela ela mesma, deculpe, Lune-san, sou meio doidinha mesmo !
-Imagine, Senhora Tawaguchi...
-Vamos logo então, senão o papo não acaba nunca!Até logo, Mikasa-san !
-Aproveitem !Até logo !
Asuka acionou o controle remoto da garagem.
-Por que a senhora pediu para ela, se tem o controle remoto, obaba?
-Já ouviu falar em consideração?E em educação?Respeito, talvez?
Lune preferiu se calar, pois viu que se insistisse , iria ouvir um monte !
Elas entraram no velho Nissan Bluebird amarelo, todo empoeirado.
Por dentro, cheiro de veludo mofado e muita poeira.
A partida foi longa e vagarosa, mas o carro pegou na primeira.
Tossiu, engasgou, mas logo se colocou em marcha.
Lune ficou com receio de sujar suas roupas naqueles bancos, com espuma cansada e deformados de tanto uso.E os cintos de segurança então, estavam encardidos e imundos.
-Sabe, Lune-san, deu o que fazer para eu tirar os colantes coloridos de táxi, e o luminoso de táxi no teto. Até hoje ainda conservo o taxímetro, que, por incrível que pareça, ainda funciona !
-E eu achava o carro de meu pai velho...
-Pois é, mas velhos tem carros velhos, e eu gosto dele, é uma das poucas lembranças que seu avô deixou.
-Onde vamos, vovó?
-Primeiro vou te levar nos museus, depois nas livrarias,, parques, enfim, o que der por hoje, e amanhã a gente sai mais.Espero que você tenha dinehri para pagar sua comida, por que eu estou muito apertada.
-Se a senhora quiser, eu te empresto algum, obaba...
-Mas nem pensar !Isto seria uma humilhação !
-Desculpe, vovó...
-Você ainda não respondeu...
-Sim, eu tenho para o meu...
-Ótimo !
E logo Asuka mostrou a parte velha da cidade, com algumas ruínas do tempo da segunda guerra mundial. Ela mostrou onde estava, onde morava durante a guerra, e onde sua parentada morava, tudo o que fez e onde esteve na época. Contou, emocionada, que para a sorte dela e do marido, eles tinham ido visitar  um tio do marido que estava doente, em Kobe, no dia em que a bomba caiu, e souberam da bomba pelo rádio.Eles já estavam traumatizados com o que tinha acontecido em Hiroshima e temiam ser os próximos.
Depois vivitaram os museus, e foram jantar em uma lanchonete popular, um carrinho de rua com banquinhos, onde comeram lanchinhos japoneses tradicionais, mas populares, que Lune considerou deliciosos.
Só então, voltaram para a casa dela.
Colocaram o carro de volta na garagem, e ao chegarem na casa, Asuka preparou o banheiro, único da casa, para Lune tomar banho. Ele ficava fora do quarto, mas como a casa era pequena, a distância para o único quarto era de apenas alguns passos.
Claro que era um banheiro pequeno e humilde, mas tudo funcionava perfeitamente.E a casa toda era muito limpa, e cheirava a lavanda.
-Não demore no banho, a conta de água é cara !
-Sim, senhora, obaba!Eu não costumo demorar não...
-Já demorou !Vai logo, anda !
Lune foi ao banheiro, e ao se aliviar, descobriu que não havia vaso sanitário ocidental, apenas o tradicional japonês que mais parecia um buraco no chão, onde tudo se fazia de cócoras;depois tomou banho.
Até recomendação de economizar sabonete Lune recebeu, então, foi bem rápido.
Saiu logo, se enxugou e foi ao quarto se trocar, enquanto a avó assistia sua televisão.
Colocou um conjunto de camisa e calça de moleton e foi para a sala.
Depois foi a vez de Asuka ir ao banho.
Ao voltar, as duas ficaram assistindo televisão e depois foram dormir:Asuka no quarto dela e Lune  num futon improvisado , mas tipicamente japon~es tradicional, no chão da sala.

(Por Continuar)

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