E
ficara numa situação difícil, tanto perante sua família, como perante Takeo. Como
explicar tudo aquilo, que mais parecia um enredo de filme ou anime?
Ou,
pior ainda: e se o magnata das arábias resolvesse pedir a mão dela em casamento
diretamente a seus pais?
E
se ele visse Takeo como um inimigo a eliminar e resolvesse seus capangas
matarem-no?
Decidiu-se
a, primeiramente, aconselhar-se com seu pai.
Porém,
chegara com uma dor de cabeça muito forte, tamanha a sua preocupação.
Chegou
em casa, cumprimentou rapidamente seus pais , pegou um copo de leite com
chocolate na cozinha e um remédio analgésico, e foi direto ao seu quarto, onde
trancou a porta e tratou de tomar o remédio, e depois entrar no banho.
Ao
sair, e se enxugar, resolveu colocar apenas a calcinha e se deitou na sua cama, tentando dormir.
Ah,
como era bom estar de volta naquela cama larga e confortável, no seu quarto tão
familiar !
Acabou
pegando no sono e só acordou no dia seguinte pela manhã, de tão cansada que
estava, pois fazia duas noites que não dormia direito.
Foi
então que acordou, com a sensação de que
estava sendo lambida.
Ainda
zonza de sono, meio dormindo, Lune exclamou:
-Takeo-kun,
para de ficar lambendo meus peitos, deixa de ser pervertido, me deixa dormir em
paz...
-Miiiiu...
-Que
foi, Takeo-kun, deu de miar , agora?
-Miiiiuuuu...
Lune
finalmente abriu os olhos e o que viu, bem de pertinho, foram imensos olhos de
gato olhando para ela.
-Haaan?
Lune
esfregou os olhos, enquanto recebia uma lambida no nariz.
-Argh
!Que nojo, mas que... Sartre-saaaan !Ain, eu não acredito ! Você está vivo, e
de volta !
Lune
agarrou seu gato de estimação e beijou-o na testa !
As
saudades eram imensas !
-Own,
seu danadinho pervertido...voc~e apronta, mas me ama, não?E eu te amo também ! Ain,
você está com o torso todo enfaixado, coitadinho do meu gatinho...eu vou cuidar
bem de você, Sartre-san, pode ficar tranquilo, viu?Ain, eu estou tão feliz com
a sua volta !
Sartre
estava todo carente.
Lune
então se trocou, não sem enxugar os seios na toalha, molhados das lambidas do
felino.
Colocou
um sutiã, uma saia curta pregueada verde escura, uma busa leve verde clara e
calçou sandálias.
Abriu
a porta do quarto sorrindo de orelha a orelha e segurando Sartre delicadamente
em seus braços, desceu a escada e foi para a cozinha, onde a família já
começava seu café da manhã.
-Até
que enfim acordou, senhorita!Coloque este gato na almofada dele, lave as mãos e
venha tomar o café da manhã !
Era
Momiji, com seu jeitão autoritário de sempre.
Lune,
no entanto, estava de bom humor, e obedeceu desta vez.
Depois
de ir ao lavabo social e lavar as mãos, voltou para a cozinha e sentou-se na
mesa para seu desjejum. Estava capotando de fome !
-Sejas
benvinda de volta, filha !Como foi sua viagem/Você e sua avó se deram bem?
Disse
Kazuo para Lune.
-Obrigada,
pai ! Foi sim, tudo bem! E nos damos muito bem !Ela gostou de eu a ter visitado
!
-Lune-san,
alguém já lhe disse que você mente muito mal?
-Ai,
mãe, vai...
-Eu
já entendi, filha. Depois que terminarmos aqui, vamos ao minha biblioteca e você
me conta o que está acontecendo.
-Obrigada,
pai!Ai, olha, mundando de assunto, fique tão feliz que o Sartre sobreviveu e
voltou !
-Eu
fui busca-lo ontem pela manhã, Lune-san. A veterinária ligou aqui e disse que
ele se recuperou de forma surpreendente e teve alta!
-Que
bom, pai, muito obrigada !
-Depois
eu quero saber também, sou sempre a última a saber nesta casa !
Disse
Momiji.
Como
sempre, Ruri preferiu não se intrometer e ficou comendo quieta.
Terminado
o café da manhã, Lune foi para a biblioteca, e o pai dela cerrou as folhas
duplas da porta..
Lune
se sentou numa das duas poltronas em
frente ‘ escrivaninha.
-Pois
então, pode contar, filha, tudo o que realmente aconteceu...
Lune
contou sobre o Califa árabe e seus homens, e sobre o pedido de namoro e o
tapa.E contou que eles a tinham seguido até em casa, e que provavelmente os
dois capangas deviam estar montando guarda
do lado de fora da casa.
-Entendi...bom,
você, claro, não tem culpa, embora você muitas vezes aja intempestivamente, sem
pensar nas consequências.Claro que as consequências que adviram eram imprevisíveis,
não são as que normalmente costumam acontecer de forma corriqueira.Mas existem
e de certa forma, mesmo sem querer e sem saber, você se colocou numa situação
delicada. Eu posso entender como se sente
e o que te aconteceu, pois a conheço desde seu nascimento, filha, mas...e
o Takeo-San?
-Ai,
pai, não cabe culpa agora, nem recriminações pelo que eu deveria ter feito ou não,
já aconteceu...agora, o Takeo-kun, sei lá, não tenho idéia, estou preocupadíssima....
-É
o Takeo-san que você quer, não o magnata árabe, não é?
-Sim,
api, com toda a certeza!
-Senti
firmeza e convicção em sua voz e seu olhar. Bom, então você terá de enfrentar
este estrangeiro e dizer na cara dele que não o aceita, e que as regras da
cultura do país dele não se aplicam aqui.Tudo de forma civilizada e sem agressões,
para evitar graves consequências, inclusive financeiras, para a família.
-E
se ele não aceitar um não como resposta?
(Por Continuar)
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