Tliiiiiin !
A espada de Sofia caiu no chão, longe dela, e a
ponta da espada de June estava quase tocando a garganta dela, que engoliu em
seco, em pânico.
-Vai ....me matar?
-Eu não, Sofia, a vingança é sua, não minha! Você
é quem queria me matar, não eu!Que isto sirva de lição para você se preparar
mais e treinar mais antes de desafiar a alguém ! Se temos a quem nos vingar,
temos de estar preparadas para isto, sem preparo, qualquer vingança é
irresponsável e inconsequente !
E June colocou sua espada de novo na bainha
e deu as costas para sua inimiga.
Sofia se sentia ainda mais humilhada!
Preferia morrer a perder a luta e ter sua vida
poupada por sua adversária ! Ela estava sendo ridicularizada e inferiorizada na
frente de todas, e de seus olhos rolavam lágrimas aos montes.
Ela não suportou tanta dor !
Pegou sua espada de volta e correu a atacar June
pelas costas.
Mas a Capitã, experiente de tantas lutas, escutou
o sibilar tétrico da lâmina a tempo, e , num movimento velocíssimo, sacou sua
espada e aparou o golpe, jogando a espada de Sofia longe.
A novata tinha olhos arregalados de surpresa!
June então pegou Sofia pelo colarinho e a
chocalhou, falando tão de perto do rosto dela que seus lábios quase se tocavam:
-Agora, sua covarde, você caiu em desonra !Você
provou ser a mais vil das criaturas, verme imundo e imprestável, nem para
camarão você serve !Você envergonha sua tripulação e sua Capitã, e envergonha o
nome da pirataria mesmo!
E June a jogou ao chão como se fosse um saco de
batatas.
Repentinamente todas as piratas, de todas as
tripulações, tinham um olhar severo e reprovador ,para ela, caída no chão,
chorando copiosamente em posição fetal, para depois se ajoelhar e tentar
esconder seu rosto.
Todas as piratas voltaram para a taverna e a
abandonaram.
E Sofia se sentiu a mulher mais solitária do
mundo!
Tanta humilhação lhe doía demais, e todos aqueles
olhares assustadores lhe pesavam demais, pareciam que iriam esmaga-la!
Ela chegou mesmo a pensar em pegar sua espada e a
enfiar em seu ventre e se matar.
Mas nem ânimo para isto ela tinha!
Quando as tripulações saíram da taverna, Sofia
não estava mais ali.
Ariadne procurou por ela no navio e ela não
estava lá.
Começaria então uma cruzada das três tripulações
a procurar por ela.
Denise era a mais preocupada, e chorava, sendo
amparada pelas companheira. Ela assistira toda a luta, de coração na mão, e,
embora também estivesse envergonhada da amiga, não podia deixar de
compreendê-la. Ela até quis ficar para apoiar a amiga, mas os olhares
reprovadores das colegas a intimidaram.
Ela sabia que a amiga não merecia tamanho
sofrimento, e achava tudo o que acabara de acontecer com ela muito injusto. Mas
ela sozinha não podia fazer nada. Era loucura desafiar uma Capitã, e mais
loucura ainda provocar uma guerra entre tripulações, pois, inclusive, ela
poderia ser acusada de motim.
Ainda assim, ela temia pela sanidade mental da
amiga, e pelo que ela poderia fazer, com a possibilidade de ela cometer alguma
loucura.E foi ela quem convenceu Ariadne a procurar por Sofia, por Ariadne
sequer queria, achando que sua tripulante nem merecia.
Todas começaram a vascular a ilha e o que todas,
sem exceção se perguntavam era:
Por onde andaria Sofia?
(Por continuar)
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