Neste meio tempo, no Barracuda Feliz:
-E agora, Capitã, para onde vamos?
-Vamos para Isla Hermosa! Ouvi dizer que tem um
bom trânsito de navios mercantes na região, Imediata! Dê o novo curso para a
Elise agora !
-Sim, Capitã, transmitirei a ela!
Enquanto Capitã e Imediata conversavam, Denise,
no seu cesto de vigia no alto do mastro principal sentia a falta de suas amigas
gaivotas enquanto olhava para o horizonte.Então divisou os esguichos de várias
baleias não muito longe da embarcação, e ficou deslumbrada com esta visão.
O clima estava tranquilo no navio, e Sofia
pescava no costado, mas a colheita estava bem ruim naquele dia.
Para ela, no entanto, era um alívio sair de perto
do caldeirão: o ambiente da cozinha, na popa da primeira galé era escuro, abafado,
quente, principalmente com as janelas dos canhões fechadas, e era uma eterna
luta para não deixar os ratos e as baratas contaminarem a comida, que não podia
ficar sem vigilância nunca.
Ali nunca tinha todos os ingredientes que ela
gostaria, nem a variedade que ela queria, e tudo era na base do improviso, de
modo que quando ia pescar, podia respirar ar puro e sentir o vento no rosto,
algo que lhe agradava muito.
Mas logo aquelas horas agradáveis iriam terminar,
pois se aproximava a hora do almoço, pelo que ela viu da posição do sol, e
tratou pegar o balde com os poucos peixes que conseguira, e descer para a
cozinha.
Finalmente, quando o almoço ficou pronto, ela
chamou a tripulação.
Todas foram se servindo e se sentando no chão
para comer.E, como sempre, a conversa corria solta:
-Para onde estamos indo agora, Elise?
-Para Isla Hermosa, Lola !
-Ah, que maravilha, meus avós são de lá !
-Eles ainda são vivos?
-Não, Elise, já faleceram. Mas ainda tenho uma
boa parentada lá. Como sabes, a ilha é de colonização espanhola, e sou
descendente de espanhóis, e por isto meus pais nasceram naquela ilha !
-Que incrível, Lola, e o que será que quer dizer
este nome?
-Significa “Ilha bonita”, Elise. E de fato , é
muito linda mesmo, faz jus ao nome !
-Olha só, agora fiquei curiosa para conhecer,
nunca estive lá !
-Ah, Elise, vais adorar !
-É, mas antes de chegarmos lá, precisaremos
abordar alguma presa, ou a Capitã não terá dinheiro para pagar a taverna para a
gente !
-É uma questão de tempo, Verônica !Muitos navios
saem de lá para comercializar com as outras ilhas, com certeza já já encontraremos
novas presas, sobretudo galeões espanhóis !
-Sim, muito ouro e prata, é o que queremos, Rita
!
-Lola, você não fica triste quando abordamos
navios espanhóis e matamos as tripulações?
-Eu não,Verônica !E daí que são espanhóis, não
são meus parentes...eu, heim...
-Bom, eu já terminei de almoçar, e vou para as
velas, que é meu lugar !
Disse Rita, se levantando.
Não demorou muito e logo todas estavam de volta a
seus postos.
Denise mal chegou a seu cesto de novo e logo
avistou, ainda bem longe , um navio.
Porém, esperou um pouco para se aproximarem um
pouco mais dele, para poder informar que tipo de navio era, qual a
nacionalidade, se era presa, militar ou pirata, etc.
Mas não precisou esperar muito: logo a imagem
ficou mais próxima e mais nítida. Não tinha bandeira negra, era de grande
porte, e no alto do mastro flutuava uma bandeira da Espanha.
Na traseira do castelo de popa, acima dos
vitrais, estava escrito:
“El Zorro Marino”(A raposa do mar).
Só então ela gritou:
-Navio á vista !
(Por continuar)
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