Após o almoço, as três ainda ficaram conversando
a tarde toda, com Laura contando suas aventuras a elas.
Mas o sol já estava próximo de se por e ela
precisava ir, pois não ia demorar para seu navio zarpar.
A despedida foi emocionada e comovente.
No entanto, uma sensação gelada lhe trespassou a
espinha e lhe arrepiou pele, pelos e cabelos. Uma estranha e mórbida sensação
de que seria a última vez em sua vida que as veria !
Mas não havia tempo para pensar nisto agora,
tinha de correr, não queria atrasar seu navio.
Chegou na taverna, mas elas já não estavam mais
lá.
Bateu-lhe uma insegurança e um medo de ter
perdido o navio e ter sido deixada na ilha, então tratou de correr para o Black
Marlin.
Ao chegar no cais, sua nau estava lá. Mas quase vazia, só com as
piratas que tinham ficado de tomar contado navio.
-Elas ainda não chegaram, Karine?
-Não, Laura, ainda não. Devem estar para chegar!
-Então cheguei adiantada! Menos mal!
Só que lhe sobreveio o pensamento: e se elas
estavam demorando por que estivessem a procurando?
Inquieta e angustiada, Laura teve uma idéia:
-Karine, vá até a praça onde ficam os mercadores
e procure a Capitã e as meninas nas lojas, e se as encontrar, avise que já
estou no navio !
-Sim, senhora !
E lá se foi a lépida Karine.
Sentada no convés, ‘a meia-nau, Laura roía as
unhas de nervosa, sem conseguir conter sua ansiedade.
Karine parecia não chegar nunca !
Mas já bem perto de escurecer, as piratas
começavam a retornar e iam embarcando: uma, duas, três, quatro, cinco...
-Joanna, você viu a Capitã e a Imediata?
-Vi sim, elas estavam conversando alegremente com
a Bianca , a Constance e a Diana !Elas ficaram para trás, provavelmente serão
as últimas a chegar !
-Ah, que bom !Está certo ! E a Karine? Eu tinha
pedido para avisar a Capitã que eu já tinha chegado e estava no navio...
-Ela nos encontrou e avisou a ela sim, também
ficou para trás, conversando com a Carmen. Ai, este saco de mantimentos está
tão pesado...
-Deixa que levo para você !
Laura colocou o saco no ombro como se ele
estivesse cheio de penas, e foi para a escada, onde desceu para a segunda galé.
Todas as janelas dos canhões estavam fechadas,
apenas uma, na popa, estranhamente estava aberta.
Laura foi até a proa para deixar o saco ali,
quando percebeu um vulto, que parecia humano.
Novamente sentiu aquele arrepio e frio na espinha
que sentira ao sair da casa de sua prima.
-Quem está aí?Quem está aí?
A mão de Laura crispou-se no cabo da espada,
trêmula.
Repentinamente, deixou o saco cair no chão,
assustando os ratos e baratas.
O frio pareceu aumentar, e o arepio gelado aumentou de intensidade cada vez mais !
-Quem é ?Quem é que está aí?Fala logo !
-Olhe para trás...
-Eee?Eu conheço esta voz...mas...mas..a dona dela
já morreu faz tempo...eu mesma a matei, certeza !
E Laura olhou para trás.
Seus olhos se arregalaram, seu queixo caiu, ela ficou
pálida, lívida, e mais trêmula do que nunca!Ela nunca tivera medo de nada nesta
vida, mas agora estava absolutamente apavorada !
-Le...Le...Léa ?
-Ahahahahahahahahahahah! Siiiim, o fantasma dela,
daquela que você matou ! Eu disse que me vingaria de você e acabei de fazê-lo
!Ahahahahahahahahahahah !
Laura soltou um grito de horror !
Das mãos fantasmagóricas de Léa ,pingava sangue !
-O...o...o....o que você fez?
-Eu acabei de matar sua prima e sua irmã, na casa
delas!Ahahahahahahahahaha!
Lágrimas começaram a verter dos olhos de Laura
qual cachoeira.
E a gargalhada sinistra continuou .
Mas não, Laura só podia estar sonhando, não era
possível, não podia acreditar !
-Você está mentindo!
-Aaaah, estou, Long, Legs Laura?Te dou uma prova
então...
Léa colocou as mãos por trás das costas e
segundos depois, ergeu seus braços para a frente.
Laura soltou outro grito de terror:
-Aaaaaaaaaaaah !
(Por continuar)
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