sábado, 9 de setembro de 2017

Episódio 113- Sensibilidade de Viver:Interlúdio ETP




Em meio ‘as lágrimas, um sorriso iluminou o rostinho de Lune, e daqueles olhos dantes tão tristes, nascia um olhar meigo para a mãe, que acariciou seus cabelos.
-Não precisa responder nada se não quiser, filha. Apenas tome um banho e se arrume, vamos sair para jantar fora, estou escutando o ronco do seu estômago daqui !
Disse Momiji, ensaiando um risinho.
Lune deu um beijo no rosto da mãe, e disse:
-Ai, ma~ezinha, só a senhora mesma...para me falar as coisas certas na hora certa, em que eu estava mais precisando...vou me arrumar, então !
-Mães servem para estas coisas, dentre outras coisas também...
Disse Momiji. Nem parecia a quarentona severa e brava que Lune conhecia tão bem !
Lune então escolheu novas roupas, pegou um jogo de toalhas e se trancou no banheiro para seu banho.
Momiji, curiosa, ficou bisbilhotando nas coisas da filha.Assim que a porta do banheiro se abriu, ela voltou a se sentar na cama.
Lune á estava limpa e vestida, e estava com uma toalha enrolada nos cabelos.
As duas voltaram juntas ao banheiro e Momiji pegou o secador, e com cuidado, secou e penteou os cabelos de Lune, e depois a ajudou a se maquiar.
-Filha, amanhã vamos para a manicure, olhe o estado de suas unhas- estão horríveis ! E vamos ao cabelereiro também, a tintura no seu cabelo já está ficando velha e seu cabelo está ficando preto de novo !
-Tudo bem, mãe, iremos sim.Mas agora, vamos comer, que estou com fome !
-Bom, você que conhece os restaurantes daqui, seja minha guia !
-Com o maior prazer ! Eu já te mostrei o carro novo que o Takeo-kun me deu?
-Não, o que aconteceu com seu carro?
-O caminhão que o transportava para cá teve um acidente e ele  se arrebentou. Aí eu contei para o Takeo-kun e ele comprou um novo para mim !
-Ah, certo, entendi. Mas olha, filha, não fica abusando dele só por que o pai dele é rico não, viu?
-Claro, não, mãe?A senhora sabe que sou honesta...não é pelo dinheiro dele que estou com ele!
Assim foram as duas conversando enquanto desciam as escadas, atravessavam o saguão e chegavam no estacionamento.
-A senhora acho que nunca andou comigo dirigindo, não?
-É mesmo, filha ! Vamos ver se você é boa motorista !
As duas entraram no carro, e Momiji  se sentou no banco do acompanhante.
Não demorou e logo elas atravessavam a cidade, e iam a um simpático restaurante no centro, de comida chinesa.
Lá, Lune fez questão do clássico prato de bolinho de carne de porco com molho agridoce, e Momiji preferiu outro clássico, o frango xadrez.
Comeram até se fartar, conversando animadamente. Momiji quis tomar uma cerveja e Lune ficou no refrigerante.
Depois que terminaram e comeram a sobremesa de banana caramelada, pediram a conta, pagaram e saíram  do restaurante.
-Então, mãe, agora eu não sei como faremos. Atualmente eu não estou mais sozinha no quarto, tenho uma companheira de quarto espanhola, chamada Mercedes-san. Ela ultimamente arrumou um namorado e por isto pouco tem frequentado o quarto, mas vai que ela chega e encontra a senhora na cama dela, entende?
-Entendo sim, filha.
-E não sei se a Senhora Natsuki vai conseguir te arrumar um quarto a esta hora da noite...
-Não tem problema, filha. Olha, tem um hotelzinho simpático ali na frente, vamos parar lá e falar com eles !
-Está bem, mãe, como a senhora quiser!
Pararam no estacionamento na frente do hotel, e lá Lune reservou um quarto para a mãe e pagou adiantado com seu cartão de crédito.
-Eu vou na hospedaria da minha filha buscar minha malinha e já volto, Sra. Yokusake !
-Tudo bem, Senhora Tamasuki, como preferir, seu quarto já está pronto para a senhora !
-Vamos , filha, nem vou descer do carro, você sobe lá, pega a minha malinha, trás para o carro e a gente volta aqui !
Lune e sua mãe se despediram da dona do hotelzinho, e se dirigiram para o pensionato.
Não demorou, logo Lune voltava com a mala, e elas voltavam ao hotel, que não ficava a mais do que sete ou oito quarteirões da hospedaria.
Lune deixou sua mãe lá no hotel, as duas se despediram, e Momiji subiu ao seu quarto, no quarto andar.
Depois, Lune chegou de volta na hospedaria, desta vez em definitivo.
Ao chegar ao seu quarto, encontrou Mercedes deitada de bruços na cama dela, abraçando a própria cabeça e chorando torrencialmente.
-Mercedes-san, o que foi?O que aconteceu?
-Eu e o Sato-san...nós terminamos...
-Mas já?
-Sim, ai, está doendo tanto...ele...ele me dispensou...
-Como assim, dispensou?
Mercedes se virou de frente para Lune e gritou, coberta de vergonha:
-Ele é gay ! Me traiu com outro homem !
Os olhos de Lune se arregalaram em sua cara espantada:
-Mas como assim?
-Ele...ele não é apenas um cafajeste, mau caráter, ele é bissexual !Bi ! E eu não aceito isto ! Não aceito, não entendo, ele...ele me ofereceu pra ele ficar com os dois ao mesmo tempo, eu recusei, aí ele me disse que então preferia ficar com ele, e que não gostava mais de miiiiiiim !
Lune se levantou, se sentou na cama dela e a abraçou.
-Ai...eu quero a minha mãe...
-Eu não sou sua mãe, Mercedes- san, mas tentarei, como sua amiga, ser uma mãe para você !

(Por Continuar)

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