.-Sinto muito,senhor! Ele não está no Castelo!
.-Não? Como não? Quem deu ordens para ele sair?
.-Ele quis sair. Disse que iria descobrir o paradeiro da
Amazona de Exfalligur!
.-Tolo infeliz!Tolo infeliiiz!!
.-Eu,senhor? Não fiz nada! Perdoe-me, senhor!
.-Obessainte, eu já lhe disse quantas e quantas vezes eu
desejei te esganar pessoalmente? Ou talvez a forca lhe estaria mais
conveniente?
.-Gulp!Eu...eu...lhe...imploro,meu...meu...senhor,poupai
minha vida,senhor! Clemência!
.-Ah,estã bem, está bem...não precisa beijar os meus pés!
Chega! Encontre Lugor, e esqueço que você existe.
.-Mu...muuu...Muito obrigado senhor! Irei procurá-lo por
todo o reino, Soberano Amantíssimo!
.-Pare de ficar mugindo,e vá logo! Suma-se daqui! Bajulador
imprestável! Humph!
. Neste exato instante,Àgata chegava `a cidade. Desceu
do cavalo, e foi ‘a taverna.
. Já pela manhã, estava cheia de bêbados. Outro cavalo
forte e bem tratado, estava amarrado para fora, indicando que outro Cavaleiro
estava lá.
. Os frequentadores a receberam assustados.
.-Taverneiro! Quem é este outro Cavaleiro na mesa ao
lado?
.-Ele é Sir Ethon ,o Chefe da Cavalaria Real, Duque da
Cabruália, Senhorita! Comandante do Exército Real!
.-Não era Sir Constance de Pomp, o Chefe da Cavalaria? O
que aconteceu a ele? Não era ele leal ao Velho Rei?
-Não sei de nada, senhorita. Com licença...
.-Ei, Cavaleiro da Armadura Negra, não está por acaso
fazendo perguntas demais?
.-Nenhuma pergunta é realmente excessiva para qualquer
dos dois usurpadores, você e o Rei! Ou seria apenas um Grão Duque?
.-Oora, que
atrevimento! Quem é você, afinal?
.-A Lendária Amazona de Exfalligur, libertadora do povo!
.-Acabou de me ofender,senhorita Amazona. Terá de lutar
pela sua vida comigo! Vamos `a Praça,mandriã!
.-Terei prazer em tirar sua vida, fanfarrão!
. Agora ambos os cavalos estava postados em cada extremo
da Praça. Ágata abriu uma caixa,fixada junto `a sela, atrás desta, e montou a
lança de guerra, que ficava desmontada em vá'rias secções, para ocupar bem
pouco espaço. Abaixou a viseira do elmo. Viu o Cavaleiro da Cabruália fazer a
mesma coisa. O combate ia começar!
. Os cavalos estavam nervosos, como os ansiosos
antagonistas.Ao sinal do Mediador, no caso,o Taverneiro, empinaram e galoparam
um em direção ao outro, ambos em alta velocidade, deixando intensas nuvens de poeira
atrás de si. Estavam chegando, chegando, se aproximando, as pontas das lanças
rebrilhando ao sol, o vento batendo nas armaduras, os cavalos bufando, a atenção
do povo observando, estavam mais e mais
próximos, cada vez mais; Ágata já não pensava em mais nada,a expectativa
aumentando,os olhares ferozes por trás dos elmos, os músculos vigorosos dos
cavalos espremendo velocidade de cada fibra,encontrando forças em todas as suas
reservas,os cascos quase flutuando no ar,e...e...
. IMPACTO!!Um corpo pesado se desloca no ar, metal
rompido e sangue jorrando. Olhos injetados, surprêsos, o choque com o solo é
inevitável. Um cavalo se desequilibra e cai.
. O outro estaca, impávido,elegante e vitorioso. Sua
dona sorri, a armadura negra rebrilhando ao sol, a tranquilidade da vitória. Ágata
se aproxima do Cavaleiro derrubado por sua lança. Ela viu o ferimento terrível
produzido no homem caído no chão: um rasgão vertical considerável em seu
flanco,a armadura impregnada de sangue.
. Ainda assim, para a surpresa de Ágata, eis que ele se
levanta, cambaleante, gritando:
.-Infeliz! Vai sentir a lâmina da minha espada! Vou levá-la
ao inferno!
. A Amazona de Exfalligur desmontou de Magia Negra,e
sacou a Espada Sagrada. O Duelo iria prosseguir!
. Ethon sacou a sua também. Mal podia se firmar em pé.
. Os golpes! A luta se iniciou, encarniçada, e o Duque
mostrava-se excelente espadachim. Ambos usavam ambas as mãos, em golpes
verticais, horizontais, tranversais, cada vez mais rápido. Ethon ia deixando
pequenas poças sanguíneas por onde andava, mas sua energia parecia não acabar
nunca!
. Mas a agilidade felina de Ágata era impressionante! Ela
o atingia sem ser atingida. Ethon era puro desespêro; sua vida se esvaía... Atingiu
a armadura negra:a espada dele se partiu. Dois golpes rápidos de Ágata
arrancaram ambos os braços de seu oponente. Por fim, o golpe de misericórdia: A
Espada Sagrada de Exfaligur rompeu sua testa,enterrando a lâmina profundamente
dentro da cabeça!
. Foi quando o corpo inerte do Cavaleiro da Cabruália
desabou. Morto, afinal!
. Aplausos entusiasmados da multidão. Sem dú'vida o
Duque não era lá muito querido pelo povo daquele feudo. Ágata foi carregada nos
braços do povo como legítima heroína. Levaram-na `a taverna, onde o taverneiro
ofereceu `a ela comida e vinho de graça. Houve festa e a bebida corria solta em
plena luz do dia. Até a chegada dos Guardas Reais
.-Amazona!. A Senhorita está presa em nome de Vossa
Majestade! Acusação: o frio assassinato do Cavaleiro da Cabruália!
. Ágata soltou uma gostosa gargalhada.
.-Presa? Eu? Estão brincando! Eu sou a Libertadora,defensora
da Lei e da Ordem, do povo oprimido,eu não assassinei ninguém!
.-Se defende a Lei, como a quebrou? Como , mas como
cometeu um crime? Está em contradição! Sabemos dos seus poderes, mas lutaremos
até a morte para cumprir nosso dever! Entregue-se, renegada! Ou estará se
desmoralizando perante o povo que diz defender! Como pode uma assassina
revoltosa como a Senhorita defender o povo?
(Por Continuar)
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