.-Não, infelizmente não disse. Sinto, eu sinto realmente
alteza,mas desta vez não posso mesmo ajudá-la.
.-Então só há uma maneira: Ó Poder de Exfaligur! Vinde a
mim o seu Mistério!
. Da espada erguida para o alto, emanou uma neblina espessa,
e dela emergiu o Espírito de Sarina, Rainha de todas as Fadas.
.-Ora, filhinha, finalmente chamou-me. Há muito esperava
seu chamado!
.-Mãe?
.-Eu sei, querida, está em dificuldades. Precisa saber o
esconderijo daquela que é sua maior inimiga! Antes, queria lhe dizer: ainda é inexperiente, está apenas começando.
Está aprendendo, mas terá de fazê-lo sozinha, como eu mesma fiz antes. O duelo
que travou com a bruxa mostrou que resistiu bem à tentação , mas ainda não
soube aproveitar bem o Poder que tem nas mãos. Mas saiba que é bem maior que o
dela, aliás não há como se sobrecarregar a espada, mas anime-se: não se deixou
levar pela embriaguez do Poder e mostrou domínio sobre sua arma. Basta aprender
a aproveitá-la melhor. Não usou ainda nem um décimo do Poder que dispõe.
Aprenderás por si, pois isto só se aprende mesmo praticando. Toque com a ponta
da espada o focinho de Magia negra. Isto. Agora ela sabe onde é o esconderijo
de Nausevômia. Basta dizer `a ela onde quer ir, e ela lhe levará à Bruxa.
.-Muito obrigada, Mãe. Irei agora mesmo. Então eu não
fracassei em minha luta?
.-Não, querida, mas claro que não! Como disse antes, ainda
estás aprendendo. Não deves se culpar por isto. Tenho de ir agora!
.-Majestade!
.-Fada Amethiste! Tomarás doravante o lugar do duende
Rashkadorf.
.-Será uma honra, Senhora Toda Poderosa!
.-Até breve. Boa sorte, filha!
. Sarina voltou para dentro da Espada, que foi recolhida
de volta à sua bainha.
. Ágata montou em Magia Negra,despediu-se da pequena
fada e cochichou no ouvido de sua montaria:
-Meg, quero que me leves ao esconderijo da bruxa!
. Sem perder tempo, Magia negra arrancou
velozmente,galopando pela floresta,que se abriu em uma campina,que transformou-se
em uma falésia escarpada, de onde podia-se ver o mar,e ouvir o canto das
sereias. Ao verem a Amazona, começaram a cantar mais alto, achando que era um
cavaleiro, já que o elmo estava com a viseira baixada e elas não podiam ver
quem estava na armadura, mas ficavam surpresas ao ver que "ele" não
era afetado pela magia delas. Claro,quem elas pensaram ser um Cavaleiro era uma
mulher, e a mágica das sereias só consegue atrair os homens.
. Mas Ágata não tinha tempo a perder com sereias, e
continuou sua cavalgada. Sua montaria mudou de direção, deixando de contornar a
costa para seguir para o leste.
. O planalto descampado começou a inclinar-se para baixo,onde
um rio marcava a profundidade do Vale em que estavam. Nas montanhas, acima de
tudo, destacava-se um gigantesco vulcão. Nele havia uma cabana de pedra,em um
parapeito de rocha sólida. Ágata sentiu: era ali, só podia ser ali, a casa da
Bruxa! Podia sentir dali as emanações do Poder do Mal. E a tarde já estava em
curso...
. A Amazona de Exfaligur examinou bem atentamente as
encostas. Altas, escarpadas, muito, muito íngremes e deveras inclinadas, tornavam
impossível ao seu cavalo escalá-las . Pior ainda, a base do vulcão estava
envolta em nuvens malcheirosas de horríveis gases tóxicos. Impossível portanto
escalar seu sopé. Só havia portanto uma maneira de chegar à cabana: Voando!
.-Ah, Magia Negra, se você pudesse voar...
. Disse Ágata, inconsolável ! A égua. No entanto, estava
inquieta. Ela ameaçava empinar, bufava muito, como se quisesse lhe dizer alguma
coisa. Ela desmontou dele,agradando sua cabeça para tentar acalmá-la.
Surpreendentemente, ela mordeu o cabo da Espada e a retirou da bainha.
.-Hey, que negócio é este, Meg? Está me traindo,é?
. Magia Negra balançava a espada de um lado para outro, até
conseguir encostar a lãmina em seus flancos, de um lado e de outro, logo abaixo
da sela.
. A menina continuava não entendendo nada!
. Foi quando a Égua repentinamente começou a brilhar, mais
e mais, alguma coisa projetando-se debaixo da sela, dos dois lados. Só que quando
a luminosidade acabou,Ágata ficou assombrada!
. Asas! Sim, duas grandes asas negras parecidas com as
dos morcegos, estenderam-se, para fora, muito musculosas. A égua, agora alada, fez
com a cabeça um sinal de que a menina deveria montá-la. Isto feito, ela
devolveu a espada, embainhada novamente, e bateu novas asas vigorosamente. Desandou a galopar
furiosamente pela margem do rio, com as asas estendidas, batendo
compassadamente, e alçou voo.
. A sensação o! Esta era fantástica.
-Woooow ! Gritou a menina radiante de felicidade !
Ágata estava
deslumbrada em poder voar ! Sentia-se leve, livre, sentia a vida pulsar em seu
coração, uma alegria contagiante, a vida, viva e forte, percorrendo de modo
absoluto todo o seu corpo e alma!
Via, extasiada, todo o Vale, as montanhas, tudo! A
Beleza da Natureza daquelas paragens era majestosa e dominante!
. O Pôr do Sol banhava todo o panorama, impondo-se
,multicolorido, no horizonte aberto...
Um vulto negro aproximava-se agora: A Bruxa! Voando em
sua vassoura, e rindo muito, ela atacou a Amazona com fortes raios!
. A rajada a atingiu em cheio. Mas a bela armadura negra
a protegeu, desfazendo- o imediatamente. A Espada foi sacada.
.-Vinde a mim, Ó Poder!
. O Raio certeiro fulminou a vassoura de Nausevômia, que
imediatamente transformou-se em um grande abutre negro, atacando em seguida!
(Por Continuar)
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