-Filha,
agora você forçou muito a barra...deixe seu pai em paz...não quero mais brigas
em família, por favor....você me disse que colocaria uma pedra no assunto...
-Agora
já tenho minhas respostas !
Disse
Lune, e subiu correndo para seu quarto.
Kazuo
deu um baita suspiro de alívio !
-E
você, senhor Kazuo-kun, veja se não apronta mais !
E
Momiji voltou para a cozinha.
Lune
trancou a porta de seu quarto, e murmurou:
-Ele
me deseja como mulher...será que ainda posso confiar nele?Já não sou mais uma
criança para ele...me dá tanta insegurança!
Deitou-se
de bruços na cama e começou a choramingar baixinho.
Foi
quando o telefone celular dela tocou.
-Alô?
-Lune-san,
bom dia, é o Takeo ! Olha, só temos mais uma semana de férias, então eu andei
tendo uma idéia: meu pai tem uma praia particular numa das ilhas do Arquipélago
de Okinawa, que tal a gente passar nossa última semana de férias lá?
-É,
é uma boa idéia, amor, ando precisando me desestressar da minha família
mesmo...
-Ótimo,
maravilha, então amanhã cedinho eu passo na sua casa e te pego para irmos ao
aeroporto! Iremos num hidroavião anfíbio de meu pai!
-Ficaremos
num hotel?O que é um hidroavião?
-É
um avião que pousa na água. Não, ficaremos na casa de praia de meu pai!
-Tudo
bem, então, querido, te espero amanhã cedo aqui então !
E
os dois se despediram.
Aquilo
era tudo que Lune precisava agora !Distrair a cabeça com outras ansiedades,e
parar de pensar no pai dela um pouco, algo que a constrangia e envergonhava.
Ela
foi direto no armário dela e olhou seus biquínis e maiôs.Só então percebeu que
estavam velhos e feios.
Ela
não teve dúvidas: se trocou, se maquiou, se penteou, se perfumou e saiu do quarto
e desceu as escadas correndo!
-Onde
você vai, filha?
-Eu
vou no shopping, mãe! Amanhã o Takeo-kun vai me levar para passarmos uma semana
em Okinawa, e meus maiôs e biquínis estão sem condições ! Vou comprar novos lá,
e aproveitar e passar o dia lá, só volto a noite !
Momiji
sentiu um certo alívio.
-Ok,
vá devagar, cuidado, menina...qualquer coisa me liga !
-Pode
deixar, mãe, tchau !
Lune
foi para a garagem, pegou sua Mercedes, colocou sua bolsa no bando do
acompanhante, e saiu com o carro até o shopping mais próximo.
Lá,
começou a passear, e seu olhar pousava especificamente nas vitrines das lojas
de roupas de banho femininas.
Finalmente
achou uma que parecia promissora.
-Pois
não?Sejas bem vinda!Em que posso ajuda-la?
-Quero
comprar uns biquínis e maiôs !
-Ah,
certo, qual o tamanho que você usa?
-Ah,
dependendo da forma, onze ou treze* !
(Nota
do Autor: no Japão , os tamanhos 11 e 13 equivalem respectivamente aos tamanhos
36 e 38 no Brasil)
-É,
deve ser isto mesmo, você é magrinha mesmo !Venha comigo, por favor, vou te
mostrar !
E
a vendedora foi mostrando diversos.
-Este
é decotado demais, este é muito pequeno, este não cobre nada...huuum, vou
experimentar este maiô aqui...
-Mas
senhorita, este maiô é para senhoras de idade...
-Em
termos de roupa, sou conservadora !
A
vendedora ficou apreensiva. Não ia ficar bem para ela vender uma roupa de banho
de senhora para uma jovem.
-Olha,
por favor, dê uma olhada nestes aqui então...
Depois
de muita insistência, Lune levou doze conjuntos de bikini e oito de maiô para o
vestiário, para experimentar.
Mas
antes, a vendedora lhe deu um alerta:
-Por
favor, experimente por cima da lingerie...nós não trocamos peças usadas e se
usar direto no corpo, terá de comprar !
-Ninguém
merece !
Resmungou
Lune.
E
foi experimentando, experimentando...
Um
era muito decotado, outro pouco a vontade, outro não era confortável, e outro
era feio, enfim...acabou escolhendo três biquínis e dois maiôs, e deixou de
lado outras quinze peças.
Todos
conservadores, com pouco decote, sobretudo no traseiro, e no busto também não
tinham muito grande coisa.As cores eram típicas dela:amarelo, laranja, e apenas
um era vermelho.Até marrom ela levou, e não quis nada estampado nem listrado.Ela
não quis nada claro, pois se ficasse menstruada, apareceria muito, e ela morria
de vergonha, era muito discreta nestas coisas.
Compras
feitas, foi na praça de alimentação para almoçar.
Estava
capotando de fome, então foi numa lanchonete de hambúrguer, onde pegou um
gigante, de quatro andares, mais uma porção enorme de batatas fritas, torta de
maçã, sorvete e um copo enorme de refrigerante.
Sentou-se
numa mesa a mais isolada possível, e fez a festa.
Só
que aí, se sentou uma família na mesa ao lado.
Ela
pegou sua bandeja, e foi para outra mesa, e votou a comer.
Não
demorou muito e um casal chegou na mesa em frente.
Aborrecida,
Lune foi para outra mesa.
E
assim foi indo, fugindo de locais onde sentassem perto dela, tentando se isolar.
(Por Continuar)
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