terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Episódio 159-Sensibilidade de Viver:Interlúdio ETP



-Filha, agora você forçou muito a barra...deixe seu pai em paz...não quero mais brigas em família, por favor....você me disse que colocaria uma pedra no assunto...
-Agora já tenho minhas respostas !
Disse Lune, e subiu correndo para seu quarto.
Kazuo deu um baita suspiro de alívio !
-E você, senhor Kazuo-kun, veja se não apronta mais !
E Momiji voltou para a cozinha.
Lune trancou a porta de seu quarto, e murmurou:
-Ele me deseja como mulher...será que ainda posso confiar nele?Já não sou mais uma criança para ele...me dá tanta insegurança!
Deitou-se de bruços na cama e começou a choramingar baixinho.
Foi quando o telefone celular dela tocou.
-Alô?
-Lune-san, bom dia, é o Takeo ! Olha, só temos mais uma semana de férias, então eu andei tendo uma idéia: meu pai tem uma praia particular numa das ilhas do Arquipélago de Okinawa, que tal a gente passar nossa última semana de férias lá?
-É, é uma boa idéia, amor, ando precisando me desestressar da minha família mesmo...
-Ótimo, maravilha, então amanhã cedinho eu passo na sua casa e te pego para irmos ao aeroporto! Iremos num hidroavião anfíbio de meu pai!
-Ficaremos num hotel?O que é um hidroavião?
-É um avião que pousa na água. Não, ficaremos na casa de praia de meu pai!
-Tudo bem, então, querido, te espero amanhã cedo aqui então !
E os dois se despediram.
Aquilo era tudo que Lune precisava agora !Distrair a cabeça com outras ansiedades,e parar de pensar no pai dela um pouco, algo que a constrangia e envergonhava.
Ela foi direto no armário dela e olhou seus biquínis e maiôs.Só então percebeu que estavam velhos e feios.
Ela não teve dúvidas: se trocou, se maquiou, se penteou, se perfumou e saiu do quarto e desceu as escadas correndo!
-Onde você vai, filha?
-Eu vou no shopping, mãe! Amanhã o Takeo-kun vai me levar para passarmos uma semana em Okinawa, e meus maiôs e biquínis estão sem condições ! Vou comprar novos lá, e aproveitar e passar o dia lá, só volto a noite !
Momiji sentiu um certo alívio.
-Ok, vá devagar, cuidado, menina...qualquer coisa me liga !
-Pode deixar, mãe, tchau !
Lune foi para a garagem, pegou sua Mercedes, colocou sua bolsa no bando do acompanhante, e saiu com o carro até o shopping mais próximo.
Lá, começou a passear, e seu olhar pousava especificamente nas vitrines das lojas de roupas de banho femininas.
Finalmente achou uma que parecia promissora.
-Pois não?Sejas bem vinda!Em que posso ajuda-la?
-Quero comprar uns biquínis e maiôs !
-Ah, certo, qual o tamanho que você usa?
-Ah, dependendo da forma, onze ou treze* !
(Nota do Autor: no Japão , os tamanhos 11 e 13 equivalem respectivamente aos tamanhos 36 e 38 no Brasil)
-É, deve ser isto mesmo, você é magrinha mesmo !Venha comigo, por favor, vou te mostrar !
E a vendedora foi mostrando diversos.
-Este é decotado demais, este é muito pequeno, este não cobre nada...huuum, vou experimentar este maiô aqui...
-Mas senhorita, este maiô é para senhoras de idade...
-Em termos de roupa, sou conservadora !
A vendedora ficou apreensiva. Não ia ficar bem para ela vender uma roupa de banho de senhora para uma jovem.
-Olha, por favor, dê uma olhada nestes aqui então...
Depois de muita insistência, Lune levou doze conjuntos de bikini e oito de maiô para o vestiário, para experimentar.
Mas antes, a vendedora lhe deu um alerta:
-Por favor, experimente por cima da lingerie...nós não trocamos peças usadas e se usar direto no corpo, terá de comprar !
-Ninguém merece !
Resmungou Lune.
E foi experimentando, experimentando...
Um era muito decotado, outro pouco a vontade, outro não era confortável, e outro era feio, enfim...acabou escolhendo três biquínis e dois maiôs, e deixou de lado outras quinze peças.
Todos conservadores, com pouco decote, sobretudo no traseiro, e no busto também não tinham muito grande coisa.As cores eram típicas dela:amarelo, laranja, e apenas um era vermelho.Até marrom ela levou, e não quis nada estampado nem listrado.Ela não quis nada claro, pois se ficasse menstruada, apareceria muito, e ela morria de vergonha, era muito discreta nestas coisas.
Compras feitas, foi na praça de alimentação para almoçar.
Estava capotando de fome, então foi numa lanchonete de hambúrguer, onde pegou um gigante, de quatro andares, mais uma porção enorme de batatas fritas, torta de maçã, sorvete e um copo enorme de refrigerante.
Sentou-se numa mesa a mais isolada possível, e fez a festa.
Só que aí, se sentou uma família na mesa ao lado.
Ela pegou sua bandeja, e foi para outra mesa, e votou a comer.
Não demorou muito e um casal chegou na mesa em frente.
Aborrecida, Lune foi para outra mesa.
E assim foi indo, fugindo de locais onde sentassem perto dela, tentando se isolar.

(Por Continuar)

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