quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Episódio 164-Sensibilidade de Viver:Interlúdio ETP



-Já que é assim, vá dar umas voltas e me deixe dormir , querido!
Takeo sentiu uma pontinha de decepção, mas obedeceu sua noiva.
Saiu do quarto e foi para a cozinha descontar sua frustração sexual na geladeira.
Nem bem ele saiu do quarto, Lune correu e trancou a porta.Queria privacidade !
Ela decidiu não esperar a camareira ir desfazer suas malas, e colocou uma delas em cima de um divã de veludo que ficava num canto do luxuoso quarto.
Ali, começou a fazer sua bagunça.
Foi tirando tudo da mala e jogando na lateral do divã , sem se preocupar em amassar as roupas , que sua mãe tinha passado, dobrado e arrumado com tanto carinho.
Achou seu camisolão,o seu mais conservador e opaco, sem decotes, permaneceu com a mesma lingerie , vestiu-o e tentou dormir.
Só que , como sempre, para ela era complicado dormir numa cama que não fosse sua, num quarto que não fosse o seu, ainda mais num lugar onde ia pela primeira vez na vida!
E virava para um lado, e virava para o outro, e nada.
Levantou-se e revirou sua mala de novo e achou a máscara de dormir.
E nada !
Foi então que ouviu a campainha do quarto tocar, estridente.
Lune se levantou e abriu a porta.
-Senhorita Lune-sama, o almoço está na mesa!Gentilmente a convido para vir almoçar !
Disse  Naga.
-Vou me trocar e estou indo.
-Sim, senhorita !
E Naga se retirou com uma mesura.
Não havia tempo para tomar um novo banho agora, então Lune resolveu voltar a colocar a mesma roupa.
Se trocou , abriu a porta do quarto e pegou o elevador para o andar térreo.
Lá chegando, sentiu-se algo perdida no meio daquele labirinto de salas e corredores.
-Por favor, senhorita, queira me acompanhar! Eu, Nagisa, a levarei até a sala de almoço.
Disse outra empregada.
E lá se foi Lune seguindo a empregada uniformizada.
Chegaram na sala de almoço, que tinha uma imensa mesa, com doze cadeiras.Takeo já estava sentado na cabeceira, e Lune foi orientada a se sentar na outra ponta, distante pelo menos cinco metros dele.
Bem no meio, impávida, estava uma empregada que parecia a chefe de todas elas:impertigada numa pose impecável de mordomo, vestindo um uniforme dourado, e dona de um busto imenso, longos cabelos pretos acomodados num volumoso coque atrás da cabeça, com um pesado óculos de armação preta escondendo frios olhos cinzentos e um olhar severo de senhora vitoriana.Ela com certeza já passara dos quarenta anos de idade, sendo bem mais velha que as demais empregadas, todoas jovens, recém saídas da adolescência. Seu traje, ao contrário das demais, não tinha os generosos decotes no busto que o das outras tinham.
-Sejam benvidos ‘a Mansão de Verão Soryu, Mestre Takeo e Senhorita Lune.Eu sou a Governanta desta casa , e meu nome é Senhora  Therese Severe, mas podem me chamar de Senhora Severe. Sou nascida na Inglaterra e trazida para o Japão pelo Senhor Hayao Soryu. Hoje será servido um almoço ao estilo ocidental, como puderam notar pelos talheres colocados ‘a mesa. O menu de hoje consistirá em uma salada de alface, champignons, tomates, palmitos, aspargos e azeitonas regados ao molho campesino. A seguir serão servidos os pratos principais: risoto de funghi secchi, batatas coradas, filet mignon com molho madeira e purê de batatas. A seguir virá a sobremesa que é pudim de chocolate, porções de amoras frescas e sorvete  de framboesas selvagens.O que gostariam para as bebidas?
Disse a Sra. Severe, do alto de seu olhar arrogante e elitista.
-Eu vou querer um refrigerante sabor cola!Prazer em conhece-la.
-Não posso ter prazer em conhecer a ninguém por que não compraz com minha profissão. E o senhor, Senhor Takeo?
Ele já a conhecia de longa data e sabia como ela era.
-Pode me trazer um vinho tinto de sua escolha pessoal, por favor!
-Humpf, agora está melhor !Refrigerante, ora esta...
Resmungou a Senhora Severe.
Lune esperou ela sair e disse, divertida:
-Ela é brava !
-Você nem imagina o quanto, querida. Perto da sua mãe, ela é uma tigresa, para você ter uma idéia !
-Acabei de chagar, não me assustes...
-Lune-san, é para evitar coisa pior...
Logo começava o balé das empregadas servindo as comidas.
-Aqui funciona assim, anjo: não precisa pedir nada, mas também não vá se servindo pessoalmente. Basta olhar para elas nos olhos e olhar para o prato que você quer em seguida, que elas te servirão.
Ensinou Takeo.
E começaram a comer.

(Por Continuar)

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