Lune
fazia estas coisas por que, não apenas queria se isolar, nem apenas detestava
escutar as conversas dos outros- ela também o fazia por que queria ficar imersa
em seus pensamentos e não queria que nada a atrapalhasse ou interrompesse,
senão seria complicado retomar o fio da meada.
Assim,
esbaldou-se na comida.
Mas
ela prometera aos pai ficar o dia todo no shopping, o que significava não
apenas almoçar, mas jantar lá também.
Saiu
da mesa, já satisfeita e até sonolenta de tanto comer, e tentou passear pelas
lojas.
Parou
numa livraria. Foi então que encontrou o livro de Epicuro, “Carta sobre a
Felicidade”, que ela devorou com os olhos com entusiasmo.
Uma
frase no livro, no entanto, lhe chamou a atenção:
“...Ímpio
não é quem rejeita os deuses em que a maioria crê, mas sim quem atribui aos
deuses os falsos juízos dessa maioria,..”
Imediatamente
aquela frase impactou sua mente, e ela ficou pensativa, tentando descobrir se
ela seria ímpia ou não, depois lembrando das religiões, observando que um traço
comum a todas elas era a humanização dos deuses e entidades divinas,depois
passou para a desconstrução e inexistência do Divino, das divindades.
Agora
aqueles pensamentos ocupariam sua mente fervilhantemente pelo resto do dia !
Ela
já tinha lido tantos filósofos, e só agora se tocara que nunca tinha lido
Epicuro !E tinha adorado !
Ela
caminhava, depois de pagar pelo livro, e guarda-lo na bolsa, pelos corredores
do shopping, subia escadas rolantes, descia, e caminhava, caminhava, sempre
pensativa, distraída, completamente absorta em seus pensamentos e filosofices.
Mas
se a cabeça estava a mil, as pernas uma hora se cansaram e começaram a doer, e
os pés também.
Só
aí ela voltou para a Realidade.Por enquanto.
Ela
pensou numa maneira de descansar, e viu o cinema em frente a ela.
Entrou
no primeiro filme que encontrou, pagou a entrada e entrou.
Sentou-se
numa poltrona mais para o fundo, aproveitando que o filme escolhido não era dos
mais populares e a sala não estava muito cheia.
E
agora, descansando, voltou a mergulhar em seus profundos pensamentos filosóficos.
Sua
concentração foi tamanha que nem a luz nem o barulho do filme a incomodaram,
ela estava completamente alheia ao filme, se lhe perguntassem o que estava
acontecendo na tela, ela não saberia responder.
Por
fim, adormeceu, sonhando com deuses e deusas e que os desafiava a provar a
existência deles.
Foi
quando, depois de bastante tempo absolutamente mergulhada no sono a ponto de
roncar e babar na poltrona, sentiu alguma coisa incomodando-a.
E
incomodando, incomodando, e a sensação crescia.Até que ela, repentninamente,
abriu os olhos.
Só
então percebeu a realidade: um rapaz, aproveitando-se da sala agora vazia,
passava a mão nos peitos dela por baixo da blusa e lingerie e agora mergulhava
a mão dele dentro do sexo dela.
-Aaaaaaaaaahn?
Ela
critou, de olhos arregalados!
O
rapaz, pego de surpresa em flagrante tentou fugir, mas ela levantou a perna e
ele tropeçou e caiu.
Ela
fechou suas roupas rapidamente, e roxa de vergonha e raiva, pegou o abusador
pelas costas do colarinho, e chutou-lhe as costas com toda a força !
-Desalmado
!Tarado ! Pervertido !Eu vou te dar uma surra, filho de uma cadela !
Ela
gritou.
Ele
tentou se safar, mas foi jogado de volta ao chão com força.
-Foi
com esta mão que você abusou de mim, bandido?Tomaaa !
Ela
pisou fo violência na mão dele, e ouviu-se o estalar dos ossos dos dedos se
quebrando, e ele soltou um grito.
Alguém
vira tudo e chamara os funcionários do cinema e os seguranças, que logo
chegaram lá.
-Este
imbecil abusou sexualmente de mim !
Lune
disse, quase gritando.
Os
seguranças o levaram embora e o entregaram para a polícia,
-Mil
perdões, senhorita, por favor nos perdoe...
-Vocês
sim, ele nunca !
Não
demorou, após prenderem o tarado, os policiais apareceram:
-A
senhorita quer prestar uma queixa-crime oficial contra este pervertido?
-Sim
!
Os
policiais então pediram as informações pessoais dela e fizeram ali mesmo o
boletim de ocorrência.
-Ele
se chama Mito Mahino, e é um pervertido em série, procurado em toda a cidade.
Graças ‘a senhorita, finalmente o prendemos. Ele é acusado de estuprar
dezesseis mulheres adultas e vinte e oito menininhas de dois a quatorze
anos.Muito obrigado pela sua colaboração !
-De
nada, policial, fico feliz que este seja um tarado a menos, e tomara que ele
apodreça na prisão !
Finalmente
liberada, Lune estava furiosa, e resolveu ir ao banheiro do shopping.
Diante
do espelho, tirou a camisa e o sutiã e viu as marcas vermelhas de dedos nos
seios doloridos dela.
-Desgraçado
!Ordinário !Eu queria ter matado ele, matado, juro que ele apanhou foi pouco !
(Por Continuar)
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