quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Episódio 160-Sensibilidade de Viver: Interlúdio ETP



Lune fazia estas coisas por que, não apenas queria se isolar, nem apenas detestava escutar as conversas dos outros- ela também o fazia por que queria ficar imersa em seus pensamentos e não queria que nada a atrapalhasse ou interrompesse, senão seria complicado retomar o fio da meada.
Assim, esbaldou-se na comida.
Mas ela prometera aos pai ficar o dia todo no shopping, o que significava não apenas almoçar, mas jantar lá também.
Saiu da mesa, já satisfeita e até sonolenta de tanto comer, e tentou passear pelas lojas.
Parou numa livraria. Foi então que encontrou o livro de Epicuro, “Carta sobre a Felicidade”, que ela devorou com os olhos com entusiasmo.
Uma frase no livro, no entanto, lhe chamou a atenção:
“...Ímpio não é quem rejeita os deuses em que a maioria crê, mas sim quem atribui aos deuses os falsos juízos dessa maioria,..”
Imediatamente aquela frase impactou sua mente, e ela ficou pensativa, tentando descobrir se ela seria ímpia ou não, depois lembrando das religiões, observando que um traço comum a todas elas era a humanização dos deuses e entidades divinas,depois passou para a desconstrução e inexistência do Divino, das divindades.
Agora aqueles pensamentos ocupariam sua mente fervilhantemente pelo resto do dia !
Ela já tinha lido tantos filósofos, e só agora se tocara que nunca tinha lido Epicuro !E tinha adorado !
Ela caminhava, depois de pagar pelo livro, e guarda-lo na bolsa, pelos corredores do shopping, subia escadas rolantes, descia, e caminhava, caminhava, sempre pensativa, distraída, completamente absorta em seus pensamentos e filosofices.
Mas se a cabeça estava a mil, as pernas uma hora se cansaram e começaram a doer, e os pés também.
Só aí ela voltou para a Realidade.Por enquanto.
Ela pensou numa maneira de descansar, e viu o cinema em frente a ela.
Entrou no primeiro filme que encontrou, pagou a entrada e entrou.
Sentou-se numa poltrona mais para o fundo, aproveitando que o filme escolhido não era dos mais populares e a sala não estava muito cheia.
E agora, descansando, voltou a mergulhar em seus profundos pensamentos filosóficos.
Sua concentração foi tamanha que nem a luz nem o barulho do filme a incomodaram, ela estava completamente alheia ao filme, se lhe perguntassem o que estava acontecendo na tela, ela não saberia responder.
Por fim, adormeceu, sonhando com deuses e deusas e que os desafiava a provar a existência deles.
Foi quando, depois de bastante tempo absolutamente mergulhada no sono a ponto de roncar e babar na poltrona, sentiu alguma coisa incomodando-a.
E incomodando, incomodando, e a sensação crescia.Até que ela, repentninamente, abriu os olhos.
Só então percebeu a realidade: um rapaz, aproveitando-se da sala agora vazia, passava a mão nos peitos dela por baixo da blusa e lingerie e agora mergulhava a mão dele dentro do sexo dela.
-Aaaaaaaaaahn?
Ela critou, de olhos arregalados!
O rapaz, pego de surpresa em flagrante tentou fugir, mas ela levantou a perna e ele tropeçou e caiu.
Ela fechou suas roupas rapidamente, e roxa de vergonha e raiva, pegou o abusador pelas costas do colarinho, e chutou-lhe as costas com toda a força !
-Desalmado !Tarado ! Pervertido !Eu vou te dar uma surra, filho de uma cadela !
Ela gritou.
Ele tentou se safar, mas foi jogado de volta ao chão com força.
-Foi com esta mão que você abusou de mim, bandido?Tomaaa !
Ela pisou fo violência na mão dele, e ouviu-se o estalar dos ossos dos dedos se quebrando, e ele soltou um grito.
Alguém vira tudo e chamara os funcionários do cinema e os seguranças, que logo chegaram lá.
-Este imbecil abusou sexualmente de mim !
Lune disse, quase gritando.
Os seguranças o levaram embora e o entregaram para a polícia,
-Mil perdões, senhorita, por favor nos perdoe...
-Vocês sim, ele nunca !
Não demorou, após prenderem o tarado, os policiais apareceram:
-A senhorita quer prestar uma queixa-crime oficial contra este pervertido?
-Sim !
Os policiais então pediram as informações pessoais dela e fizeram ali mesmo o boletim de ocorrência.
-Ele se chama Mito Mahino, e é um pervertido em série, procurado em toda a cidade. Graças ‘a senhorita, finalmente o prendemos. Ele é acusado de estuprar dezesseis mulheres adultas e vinte e oito menininhas de dois a quatorze anos.Muito obrigado pela sua colaboração !
-De nada, policial, fico feliz que este seja um tarado a menos, e tomara que ele apodreça na prisão !
Finalmente liberada, Lune estava furiosa, e resolveu ir ao banheiro do shopping.
Diante do espelho, tirou a camisa e o sutiã e viu as marcas vermelhas de dedos nos seios doloridos dela.
-Desgraçado !Ordinário !Eu queria ter matado ele, matado, juro que ele apanhou foi pouco !

(Por Continuar)

Nenhum comentário:

Postar um comentário